⚽️ 𝗢𝗡𝗗𝗘 𝗟𝗮𝘆𝗹𝗮 perde seu
pai por uma fatalidade. Nisso,
teria que passar a morar com sua
mãe e seu padrasto, o que era
seu pesadelo. Em meio a tudo
isso, alguém do passado volta
à sua vida, mas de uma forma
diferente e talvez até a faça
...
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L A Y L A L A U R E N T
Eu sempre fui uma criança meio estranha. Aprendi inglês com oito anos traduzindo músicas do One Direction e assistindo Brooklyn Nine-Nine. E não, eu não achava que um dia precisaria do inglês. Fiz por diversão.
E toda vez que eu queria algo que meu pai não podia me dar, eu ia atrás do dinheiro de alguma forma. Já dei até algumas aulas de violão para adultos com, sei lá... onze anos.
Ou seja, tudo que eu queria, eu mesma ia atrás. E sempre foi assim. Dessa vez não seria diferente. Eu queria entrar em Charleston, e para isso eu teria que estudar muito.
Mesmo sem ter as condições de estudo que a maioria das pessoas de lá tem, eu tinha uma chance e um sonho. Literalmente só dependia de mim. E eu consegui.
— Layla! — Ouço uma voz masculina me chamar. — Ou! Meu Deus, dorme que nem uma pedra! Acorda! — Me sinto ser chacoalhada.
Pressiono os olhos após uma tentativa falha de abri-los. Parecia que o sol inteiro estava na minha frente, entrando pela janela.
— Ai... — Resmungo ao sentir uma dor quase insuportável nas costas.
— Levanta logo, Layla! — Tristan bate uns papéis na minha cabeça.
— Ai, garoto! — Puxo sua camisa, sem levantar a cabeça. — Me deixa dormir.
— Leticia, 'cê já saiu do banheiro? — Tristan berra. — Eu juro que se você demorar mais um minuto ai, eu te puxo pelos cabelos, garota!
Reviro os olhos e resmungo. Eles realmente não vão me deixar dormir. Levanto a cabeça e fico um tempo olhando para a parede.
Meu Deus, só de pensar que há alguns meses atrás eu era praticamente filha única e hoje estou nessa situação...
Eu dormi sentada, com a cabeça deitada na mesa. Isso explica o porquê da dor nas costas e no pescoço.
— Ai, que dor! — Levo a mão à nuca fazendo cara feia.
— Por que você dormiu ai? — Tristan cruza os braços. — Deu formiga na sua cama? Estava até roncando. E babando. Que nojo.
— Não enche, Tristan. — Resmungo.
Olho para a mesa e a vejo vazia. De repente, sinto meu coração começar a ficar acelerado e todo meu desconforto some.
— Meu Deus! — Dou um pulo da cadeira. — Cadê as minhas coisas?!
