— O que… Por que diz isso — a kryptoniana sussurrou, vacilante, a voz fraca quase não saía.
— Está tremendo — respondeu Maeve em outro sussurro.
Kara estava hipnotizada pela mulher de cabelos acobreados, queria poder ler aqueles olhos, desejava desvendar a paixão adolescente de Diana, queria ser como ela, possuir a confiança, graça, o mesmo sorriso cativante, mas continuava ali, demonstrando sua tremenda falta de jeito. Não podia se culpar, no fim, era apenas humana também.
— Desculpe, eu… Não devia estar aqui — fez menção de levantar, correr, voar, fugir dali, mas a mão em um toque leve no rosto a fez congelar no lugar, Maeve não tinha a força da princesa, mas não precisava.
De repente, o som de uma mordida bastante audível, como algo se quebrando. Uma maçã! Ambos os olhares foram na direção de Diana, que ainda com o fruto na boca, se apressou em explicar.
— Ah, me desculpem. Eu não costumo comer, mas essa interação me deixa intrigada. Podem só fingir que não estou aqui.
A tensão se dissipou para a kryptoniana ao encarar o olhar cúmplice da guerreira amazona. Pela primeira vez, não estavam competindo em seus instintos. Avançaram juntas na direção da morena, os lábios encontrando seu pescoço ao mesmo tempo, causando um arrepio instantâneo.
Relações frágeis e sentimentos frágeis não devem ser colocados à prova, mas o que sentiam não era, definitivamente, frágil.
Diana não pensou em mais nada, deixou o corpo cair lentamente sobre o tecido branco, sentindo-o inundar em um tsunami furioso que as línguas molhadas das duas mulheres causava ao deslizarem pela pele. Não tinha planejado aquilo, tampouco tinha anseio em obter prazer daquela maneira, mas admitia que ver sua amada em descobertas inéditas era algo interessante. Não havia algo único no sexo com Maeve, não existia movimento que sua boca, ou suas mãos pudessem fazer, que não fosse possível de ser reproduzido. O antigo amor que nutria por ela? Estava ali, diferente, transmutado pelos anos, séculos, milênios. Admiração, carinho, mas o desejo apenas atravessava a barreira do que era comum, esperado. Uma mulher bonita, gentil e sensual. Diana não era mais uma adolescente, a batalha não era mais algo a ser apenas imaginado.
No entanto, a dona dos cabelos dourados, se via fascinada pelos movimentos que espectava em câmera lenta, a boca molhada da ruiva a deslizar pela pele morena de sua mulher, o montante de saliva deixando um rastro no pulsar logo abaixo da derme fina, podia sentir cada aroma, som e mínima movimentação, estava ofegante, a ponto de enlouquecer, era como observar uma serpente pouco antes de seu ataque mortal. Xingou mentalmente, ainda sentia-se trêmula pela euforia.
Aquilo não podia estar realmente acontecendo!
Escorregou os dedos para dentro sem demora, tinha que ser ela, apenas sua força a lembraria de que a pertencia naquele momento. Sentiu a própria intimidade molhar ainda mais com o gemido delicioso que escapou dos lábios da princesa, alto, prolongado, como se ela própria desfrutasse daquele som que emitia. Em seguida, a garota de aço apoiou o rosto no seio arrepiado, o provocava com a boca, com os dentes, mas os olhos ainda vidrados na figura da ruiva a viam descer cada vez mais, alcançando o ponto mais sensível da morena com a língua. O fôlego se esvaiu de seus pulmões, ao captar os movimentos que Maeve fazia, ciente de todas as reações no corpo da princesa, colado ao seu.
Os sons se misturavam na audição aguçada de Diana, a penetração bruta da Supergirl, a língua insistente de Maeve em lambidas sem pausa em seu ponto mais sensível e a atenção que Kara colocava em cada detalhe do que acontecia. Podia sentir a pele arrepiada da jovem em seus dedos, que deslizavam por toda a extensão das costas e logo depois pela cintura.
As lambidas de Maeve se transformaram em uma sucção forte e dolorosa em seu nervo, o olhar cinzento era intenso no rosto de sua “caça”, tomado pelo prazer. Já Kara, facilmente sabia quando o ápice do prazer se aproximava, com batimentos cada vez mais acelerados, sempre sabia, todas as vezes. A mão da kryptoniana deslizou para o pescoço da morena em um aperto firme, a dominava com maestria, se transformava em algo muito distante daquela menina tímida.
Diana soube que não duraria muito tempo com aquela tortura física deliciosa.
Vieram intensas e incessantes as contrações que anunciavam o orgasmo, acompanhadas de gemidos altos, graves e roucos. Se contorceu, mas o braço forte em volta da cintura a impedia de se mover.
Novamente o olfato foi provocado com o aroma do gozo, o cheiro de sua fêmea em um prazer incalculável, era a Supergirl, afinal. Poderia farejar algo assim há quilômetros. Gemeu instantaneamente, a excitação tornando-se dolorosa.
A língua de Maeve passou a deslizar com mais calma quando Kara retirou os dedos devagar, ainda sentindo o pulsar ritmado, a boca inundada pelo gosto que provocava seus instintos mais primitivos e intensos.
Em um gesto automático, a loira levou os dedos até os lábios da guerreira amazona, notando o impulso que tinha em provar mais daquilo. Recebeu as lambidas lentas, limpando os dedos lambuzados um a um, junto do olhar feroz e sentiu que algo em seu abdômen se contorceu com a adrenalina, prendendo um gemido na garganta. Os lábios encontraram os de Maeve com urgência em um beijo lascivo, saboreando ali o gosto da princesa ainda muito presente, se dissipando aos poucos com os movimentos lentos e intensos de suas línguas. Fechou o próprio punho afim de não machucar a ruiva, mas logo os toques ansiosos encontraram o corpo de Diana e ali sabia que podia usar sua real força.
Com os olhos semicerrados pelo prazer intenso, sentindo-se ainda levemente tonta, a morena observava atentamente cada detalhe do beijo que trocavam, a excitação voltando como uma avalanche, o sexo voltando a pulsar sem controle. O palavrão saiu audível em um sussurro acompanhado de um gemido, não podia evitar.
“Porra, mas que… !!!”
Ao ouvirem o que era pronunciado, as mulheres compartilharam entre o beijo um sorriso carregado de malícia.
Se continuassem assim, aquela noite duraria uma eternidade.
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Lições de uma guerreira - Mulher Maravilha e Supergirl
FanficQuando em um treinamento de luta corpo a corpo com a Mulher Maravilha, a Supergirl acidentalmente viaja no tempo para o ano de 1.500 a.c. ao tocar um artefato antigo, ela acaba por salvar as Amazonas de uma catástrofe iminente e se vê diante de um d...