Memories [Taennie]

.capítulo IX.

Afastei Chichi de mim e ela me encarou sorrindo. Acariciei sua bochecha e analisei cada pedacinho dela, emocionada e podendo prestar atenção em seus detalhes. Ela era definitivamente uma mistura minha e do Tae. Tinha de mim o nariz e o sorriso, os olhinhos eram uma característica exclusiva dela ou quem sabe tenha herdado de algum familiar paterno, eram grandes.

Ela estava com os cabelos de um castanho-claro estavam soltos. Acariciei os fios por entre meus dedos, tão macios quanto um cobertor felpudo. De repente, seu sorriso se transformou em uma expressão confusa e até certo ponto, preocupada.

— Mamãe... — Ela segura minha bochecha e passa o polegar levemente, limpando uma lágrima. — Não chore... Eu não gosto quando você chora. — As lágrimas imperceptíveis agora corriam descontroladamente em meu rosto.

Puxei Chichi para mais um abraço, cheirando seus cabelos e beijando sua bochecha. Ela envolveu meu pescoço com os seus bracinhos e me apertou também, um aperto bom. Ficamos assim tempo suficiente para as pessoas nos perceberem e começarem a encarar, foi então que me levantei e segurei a mão da Chichi. Ela me encarava com os olhinhos brilhando e eu nunca me senti tão amada com apenas um olhar.

— Vamos para casa? — Pergunto e ela se vira para o pai.

— Eu vou pra casa da tia Lisa outra vez? — Perguntou entristecida.

— Hm... Que tal você ficar conosco? — Seu sorriso voltou a iluminar seu rosto.

— Sério, papai? — E então ela me encara, sorrindo e outra vez com aquele olhar que me causava uma extrema felicidade. Assenti eufórica e ela se animou.

Tae se abaixou e a pegou no colo, ela parecia extremamente feliz em estar indo para casa e contou sobre seu dia na escola durante o caminho todo. Ela não usou necessariamente as palavras para me mostrar que o período que passou sem mim foi doloroso para ela, apenas sua felicidade enquanto sorria e contava para mim suas aventuras na escola e com a amiga Amelie, filha de Lisa. Como se ansiasse por dizer aquilo.

Fiquei curiosa para conhecer a melhor amiga da minha filha e para saber o que aconteceu com a minha amiga durante todos esses anos, mas aquilo poderia esperar, meu foco agora estava única e exclusivamente na minha Chichi.

— Chichi, lave as mãos para o almoço. — Diz Taehyung quando chegamos. Ela apertou minha mão forte.

— A gente não vai ter macarrão com queijo, né? — Ela diz fazendo uma careta. Ri percebendo que ela não gostava de tal comida. Taehyung riu também.

— Não querida. — Ela suspirou aliviada.

— Mamãe, você me ajuda? — Assenti sorrindo e ela me arrastou para o banheiro ali perto. Era pequeno e bem decorado e havia apenas um vaso sanitário e uma pia. Ela pôs a língua para fora quando ergueu os pés para ligar a torneira e lavar as mãos. Ela não precisava da minha ajuda, mas me queria por perto. Quando terminou, fechou a torneira, sacudiu as mãos e se virou para mim. Lavei minhas mãos após ela, enxugamos juntas e voltamos para a cozinha, onde Taehyung parecia preparar algo. — Hm... Papai... — Diz Chichi segurando minha mão como se nunca mais fosse soltá-la. — Está cheiroso.

— Está mesmo... — Concordo e Tae nos encara com um olhar orgulhoso. O cheiro de frango frito fez meu estômago girar, me fazendo perceber que eu não havia comido nada e no meu organismo existia apenas a nicotina de mais cedo.

— Então se sentem, amores da minha vida. O almoço está quase pronto.

Almoçamos ouvindo as histórias de Chichi que gesticulava e aumentava qualquer acontecimento, assim como qualquer criança. Parece que Lisa é sua preferida, o que me fez indagar onde Rosé estava, mas tive medo de indagar.