○ CAPÍTULO 35○

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- Tô começando achar que você bateu muito forte nele. - Sam constatou ao passar pela terceira vez a corrente que prendia Bucky a uma coluna do estacionamento onde estavam.

Wanda estava apoiada na coluna à frente dele, segurando um pano no rosto, já que seu nariz continuava a sangrar. Na verdade seu rosto estava ensanguentado pelo nariz quebrado e pelo corte profundo na testa. Sentia sua visão embaçar e mal conseguia escutar o que Steve e Sam falavam.

- Gente... - a fala baixa dela chamou a atenção de Steve, que se aproximou e segurou o rosto dela, tirando o pano que de branco já estava um vermelho vivo.

- Sam consegue cuidar dela? Ela precisa de pontos. Isso vai doer. - ele posicionou seus dedos em torno do nariz dela e o torceu, a fazendo gritar alto pela dor, enquanto a sentia apertar seu braço. - Já acabou, agora o sangramento vai parar.

- Vem. - Sam passa o braço pela cintura dela, que apoia o braço no ombro dele e vai saindo do estacionamento em direção à Vam. - Agora me diz, por que ele não acordou ainda?

- Sam, minha cabeça tá doendo e tô me segurando pra não fechar os olhos e apagar. Então não me lembro da gravidade do meu soco. - disse já sem paciência. - A gente não pode mesmo ir no hospital? Como vai me dar pontos?

- Calma, vou te dar alguma coisa pra você beber e relaxar.

{...}

He was a famous trumpet man
From out Chicago way
He had a boogie style
That no one else could play
He was the top man at his craft
But then his number came up
And he was gone with the draft
He's in the army now
He's blowin' reveille
He's the boogie-woogie bugle boy of

Estava sentado em um banco de madeira, no balcão de um bar. A música tocava, fazendo casais rodarem pela pista de dança. Sua cabeça doía, não se lembrava de como havia chegado até ali. Vestia seu uniforme do exército.
Aquela melodia, o cheiro de camarões sendo fervidos para serem aperitivos, as risadas dos marinheiros ao canto do salão, evidentemente bêbados. Tudo aquilo parecia tão normal.

- Aqui. - uma mão com as unhas pintadas de vermelho lhe passou uma taça por cima do balcão. - Me acompanha?

Quando observou a mulher, parecia reconhecer aqueles olhos verdes que o olhavam com tanta atenção. Ela abriu um sorriso e girou no banco, ficando de frente pra ele. Cruzou as pernas e pegou uma taça igual a dele, levou até os lábios e deu um longo gole. Segurou a taça em uma mão e o olhou com curiosidade.

- Qual o seu cargo?

- Sargento. - ele respondeu, pegou a taça e deu um gole pequeno antes de devolvê-lo ao balcão. - Está sozinha?

- Agora não mais. E a praia?

- Praia? Como assim?

- Nossa casa na praia. Pensei que esse fosse o plano. - A cabeça de Bucky parecia girar. A imagem da mulher ficava distorcida e embaçada. - Vem, está tocando uma ótima música. Dança comigo, James?

Então não estava mais no bar. Sim em uma cozinha toda de madeira com papel de parede florido e uma mesa branca com o jornal em cima dela. Aquilo também lhe era familiar. A casa era aconchegante e tinha um cheiro de bolo. Um delicioso cheiro de bolo de milho.

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