○ CAPÍTULO 45 ○

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3 meses depois

Wanda estava no sofá se deliciando com um pacote de doritos que estava no seu colo enquanto com a outra mão treinava feitiços do livro que estava levitando na sua frente.

- Oh, não. Nada disso. - Agatha arrancou o pacote do salgadinhos do seu colo e colocou uma bandeja com sopa e torrada. - Eu não fiz, foi tudo comprado. Se quiser te mostro a notinha. Agora querida, nada de besteiras. Você está grávida, caso a barriga de 4 meses não tenha deixado isso claro pra você.

Wanda suspirou, fechou o livro e desfez o feitiço. Se ajeitou no sofá e levemente levou as mãos até a barriga.

- Consegui fazer aquilo que você faz de aparecer e desaparecer de um lugar. - pegou a torrada e molhou na sopa, comendo em seguida.

- Muito bem, querida. Podemos continuar com o controle da mente depois do jantar. Só precisamos de uma cobaia. Não me olhe assim! É totalmente indolor. - Agatha se sentou ao seu lado. - Sabe, em breve terá que encontrar um nome pra esse bebezinho.

- Vou voltar em breve pra casa, assim que eu conseguir dominar isso de entrar na mente. Aí vou acordar o James e contar a novidade... e que novidade!

- Por que você me parece nervosa? Nunca falaram sobre isso?

- Não somos um casal tradicional.

- Eu sei, dois assassinos, agentes de uma organização terrorista e bla, bla, bla... eu sei, mas nunca houve nenhuma menção de filhos?

- Sim, antes dele ser congelado. Ele me atacou, disse que se eu estivesse grávida se sentiria muito mais culpado ainda. - ela olhou pra barriga e sorriu. - Acho que de alguma forma ele já sabia.

Acabou que Wanda não contou sobre a gravidez para ninguém. Steve mandou uma mensagem dizendo que eles estavam resolvendo assuntos importantes mas que se ela precisa-se de algo ou tivesse alguma novidade sobre James, era para avisá-lo. Falava com Shuri mas só sobre como James estava. A verdade é que nesse tempo todo, ela não teve oportunidade ou com quem falar.

- O que foi? Está tão pensativa hoje.

- Eu só queria que o James estivesse acordado. Eu preciso dele. Olha, você tem me ajudado esse tempo todo, mas nada que me faça tirar ele do transe. Eu preciso disso, Agatha e logo.

- A magia não se apressa. Nós últimos três meses eu te tornei mais poderosa do que qualquer outra criatura na terra. Você agora sim é quem realmente é. A feiticeira Escarlate que o livro dos condenados fala. A única com poder para destruir ou governar todas as coisas.

Wanda deu uma leve risada e tirou a bandeja de seu colo, entregando pra mulher e se levantou.

- Ultimamente nem meu próprio corpo estou governando. Quem dirá o mundo!- ela deu a volta e foi em direção às escadas. - Esse livro que você fala, não tem nada que possa me ajudar?

-Fique longe dele, ele é perigoso pra uma mulher grávida.

- Grávida e que precisa ir no banheiro. - ela subiu as escadas. - Vou dormir, boa noite.

- Mas você não comeu nada! Tão cabeça dura. - Agatha falou quando estava sozinha.

Nesses três meses que se passaram, parecia que Wanda havia baixado um pouco a guarda. Ainda não comia nada vindo dela, mas de alguma forma, as duas haviam chegado o mais perto de uma amizade que podiam.
Todos os dias tomavam café da manhã juntas, praticavam magia e algumas noites até assistiam algo na TV.
Pela primeira vez, Agatha não se sentia mais sozinha. A ideia de Wanda ir embora a incomodava demais, não iria deixar que isso acontecesse. Só não sabia ainda como convencê-la a ficar.

Na manhã seguinte, Agatha preparava uma xícara de chá, quando Wanda abriu a porta da loja e entrou.

- Você saiu? Pensei que ainda estivesse dormindo. Por que saiu?

- Calma, eu só fui comprar umas coisas na Cidade e já estava cansada de ficar presa aqui.

- Tente ficar por séculos, aí você vai ver. - a mulher sorriu e deu um gole no seu chá.

- Desculpa, eu não pensei antes de falar. Deve ter sido horrível ficar presa aqui... - ela colocou as sacolas que carregava em cima do balcão e se debruçou nele. - Não sei como aguentou sem ficar louca.

- Quem disse que eu não fiquei louca? Daí veio o senhor Fofy e tive alguém com quem conversar. Agora me diga, o que tem aí?

- Isso é pra você. - Wanda entregou uma das sacolas pra ela. - Eu notei que você só tem coisas velhas, com todo respeito.

Agatha abriu a sacola e encontrou um sobretudo preto de lá.

- Ele é lindo. Por que comprou isso pra mim?

- Porque o inverno está chegando. - Wanda sorriu e pegou a outra sacola, passando por trás do balcão e parando ao lado dela antes de passar pela cortina. - Comprei algumas peças pra mim, estou ficando sem roupas e pensei que você iria gostar.

- Oh querida, isso foi tão gentil. Ainda me arrependo de ter tentado te matar. - Agatha a abraça de lado. - Já tomou café? Podemos começar praticar o controle da mente. Daqui a pouco deve chegar algum turista, podemos usar ele. Calma, não vamos machucá-lo. - ela guia a morena para trás da loja, chegando na sala. - Amanhã a noite vai ter a festa de aniversário do mês das Bruxas, todo ano a Cidade fica cheia. Você vai ver, vai ter bastante gente pra praticar.

- Isso é ótimo. Quero ir pra casa logo. Mas não se preocupe, nosso trato ainda está de pé. Você me ajuda e eu tiro você daqui.

- Eu pensei que ficaria até o bebê nascer.

- Ficarei até conseguir tirar o James do controle mental. Depois eu irei embora.

Agatha não disse nada, apenas sorriu e a viu subir as escadas.

- Vou ter que pensar em algo e logo. - sentiu o gato se esfregar na perna dela e se abaixou, o pegando no colo. - Não podemos deixar nossa convidada ir embora, não é mesmo? Não se preocupe, mamãe vai dar um jeito nisso.

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