Parte 20

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Nota: Comentários são sempre bem-vindos, nossa história está perto do fim e eu espero que tenham se divertido até aqui.

O som dos saltos dos sapatos no piso ecoaram pelo ambiente antes que as duas mulheres pudessem perceber quem era, mas logo Harley abriu um sorriso, pois já conhecia aquela melodia e perfume doce que chegaram antes mesmo de sua dona.

A ruiva carregava uma destreza invejável e maestria em cada gesto, ao segurar o rosto da mais nova pelo queixo e o levar na direção de um beijo ousado e lento, sem se importar com a presença de Diana bem ao seu lado.

A preocupação da amazona havia ido aos vários ramos de folhas que compunham seu traje, completamente vivo e em leve movimento a sua volta. Ivy vestia um collant verde perfeitamente encaixado em seu corpo com detalhes alinhados, embora a natureza não fosse exatamente perfeita em simetria, tudo o que vestia era formado por plantas e isso era no mínimo interessante.

Ao fim do beijo, Pamela deslizou a língua demoradamente pelo contorno dos lábios da loira e soprou, de repente, uma fumaça púrpura na direção do rosto de Diana, sem aviso. A princesa sabia sobre seu veneno letal, mas estava atordoada demais com seus pensamentos para ter qualquer impulso de desviar.

A voz sedutora da ruiva invadiu seus sentidos, que já falhavam.

— O beijo da morte não pode ser fatal para quem eu amo, você não acha? — perguntou Isley com um sorriso. 

Com a visão turva, a morena sentiu seu corpo cair sobre o sofá, mas ainda ouvia a voz aguda de Harley ao fundo.

— O que você fez? Ah, meu deus!!! Isso é incrível!!! Ela apagou... Se você matou a Mulher Maravilha, nós vamos ter uma briga muito feia, Pamela Isley!

Themyscira 1705a.c.

Os cabelos ruivos de Maeve eram reluzentes nos raios de sol, como fogo, mas Diana a encarou só por um segundo, antes de seguir em frente em sua formação para comandar as tropas já preparadas. O que acontecera na noite anterior, ou ao acordar, já não fazia parte de sua realidade. A Rainha Hipólita havia partido em uma viagem perigosa da qual poderia não retornar e não deixava espaço para devaneios da jovem princesa, ela era responsável por suas irmãs, por sua raça de guerreiras abençoadas pelos deuses.

O fato de ter a rainha pessoalmente em seu quarto para acordá-la ainda antes do amanhecer, inicialmente, não pareceu ser o início de uma catástrofe, mas as expressões sérias e concentradas das demais, sim. A responsabilidade moveu cada pensamento seguinte, fazendo com que a adrenalina comandasse os passos da princesa.

A alta velocidade com a disparada das montarias, fazia com que as mulheres sentissem o vento de modo que pareciam voar, apesar da agressividade do galope, tinham total domínio dos movimentos, como se fossem uma só com seu animal. O momento exato de lançar a flecha, era também um instinto, um movimento involuntário pela repetição. Os próprios deuses invejariam a destreza e selvageria das mulheres guerreiras, mesmo que não fossem mais do que humanas, exceto por Diana.

O paraíso tinha um preço, guardava uma das passagens para o outro mundo, algo que deveria ser protegido a qualquer custo, mas até mesmo as amazonas mais experientes desconheciam a entrada para o que os mortais chamavam de inferno.

Quando fora ordenado que seguissem para o local sagrado, as mulheres já sabiam que aquela provavelmente seria a luta de suas vidas, até para aquelas que venceram a escravidão, como a rainha Hipólita.

Longe de Themyscira, um outro lugar mágico parecia aguardar a chegada da loira, que há muito havia deixado sua montaria alada de lado para seguir em uma caminhada até o local de seu destino. Grossas raízes se entrelaçavam, abrindo caminho para que Hipólita passasse, como se a vida fluindo através das plantas, também pudesse movê-las tal qual um emaranhado de cobras.

Lições de uma guerreira - Mulher Maravilha e SupergirlOnde histórias criam vida. Descubra agora