Na manhã seguinte, Camila sai um pouco cedo do seu condomínio deixando Douglas dormindo, seus hobbies favoritos é ler, pintar e sair pra tomar café fora com pouca frequência usando um vestido marrom.
Na cafeteira, ela pede pão misto com cappuchino, comendo e apreciando sua bebida abriu o livro de romance brega para ter seu momento de paz com seu fone de ouvido fechando os olhos mastigando o sabor do presunto e queijo e levando a xícara aos lábios por 9 minutos.
De repente ela abre os olhos e se assusta com Diogo totalmente parado em pé com o sorriso frouxo em seu rosto.
- Olá, bom dia Mila... Desculpa se te assustei, gata. - ele pega o livro dela.- tá lendo... "Bem Ditas Cartas"? Interessante, tá aprendendo a escrever cartas de amor?
- não... eu só... tô aproveitando minha solitude.- ela retira o livro da mão do Diogo.
- ah... vou ficar um pouquinho com você...
- não é necessário! - ela grita sem querer.- quer dizer... eu gosto de ficar sozinha.
- nossa... parece que alguém machucou uma linda canarinha ferida.- Diogo senta na frente dela sem hesitar.- conte pro poeta do amor aqui, que vai levantar sua autoestima.
- não, obrigada.- Camila paga a conta, evitando seu jeitinho fofo educadamente.
Camila on
Saio da cafeteria após pagar a conta, mas Diogo me segue de mansinho, só que ouço sua respiração.
- você quer parar de me seguir?- pergunto ficando com raiva.
- não.- ele solta a risada.
- Diogo... eu não tenho tempo pra isso.- desvio o caminho e ando até o ponto de ônibus.
- onde vai? Estou curioso pra saber onde minha Deusa está indo.- ele se aproxima.
Me arrepio ao ouvir isso, fazendo abrir o sorriso de ursinho apaixonado, mas desvio o olhar pra não perder a paciência.
- aposto que você chama todas as mulheres assim, porque várias delas são loucas por você e te querem como uma bolsa cara da Chanel.- o ônibus se aproxima, enquanto estico meu braço pedindo ponto.
- na vida, tem milhões de mulheres querendo o que tenho, dinheiro, sexo e me usar como um brinquedo de criança, mas só uma é diferente e ela está de vestido marrom indo embora, perdendo a oportunidade de passear comigo nessa luz do dia.
Pera... ele tá falando sobre mim?
- espera um pouco... essa garota diferente que você mencionou, sou eu?
- Acertou, bebê... mas é sério, não vá ainda, vamos dar uma volta e depois te levo pra casa de carro, fica por favor.- Diogo se aproxima um pouco com o olhar sério e carinhoso.
- eu...
O ônibus buzina me chamando, minha mente e meu coração discutem muito se deve ficar ou ir embora, mas não sei o que fazer.
- Terra chamando Mila.- Diogo solta uma risada colocando a mão no seu peito, acordando meus pensamentos me deixando irritada.
- ah! Vá tomar no cú!
- não posso, tenho coisas importantes pra fazer... vem comigo, você pega o ônibus depois, por favor.
Bufei de raiva.
- tá bom, mas sem gracinhas tá, tô de olho.- andei afastada dele, deixando o ônibus seguir o caminho dele.
Algumas horas da manhã...
Diogo e eu ficamos passeando na Barra, trazendo sons das ondas, risadas, algumas conversas com um pouco de ferida em nossos corações sem saber como curar.
Passeamos por horas e horas e horas, até que sentamos no banquinho em frente ao mar respirando e sentindo o silêncio na nossa voz.
- er... já é meio-dia, tenho que ir...- Diogo segura o meu braço me pedindo pra ficar mais um pouco com o seu olhar.- Diogo...
- fica, minha Deusa.- ele tenta tocar no meu rosto, mas não deixo.
- não.- me viro e aperto meus braços sentindo a crise tomar conta da minha energia, mas sinto seu abraço por trás.
- ei... estou aqui pra entender seus medos, curar suas crises e te ajudar a superar isso.- ele me abraça forte (muito forte, socorro), mas me conforta com cuidado.
Diogo se desfaz do abraço e me viro ao lembrar do meu ex que me abraçava desse jeito, em seguida ele se aproxima mas me afasto com cuidado.
- desculpa... eu não posso.- saio correndo começando a chorar, deixando pensamentos e memórias ecoarem na minha mente.
Chegando no condomínio...
Abracei meu amigo chorando muito, depois conversamos sobre o que aconteceu hoje, mas as borboletas ficaram fazendo cócegas no meu estômago.
- depois do silêncio, palavras bonitas, flerte e outras coisas, me afastei com medo de cair no laço do amor e me ferrar depois.- conto alguns detalhes.
- isso não é emocionante, mas entendo seu bloqueio emocional, amiga... mas isso tem que sair, se não você vai morrer sozinha.
- posso viver com isso.- revirei os olhos me jogando no sofá enfiando meu rosto na almofada.
- tem certeza? O Baco iria ficar puto e triste.- ele toca nas minhas costas massageando.
- deixa ele quieto, tem muita mulher o querendo, e vai sobreviver sem mim.- olho pra ele com os olhos inchados de chorar no travesseiro.
- vai nada, nenhuma delas é como você, sua gostosa.- ele me dá um tapa na bunda.
- oh porra, não faz isso!- o empurro pra cair no sofá, ele ri e se levanta.
- mas... é sério, o que rolou depois do passeio e crise?
- ele... me abraçou.- fico com rubor.
- ele o quê, piranha? E deixa eu adivinhar, você deu um selinho e chegou aqui chorando arrependida igual uma garota de programa, acertei?
- não teve beijo e não, não voltei chorando igual uma garota de programa por conta disso e sim que... depois do abraço, e a crise voltou.
- ah...- Douglas fica decepcionado.- pensei que teve um selinho ou algo mais.
- Douglas, vai por mim, eu não vou me apaixonar de novo e ponto final.- me levanto e vou pro banheiro.
- veremos, piranha.
- sua mãe, que me arranha.- rimei.
- é o quê???
Douglas fica puto e tenta invadir o banheiro, mas ele sabe que é brincadeira, pois fazia isso no ensino médio onde ganhei puxão de orelha. Ai saudades daquela época.
Camila off
Continua...
Amanhã tem mais.😄
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Meu Girassol 1° Temporada (Baco Exu Do Blues)
RomanceDiogo Álvaro Ferreira Moncorvo, 27, mas conhecido como Baco Exu do Blues, um cantor baiano, acaba de sair do relacionamento possessivo com Sheila, 30, uma modelo carioca muito ciumenta. Mas o que ele não esperava é que se tornaria um homem ciumento...