xxxiii. Pergunte às estrelas, elas são testemunhas

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um coração teimoso que insiste em bater forte

c i t y   o  f    a n g e l s 

A Queda das Estrelas acontecia quando  a bolsa de Feyre estourou e ela teve que ser levada as presas para casa. Não meio de tanta alegria e de tantos outros motivos para comemorar, a chegada da pequena justo naquele dia era um bom presságio do futuro. 

Com os dez meses completos de gravidez a barriga da grã-senhora estava enorme, parecia que ia explodir. Feyre brilhava mais do que tinha brilhado nas gestações anteriores. Faltava muito pouco para a caçula da noturna nascer, a mãe dela sentia as vésperas da preparação da grande comemoração da Cidade da Luz Estelar. Mas não esperava que seria tão cedo. 

O bebê se chamaria Lianna. A menina carregaria em seu nome o legado de sua avó paterna. Lianna seria a garotinha mais amada,  a criança mais sortuda. Ela teria as estrelas e o céu a seu alcance. E cresceria cercada de sua família, em uma cidade dos anjos, um lugar de pura luz, Velaris. 

Quando estivesse grandinha o suficiente seus tios a ensinariam a voar, e então aquele céu seria ocupado por ela, a filha de Rhys e Feyre. A cidade da Luz Estelar não era só sua cidade natal, mas sim o porto dos sonhadores, dos artistas. Vivendo lá ela conheceria a história de seu povo, de como ele foi protegido, era pós era, até que as proteções caíram e os moradores de Velaris viram a dor mais de perto. 

Algum dia ela saberia sobre como sua mãe defendeu o Quarteirão dos Artistas ou de como seu pai se desesperou ao pensar que sua parceria estava em perigo.

Ela tinha sido só um bebê na barriga de sua mãe e mesmo assim tinha um futuro de glória à sua disposição. Nos primeiros anos, seus pais, o irmão mais velho e tios seriam um grude com ela, um cuidado medonho.

Assim como foi com Nyx, Lianna seria a mascotinha do Círculo íntimo. Era muito fácil pensar em uma realidade onde ela já tinha nascido e já integrava a louca dinâmica da Corte dos Sonhos.

Feyre com certeza daria uma tela e um pincel para caçula na primeira oportunidade e com seus olhos de mãe ela iria aplaudir a todas obras de sua pequena. Se não tomasse cuidado, a Grã-senhora da Noturna inauguraria um anexo da galeria só para expor as pinturas assinadas por sua filha. Nyx que se cuidasse.

O pai, por outro lado, perderia toda a postura de malévolo. Um serzinho tão pequeninho o desconstruiria por completo. E se Feyre iria trazer a filha deles para o mundo da arte Rhys treinaria sua filha para que sua primeira palavra fosse "papai", ou quem sabe "papai é o Grão-senhor mais lindo e poderoso de Prythian".

Futuramente, quando Alina inteirasse seus 15 anos e fatidicamente tivesse sua primeira paixonite, Rhysand teria que radicalizar com algum plano de contenção. Ele ainda não tinha muitos detalhes, mas já tinha dado início ao planejamento. A primeira medida seria lavagem cerebral. Cass e Azriel já estavam cientes e apoiavam completamente.

A pobre Lia que lutasse. Ela dependeria da boa vontade de sua mãe e tias. Nascer naquela família poderia acabar virando uma enrascada. Mor previa silenciosamente que ainda acobertaria muito sua sobrinha, isso se ela não fosse afastada sob a alegação que ela era uma péssima influência. Morrigan obviamente não aceitaria e diria que Cassian tinha muito mais potencial para ser uma mal influência para a garotinha.

Não seria surpresa para ninguém se a garota crescesse escutando das galinhas protetoras coisas como: "Papai, tios e irmão são os únicos homens que eu preciso na vida". "Garotos são nojentos, devemos manter distância" e "Filhinha de papai na área, fique longe."

No fundo, a única pessoa mais ou menos sã que Lia teria seria seu tio Az, porque quando ela se deparasse com a noção de normalidade do dia a dia daquele monte de gente que ela chamaria de família, o tio caladão e misterioso seria sua melhor salvação.

Uma Corte de Estrelas CadentesOnde histórias criam vida. Descubra agora