Chapter Nine

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Me sentia massacrado. Todos meus músculos ardiam em dor, e essa era a minha única certeza de que estavam ali. Meu corpo estava dormente por completo. Tentei me mexer, para tocar meus braços e pernas, procurar fazer com que despertassem, mas fui incapaz. Não conseguia sequer abrir os olhos para ver em volta. Estava muito fraco. 

Tudo que ainda me restava era a audição. O que não ajudava em muita coisa, já que o silêncio predominava. Respirei fundo, tentando encher meus pulmões de ar e conseguir ao menos um pouco de força para abrir os olhos, mas foi em vão, me deixando frustrado. Então apenas me contentei em ficar em estado vegetativo no chão, meio incomodado com tanta serenidade. 

A dor no corpo apenas aumentava, juntamente com as pontadas na cabeça. Estava horrível. Conseguia sentir o gosto de sangue na minha boca, e meus membros começaram se despertar, um por um. Porém ainda estava muito fraco para qualquer tipo de movimento, mesmo que não brusco.

Ouvi passos pelo salão e alguns murmúrios, como se alguém cantasse baixinho por ali. Os sons ficavam cada vez mais próximos, e acabei levando um susto ao sentir palmas geladas contra meu tórax. Fiquei tomado pelo medo, sentindo dedos pequenos passearem por cima da minha camisa. Não sabia se devia ou não reagir. Logo, o silêncio se quebrou novamente, com mais cantoria, e uma onda de calor percorreu meu corpo ao reconhecer aquela doce voz.

Sweeting cantarolava Ed Sheeran. Nina, para ser mais exato. Era uma música maravilhosa. E ficava ainda mais delicada ao som de sua voz de anjo. Com os olhos fechados, eu apreciava cada nota que saia de seus lábios e me arrepiava com seu toque por todo lado.

- Se incomodaria de cantar mais uma? - Murmurei assim que ele se calou.

- Zayne! - Sweet respondeu surpreso. - Quer me matar do coração?

- Não. - Minha voz falhou. - Eu gostaria que você cantasse Ed Sheeran outra vez.

- Sua voz está péssima... - Ele acariciou meu rosto, e só então consegui abrir os olhos, ainda com um pouco de dificuldade. - Oh Zayne, o que você fez? - Seus olhos ficaram marejados.

- Por favor querido, não chore. - Tentei tocar seu rosto.

- Por que fez isso, Zayn? Você sabia que eles eram muitos! Sabia que estava fraco!

- Eu não poderia deixar que te ofendessem daquela maneira. - Cerrei os punhos.

- Zayne... - Sweet segurou minha mão, hesitando antes de entrelaçar os dedos nos meus. Ele era tão inseguro de si. - Céus! Isso não é motivo para enfrentar aqueles caras!

- Como não? - Franzi a testa.

- Não está aguentando nem a própria massa. - Sweeting acariciou minha face.

- Isso não é problema para mim. - Murmurei, apoiando as mãos no chão, conseguindo me sentar com as costas na parede.

- Você não tem juízo, Zayn? - Cabelos loiros me encarava nervoso.

- Não quando está por perto. - Sorri de canto.

- Está merecendo uns bons tapas, isso sim. - Sweet bufou.

- Ei, como assim? - Ri baixo. - Quer me bater por eu ter apanhado?

- Yep. - Ele cruzou os braços por cima do peito, corando as bochechas.

- Minha vontade é de beijar você até que lhe falte oxigênio quando suas bochechas ficam vermelhas assim. - Continuei a apreciá-lo.

- E o que te impede de fazer isso? - Sweeting murmurou baixinho, ganhando rubor até no pescoço.

- O fato de eu estar nojento e cheio de sangue por todo lado. - Respondi com um sorriso no canto dos lábios.

- Eu já limpei você, bobo. - Ele deu uma risadinha.

- Sem manchas de sangue? - O puxei para entre minhas pernas.

- Yep. - Sweet levantou o olhar.

