- Ah, cara...
Ouviu o murmúrio baixinho ao seu lado e respirou fundo, revirando-se sob os edredons até alcançá-lo e se apoiar no corpo quente. Ainda manteve-se de olhos fechados por um instante, mas a luz do abajur ligado na mesa de cabeceira ao lado de Barry já começava a despertá-la. Abrindo os olhos lentamente, encarou-o praticamente deitado segurando um livro com uma única mão enquanto mantinha o cenho franzido indignado.
- O que está lendo?
- Um desses livros de banca. - Na capa que mostrava, havia uma mulher com um vestido vermelho muito comprido e a silhueta de um homem logo atrás abraçando sua cintura. Barry deu de ombros. – Eu perdi o sono e saí para comprar.
- Okay.
- E você está me julgando. – Ele disse após um segundo quando Caitlin apenas levantou as sobrancelhas, criticamente.
- Eu não estou!
- Caitlin, conheço você. – Barry fez questão de marcar a página em que estava antes de se virar para ela. – Sei identificar a face do julgamento.
- Do que está falando? Eu não tenho uma "face de julgamento". – O viu sorrir sabidamente, continuando a encará-la de forma insistente antes de enfiar o livro entre os travesseiros de ambos, na direção da cabeceira acolchoada e puxá-la para mais perto, pela cintura.
- Sim, você tem. – Estavam tão próximos que o próximo passo foi mordiscar seu lábio inferior, com calma, tentando-a lentamente como ele gostava de fazer sempre que tinham tempo. – Mas meio que gosto.
- É mesmo? – Questionou, pois duvidava muito disso, no que o velocista meramente sorriu e desviou a atenção ao seu pescoço.
- Gosto de tudo em você. – Se contorceu inteira quando o sentiu murmurar, se empenhando mais naquele ponto específico entre seu pescoço e sua orelha. – Seu cheiro é incrível.
- Você é inacreditável.
Ele soltou um riso rápido, acomodando-se sem pressa sobre seu corpo e voltando a encará-la. Barry não deveria poder ficar tão bem sob todas as luzes possíveis, mas acontecia, mesmo sob a luz amarelada do abajur, com os cabelos castanhos bagunçados por seus dedos mais cedo, os olhos brilhantes meio inchados de sono e a barba curta para completar todo o bonito quadro.
- Cait, eu falo sério! – Ele analisou seu rosto com um resquício de sorriso e a beijou novamente, antes de sussurrar contra seus lábios. – Amo seu perfume. Amo você nesse uniforme.
Riu brevemente, mas logo a boca dele apropriou-se da sua de forma exigente e tudo em que podia pensar era nas mãos passeando por seu corpo, sob o uniforme azul de beisebol do time da delegacia – seu pijama oficial todas as vezes em que dormia ali, nas últimas semanas. Ofegante, fincou as unhas nas costas nuas de Barry ao descansar as pernas confortavelmente contra os quadris dele, sentindo-o duro contra o lugar certo.
A barreira da calça de moletom e de sua calcinha já começava a incomodar, pois podia se mexer apenas muito limitadamente e Barry não parecia com pressa ao se concentrar em seu pescoço novamente, beijando e mordiscando com calma, testando seu limite, pois sabia que, em alguns minutos, Cait não estaria nos ofegos silenciosos e discretos. A casa no lago era ótima, realmente.
Seus dedos entrelaçaram-se aos fios castanhos, cada vez mais macios sempre que os tocava, e fechou os olhos, mordendo os lábios ao senti-lo enganchar os dedos nas laterais de sua calcinha e deslizá-la para baixo por suas pernas. Dessa vez, ela quem alcançou a boca de Barry, beijando-o mais lascivamente do que admitiria, pois queria mais dele como se não houvesse tido naquela mesma noite.
No entanto, no instante que a mão dele deslizou pesadamente por sua perna nua e começou a subir internamente por sua coxa, o ruído baixo e insistente fez com que tudo pausasse. Lentamente, Barry deixou sua boca e ambos encararam criticamente o celular que vibrava sobre o criado ao seu lado.
- Não. – Pediu com uma careta lamentosa.
- Sim.
Barry murmurou olhando contrariadamente para o aparelho, antes de se esticar para pegá-lo e entregar a ela, claramente, se recusando a manter distância enquanto Caitlin atendia.
- Cisco, são duas da manhã, eu espero que tenha um bom motivo para estar me interrompendo. Interrompendo meu sono, eu quero dizer.
- Você soa bem desperta. – O ouviu gracejar enquanto levava uma das mãos para ajeitar uma mecha do cabelo de Barry de caía sobre a testa. – Precisa vir ao laboratório, é urgente.
- O quê? Agora? – Perguntou numa careta, no mesmo instante que os lábios de Barry desceram em direção ao seu colo, desabotoando sem pressa cada botão do uniforme que ele gostava, fazendo-a engolir em seco, quase fechando os olhos. – Por quê?
- A bolsa de Iris estourou.
- O quê? – Abriu os olhos imediatamente, empurrando Barry e sentando-se de maneira ruidosa. – Iris está em trabalho de parto?
- Sim. Acabei de buscá-la, como nós combinamos. – Olhou para Barry, que a olhava alarmado de volta, ambos completamente esquecidos de tudo que faziam antes da ligação. Então, a voz de Cisco tornou-se um pouco mais desesperada. – Você precisa vir agora, Cait, eu não sei o que fazer com uma grávida e ela está apertando a minha mão muito forte!
- Okay, certo, eu... Estarei aí em um instante. – Olhou o telefone por alguns segundos ainda, antes de se voltar a Barry, completamente assustado sentado ao seu lado. – Você está bem?
- Sim, apenas... Sinto como se estivesse tendo um ataque de pânico. – Caitlin sorriu brevemente e passou o braço pelos ombros dele, apoiando o queixo por ali.
- Agora, você realmente será papai.
Frisou antes de beijá-lo na bochecha e levantar-se, buscando sua calcinha. Barry a imitou de forma automática, jogando as pernas para o outro lado da cama enquanto balbuciava que precisava de um banho. Abriu o guarda-roupa, pegou uma troca de roupas, que deixara ali por precaução e começou a se trocar. Em segundos, enquanto ainda abotoava o sutiã, o velocista voltou do banheiro já vestido e com os cabelos molhados, perguntando se estava pronta. Após se dar conta do que acontecia, ele a queria no S.T.A.R. Labs o mais rápido possível, mas Cait manteve-se calma: tudo sairia conforme o planejado.
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Sutil
RomanceQueria se apaixonar por Barry, amá-lo, romanticamente falando, mas não queria correr o risco de não poder amá-lo como um de seus melhores amigos por uma escolha incerta que fizeram em um momento de fragilidade