O Monstro Em Mim - Sirius Black

UMA PROFECIA E UMA MALDIÇÃO

A neve lá fora caía de forma agressiva de modo que era impossível ver a grama, segundo o próprio Profeta Diário na seção de meteorologia nunca se ouve uma nevasca como aquela. Para as pessoas que aceitavam a realidade, aquele poderia ser interpretado como um sinal de que tempos difíceis estavam chegando, as coisas estavam prestes a mudar.

O dormitório da Grifinória assim como a Sala Comunal e o resto da escola estavam praticamente vazios, com exceção de alguns poucos alunos que iriam passar o feriado de Natal na escola por motivos diversos. Sírius já não era mais bem vindo em sua casa desde o primeiro ano quando foi selecionado para a casa da Grifinória e não a Sonserina como os demais membros de sua família.

— Sírius?

— Thiago?

— Eu não sou Remus nem a Lilian! — Thiago se coloca ao lado do amigo que também encarava a neve caindo. — O que é que você não está me contando?

— Eu não estou escondendo nada, Thiago!

— Sírius Black! — Mesmo calmo, a voz de Thiago estava severa de mais para ele. — Você também é um membro da ordem da fênix, nós somos uma família!

— "Sob a estrela de Sírius, em noite sem luar, Nasceu um destino, sombrio a pairar. Um bebê marcado por uma antiga maldição, Dividindo-se entre luz e escuridão.
O Obscuro mais poderoso, nas sombras a esperar, No corpo do inocente, seu poder a despertar. Do Lorde das Trevas, o controle a assumir, Numa dança de almas, a tragédia a florir.
Lua e estrelas testemunham o enlace, Entre o bem e o mal, num eterno contraste. Corpos entrelaçados, destino selado, Nesta profecia, mistérios revelados.
Duas essências em um conflito a crescer, O destino do mundo, sobre o bebê a depender. Mas na magia da escolha, a esperança se faz, Que a luz vença a sombra, num final de paz."

— O que é isso? — Thiago parecia confuso. — Uma poesia?

—  É sobre a maldição que recai sobre mim, Prongs!

— Sirius, sempre soube que havia algo mais, mas nunca quis pressionar. O que está acontecendo?

— É uma maldição antiga, Thiago. Uma profecia que eu descobri sobre meu nascimento. Sob a estrela de Sírius, eu fui destinado a dividir meu corpo com o Obscuro poderoso, diferente de tudo o que conhecemos.

— Uma maldição ligada à sua estrela de nascimento? Como isso é possível?

— Parece loucura, eu sei. Mas a profecia diz que o Obscuro e eu não podemos coexistir no mesmo corpo. Uma batalha constante entre luz e trevas!

— Mas isso explica muitas coisas... as mudanças de humor, os momentos de escuridão. Sirius, o que podemos fazer? — Thiago sentia o desespero do amigo, de forma que ele poderia ser palpado. — Foi por isso também que você desistiu do Remus?

— Você não entende Thiago? — Sírius saiu da janela e sentou-se em sua cama. — Eu sou um monstro, Remus é doce, carinhoso... Eu não posso fazê-lo feliz.  Até agora, tenho conseguido manter o Obscuro sob controle, mas a batalha interna é exaustiva. E se um dia eu perder?

— Nós vamos enfrentar isso juntos, como sempre fizemos. A Ordem está aqui para apoiar um ao outro.

— Obrigado, Thiago. Sua amizade é uma luz em meio às sombras. Mas temo que a profecia não seja algo que podemos simplesmente superar.