- Já disse a você o quanto amo seu sotaque? - Acariciei sua bochecha com a ponta de meu nariz. Ainda doía, mas era o de menos.

- Uhum. - Ele murmurou, fechando os olhos devagar.

- E como é manhoso? - Acariciei-lhe as costas.

- Yeah.

- E que meu cérebro dá voltas quando ronrona enquanto estamos nos beijando? - Sussurrei, beijando seu pescoço repleto de pintas.

- Eu não ronrono. - Sweeting protestou.

- Sim, você ronrona. - Ri. - Como o gatinho que é.

- Não sou um gatinho, Zayn. - Ele franziu a testa.

- O que você é então? - Deslizei minhas palmas até seus quadris.

- Um tigre feroz. - Sweet sorriu de forma adorável.

- Com essa carinha de bebê? Uhn, acho que não.

- Não tenho carinha de bebê! Está vendo isso? - Ele apontou para o próprio maxilar. - Isto é barba. Bebês não tem barba, Zee.

- Oh, sim. Você está certo. - Sorri. - E o senhor é um tigre feroz e selvagem ou só feroz? - Arqueei a sobrancelha.

- Feroz e selvagem, claro.

- Feroz e selvagem do tipo que morde as pessoas? - Apertei minhas mãos em suas coxas.

- Yeah. - Sweeting murmurou. Ele soava quase como obsceno.

- Então eu deveria ter medo de você, não é mesmo?

- Nah. Eu não te morderia.

- Por que não? - O encarei.

- Você gostaria de ser mordido, Zee? - Sweet sorriu de canto.

- Eu adoraria, garotinho travesso. - Selei seus lábios.

- Oras, não sou travesso. Apenas um homem quieto e tímido. - Ele apoiou as mãos em meus ombros.

- Oh, não mesmo, querido. - Mordisquei sua orelha.

- Você pode parar com isso? Estou tentando manter a dignidade. - Sweeting encolheu o pescoço, todo arrepiado.

- Não irá precisar dela enquanto estiver comigo. - Murmurei.

- Sim, eu vou. Você é cheio de fetiches, Zayne.

- Oras Sweeting, acha que eu seria capaz de fazer o que? Transar com você aqui nesse chão?

- É exatamente o que eu acho. - Ele cruzou as pernas ao redor de meu quadril.

- Se continuar com essas coxas grossas roçando meu corpo dessa forma, serei obrigado a fazer tal coisa.

- Zayn... - Suas bochechas ficaram vermelhas.

- Você desperta meu alfa interior, sweet. O que eu posso fazer? - Subi minhas mãos por dentro de sua camisa, tocando sua pele quente e macia.

- Pode tentar se controlar. - Ele fechou os olhos, arrepiando-se outra vez.

- Vai contra minha vontade, querido. É apenas meu instinto falando mais auto perante esse seu cheiro maravilhoso. - Beijei seu pescoço.

- Então eu sou seu ômega? - Sweeting se agarrou aos meus ombros à medida que minhas palmas percorriam suas costas.

- Isso mesmo. - Sussurrei.

- Eu sou o submisso? - Assenti. - Não gosto de ser o submisso.

- Sim, você gosta, porque eu sei. - Desci minhas palmas até sua bunda, a apertando.

- Não faça isso, Zee. - Ele gemeu baixinho. - Céus! Sim, eu gosto de ser o submisso.

- Por Deus, sweeting! Eu preciso ouvi-lo gemer mais uma vez. - Respirei fundo, tentando manter a sanidade.

- Então me foda. - Sweet murmurou. - Me foda, Zayn.

. . .

Quem foi que ressurgiu das cinzas? Isso mesmo, eu! Queria pedir pela milésima vez que não me matem e que me desculpem. Obrigada pelos votes e comentários <3 E bem, esse foi um capítulo bem picante :v  Quem ai é a favor de um sexo gostoso no próximo? All the love x

State of the dark ➸ z.hOnde histórias criam vida. Descubra agora