○CAPÍTULO 26○

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  - Sabe, por algum motivo você me parece familiar. - ele disse trancando a porta do quarto e vendo ela caminhar por ele, observando o lugar. - Será que já nos esbarramos por aí?

  Era um quarto simples. Paredes brancas, teto cinza, cama com lençóis pretos e um frigobar ao lado da cama. Ela caminhou até ele e abriu, observando o que tinha dentro.

  - Talvez já tenha me visto. - ela pega duas latas de cerveja e estende uma pra ele. Abrindo a outra logo em seguida e dando um gole. - Que tal um jogo? Você me faz três perguntas e eu faço três pra você.

  Brock dá um sorriso malicioso para ela, observando o jeito que ela se aproxima da janela, vira pra ele e sorri.

  - Acho que vou gostar desse jogo. - ele abriu a lata e deu um gole.

  - Você começa então...

  - Por a caso é aeromoça? Viajei muito ultimamente, pode ter sido assim que nos conhecemos.

  - Não. Próxima.

  - Comprometida?

  - Só com meu trabalho.- ela sorri e bebe mais um pouco. - Falta mais uma.

  - Seu nome?

  - Wanda. Wanda Maximoff. Mas você me chamava de aprimorada.

  Ele parecia tentar se lembrar daquele nome. A olhava confuso, tentando entender a situação. Não sabia se era o efeito do álcool ou não, mas sua mente estava confusa. As vezes parecia ter duas dela em sua frente.

  - Minha vez agora. - ela caminhou até ele e ficou atrás dele. Deslizou os dedos pelo braço direito dele até chegar na sua nuca, onde o segurava, vendo sua magia o envolver. - Só restou você da Hidra?

  - Estamos em todos os lugares. Corte uma cabeça...

  - É, já ouvi isso. - ela o interrompeu. Aproximou seus lábios do ouvido dele e sussurrou com a voz firme. - Agora me lembro de você, estava naquela missão onde uma família inteira foi executada por não fazer o que a Hidra queria. Agora me diz, onde estão os que sobraram?

  - Temos uma base em Amsterdam. É tudo que nos restou.

  - Você deveria ter vergonha de se aliar com assassinos. Eu soube que você tinha um cargo importante na Shield. Imagine só, ser um diretor algum dia... - ela deslizou a outra mão pelo seu ombro. - Mas tinha que estragar tudo não é mesmo? Tão ganancioso.

  -É essa sua terceira pergunta?

  - Não. A minha pergunta é, do que você mais tem medo?- seus olhos se tornaram vermelhos, enquanto tomava conta da mente do homem que continuava paralisado.
   Sentiu ele começar a tossir, enquanto ela o soltou e o deixou caído no chão com dificuldade de respirar.

  - Um homem tão grande e com medo do mar. - ela debochou indo até a porta e a destrancando. - Não se preocupe, dizem que se afogar é rápido. Embora você mereça sofrer bem mais do que isso.

                {...}

  Nova York

   - Ok, gente. Tem pelo menos uns 20 soldados armados em volta armazém.  Bucky você vai pela esquerda, Natasha vai entrar com o caminhão e Tony... você nunca escuta mesmo, só faça alguma coisa. - Steve ordenou pelo comunicador.

  Era um armazém clandestino que havia roubado tecnologia Stark e desenvolvido bombas que seriam vendidas para a China. Neutralizar os guardas era a parte fácil, o difícil seria desativar a bomba que era tão sensível ao calor. Essa seria a missão de Tony, desativá-la e destruí-la sem nenhum risco para ninguém.

  Quando Steve deu o sinal todos invadiram. Bucky usava uma pistola prata com balas que poderiam atravessar dois corpos de uma vez. Usava de sua luta corporal também para desacordar os inimigos e chegar até a bomba.
  Pela primeira vez em muito tempo, se sentia útil de verdade, lutando ao lado do seu melhor amigo. Como nos velhos tempos.

  - Tony, sua hora.- ele avisou para o homem de ferro que veio logo atrás indo em direção à bomba. Usava a energia em seu peito para continuar com o calor que a bomba precisava para não ser ativada.

  - Caso isso dê errado. Alguém avisa pra Pepper que comprei uma ilha privada, no meio do oceano. Ela não queria, mas eu comprei.

  - Se você detonar a bomba nenhum de nós sobrevive seu idiota!- Natasha exclamou.

  - Gostando de trabalhar em equipe?- Steve se aproximou tocando o ombro do amigo.

  - Lembra os velhos tempos.
 

  Steve dá uma leve risada e vai em direção à Stark.

   Um tempo depois de finalmente conseguirem desmontar a bomba, Tony colocava as peças dentro de uma caixa para serem destruídas no complexo. Eles subiam a rampa do quinjet, quando o celular de Bucky começou a tocar com um número desconhecido.

  - Você fica bonito com essa jaqueta.

  - Quem está falando?

  - Já esqueceu da minha voz?

Bucky deu um leve sorriso e desceu novamente a rampa do quinjet, para ter mais privacidade.

  - Estou em um café, comendo bolo de nozes com chocolate. A televisão está mostrando sobre seu grande ato como um vingador. Você fica bem como herói.

  - Você também. Por que não desiste dessa vingança e volta pra cá?- ela de repente ficou muda ao telefone. - Ninguém está atrás de você, ninguém sabe que é você que está fazendo tudo isso. Wanda, isso não vai trazer seu irmão de volta.

  - Realmente não vai trazer. Mas vou estar fazendo justiça por ele e todos que morreram por causa deles. James, eu estou tão perto de acabar com tudo. Estou quase localizando a última base deles. Vou por um fim nisso.

  - Mas e depois? O que vai fazer?

  - Se a proposta de fugirmos juntos ainda estiver de pé... isso se você não estiver gostando muito da ideia de ser um vingador. Nesse tempo que estou fora conheci lugares lindos. O mundo é mais do que conhecemos, James. Deveria pensar nisso.

  - Então quer ficar comigo?

  - Não, só estou convidando por cortesia profissional.

  Conseguia escutar a risada dela ao fundo e alguém lhe perguntando se queria mais café.

  - Onde você está?

  - Bem longe de você. - ela fez uma pausa.- Sabemos que se eu te dissesse você viria atrapalhar meus planos. Não posso deixar que faça isso. Foi bom te ver, as câmeras gostam de você.

  - Wanda. Nem sempre os meios justificam o fim. Pensa no que está fazendo.

  - Já pensei. Mas obrigada por se preocupar. Quando tudo acabar, finalmente eu vou ser livre.

  - Só se cuida.

  - Você também.

  Ela desligou o telefone e o guardou no bolso do casaco de lã.

  - A senhorita quer mais alguma coisa?

  - Eu adoraria um croissant e mais um café.

  - Tem que se alimentar bem, com esse tempo todos os aviões devem atrasar. - Uma senhora gentil que tirava o prato vazio de sua mesa, lhe deu um sorriso. - Está de férias? Não vejo mala.

  - É só uma viagem de trabalho. - ela sorriu e observou a senhora ir para trás do balcão do restaurante do aeroporto.

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