○CAPÍTULO 28○

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Escutava ao longe uma música tocar. Algo como um piano tocando. Ignorou, estava cansado. A música então continuou.
Abriu os olhos e alcançou o celular em cima do mesinha ao lado da cama.

- Isso não é hora de ligar.

- Temos um problema.

Bucky conseguia ouvir o tom de desespero em sua voz.

- Volta pra cá e a gente resolve juntos.

- Chego em uma hora. Acabei de sair do aeroporto.

- Eu posso te buscar.

- Não vê a hora de me encontrar, né?

Ela deu uma leve risada.

- Pensando bem, vem de táxi.

-Não, agora tem que vir me buscar. Tô te esperando.

Bucky soltou um sorriso ao fim da ligação e se levantou. Era de noite, passava das onze horas quando ele se vestiu, foi até o depósito onde ficavam os carros e motos dos vingadores e pegou o carro para buscá-la.
Ele sabia dirigir os carros antigos e Natasha o ensinou a usar os novos, as placas e usar o santo GPS, que usou para encontrar o aeroporto.
O lugar estava praticamente vazio. Uma breve chuva começava a cair. Quando ia ligar para ela, viu alguém com um capuz correndo na direção do carro. Ela abriu a porta e sentou, retirando o capuz do casaco. Estava levemente molhada. Retirou o casaco e o jogou no banco de trás, ficando com uma regata branca que por conta dos respingos grossos da chuva, agora estava colada ao seu corpo e com uma leve transparência mostrando a cor azul do seu sutiã.

- Você está com uma cara de sono. Desculpe se te acordei. Mas o assunto é bem sério. - ela disse rapidamente se ajeitando no banco e tentando puxar o cinto de segurança, que parecia travado. - Essa porcaria!

Bucky riu da frustração dela e se inclinou sobre ela. Pegou o cinto da sua mão e com uma puxada leve passou por ela, o prendendo ao assento. Seus olhos cruzaram com os dela, que o olhava como se dissesse que sim. Mais uma vez aquela seria uma de suas conversas sem palavras. Wanda segurou sua nuca e o puxou para um beijo. Que foi retribuído na mesma intensidade, sentindo as mãos descerem pelo seus braços e agarrar sua cintura.

- Você não disse que tínhamos um problema?- murmurou, contra os lábios dela.

- E temos. - ela mordeu levemente seu lábio inferior e afastou seu rosto, o olhando. - Mas foi você que ficou me encarando. Se eu te contar agora ou daqui há 10 minutos não vai fazer diferença, meu bem.

- Normalmente quando uma mulher fala pra um cara que os dois tem um problema, isso significa que...- ele coloca a mão na barriga dela, a fazendo revirar os olhos.

- Não vamos ter um bebê, idiota!

- Oh.- foi tudo o que ele conseguiu dizer. Parecendo evidentemente aliviado.

- Serão dois.

- O que? - ela revirou os olhos e o puxou pela gola da jaqueta, tomando seus lábios novamente.

Destrava o cinto e se inclina sobre ele, se sentando de frente pra ele, o que acaba com sua banda apertando sem querer a buzina. Ela dá uma leve risada e o segura pelo queixo, colando seus lábios novamente aos dele. Sente as mãos dele entrarem por dentro de sua saia e alcançar sua calcinha de renda, a puxando para o lado. Seu toque é desesperado e rapidamente executado. Ele afasta seus lábios dos dela, e encontra o caminho de seu pescoço.

-Estamos em frente um aeroporto. - ele diz relutante.

- Está chovendo, não tem ninguém aqui. - ela retira o cinto da calça dele e vai descendo o zíper. Sem tirar os olhos dele, que agora a encarava. - Pode admitir, sentiu saudades.

- Você também sentiu. - ele sorri e a puxa para beijá-la novamente.

{...}

- Não sei se quero voltar ao complexo.- disse com a voz falha, ainda tentando recuperar o ar. - Imagino a cara deles quando me verem. - ela vestiu sua regata novamente e saiu de cima dele, voltando para o banco do carona.

- Não estão felizes com o que você fez.- Bucky fechou o zíper da calça e ajeitou seu banco que estava inclinado pra trás, recolocando o cinto. - Mas não vão te fazer nada.

- Mesmo assim.

Ela pegou algo no bolso da sua saia. Um cartão de crédito dourado.

- Onde conseguiu isso?- ele desviou o olhar dela e deu partida no carro.

- Do nosso amigo Alexandre Pierce. O que foi? Ele não precisa mais e é uma conta não rastreada. O dinheiro ficaria parado pra sempre no banco. Só estou aproveitando. - ela guardou novamente o cartão e levou uma mão até a nuca dele, o acariciando. - Poderíamos ir para um hotel, só por hoje.

- Acho que ficar longe de mim te deixou com um certo apetite. - ele sorriu de lado.

- Não pra isso.- ela bateu no ombro dele .- Precisamos discutir algumas coisas. A Hidra não acabou, não éramos o único projeto deles. Tem mais soldados como você e precisamos encontrá-los. Eles são o plano B da Hidra. Existe um controle mental em você e eles têm o mesmo neles. Uma sequência de palavras que despertam o soldado e adormece o James.

Bucky dá uma leve risada.

- Eu falo tudo isso e você ri?

- Acho engraçado me chamar de James. Minha mãe era a única a me chamar assim.

- Posso te chamar de Bucky se quiser.

- Não, eu gosto de James. - ele pisca pra ela e vira o volante pra esquerda. - Tem um hotel aqui perto. Podemos conversar melhor lá.

- Tem mais uma coisa. Quando cheguei na base em Amsterdam, alguém já tinha matado todos de lá. Não sou a única atrás deles.

- Um aliado?

- O inimigo do seu inimigo, nem sempre é seu amigo. Nunca ouviu isso?

- Então temos dois problemas?

- Isso se não aparecer mais problemas. Então, cruze os dedos pra isso.

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