.capítulo I.

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Meus ouvidos pareciam entupidos, eu ouvia alguns sons, mas não conseguia reconhecê-los. Tentei me focar, ouvi baixinho o que parecia ser o som da TV passando uma notícia, algo sobre alguma Kardashian ter sido traída mais uma vez, ouvi também um som de um bip irritante que ecoou em minha mente, parecendo estar perto.

Fechei as pálpebras com força, uma claridade incomum me incomodou, como se tivessem colocado uma grande luz em meus olhos. Quando finalmente senti que estava pronta, os abri devagar e encarei o teto branco de gesso com um lustre quadrado ao centro, talvez fosse aquela luz que estivesse me incomodando.

Estendi meu braço e senti uma fisgada, só então me dei conta que eu estava em um hospital e nas costas da minha mão havia uma agulha onde eu recebia a medicação intravenosa. Franzi a testa, sentindo também um tubo conectado ao meu nariz.

— Jennie? — Ouvi uma voz, uma voz conhecida, mas não tão conhecida assim... Kim Taehyung, integrante do BTS.

Eu o conhecia, mas não éramos próximos, apenas amigáveis. Franzi a testa em direção a ele, queria perguntar ou falar algo, mas minha garganta parecia seca e eu parecia não saber formular uma frase.

— Você está bem? — Ele parecia preocupado. — Está sentindo algo? — Fechei os olhos, voltando a sentir dor de cabeça. Ele tocou meu ombro, fazendo-me sentir um arrepio estranho, me afastei e o encarei assustada.

— Onde eu estou? — Consegui perguntar por fim. — O que aconteceu? — Gritei sentindo uma forte dor de cabeça.

Estávamos voltando das gravações do The Show, GD estava comigo e parecia não saber manter suas mãos quietas já que estava sempre acariciando minha perna e dizendo sacanagens em meu ouvido, ele estava apressado para chegar em casa e apressava o motorista. Ouvi uma alta buzina e uma freada, lembro de bater a cabeça, mas não lembro o que aconteceu depois.

— Sofri um acidente? Onde está o GD? Por que você está aqui? — Eu sentia uma forte dor de cabeça, meu cérebro parecia estar se forçando à algo. Taehyung estava à minha frente e engoliu em seco, ele parecia preocupado e frustrado.

— Eu- Chamarei a médica. — Saiu do quarto apressado e eu levei minhas mãos a testa, massageando para tentar fazer a dor passar.

Olhei ao redor, observando melhor o quarto. Ele era confortável e muito luxuoso. As cortinas estavam abertas e quando olhei para o lado e vi os prédios e o estacionamento. Franzi a testa, não parecia a Coreia. Olhei para a TV, passava uma série boba americana, não reconheci qual era.

Alguns minutos depois, uma médica entrou no quarto, acompanhada de duas enfermeiras. Ela segurava uma prancheta transparente, então pude ver os papéis, mas obviamente, não pude ver o que estava escrito. A doutora entregou a prancheta para uma das enfermeiras e se aproximou de mim, retirando uma lanterna do jaleco.

— Senhora Kim, como se sente? — Ela perguntou suavemente e em inglês. Que história era essa de senhora Kim? E, por que em inglês?

— Estou com dor de cabeça. — Digo e ela pediu licença, abrindo minhas pálpebras e colocando a luz da lanterna em meu olho. Gemi e virei a cabeça agoniada, mas a doutora era insistente. — Será que pode parar com isso? — Pergunto um pouco rude, mas ela fingiu não me ouvir.

— As pupilas estão normais. — Ela disse e eu esfreguei meus olhos, vendo tudo escuro e pontinhos brancos como vaga-lumes dançando em meus olhos.

— Onde estou? — Pergunto ainda tentando focar minha visão.

— Em um hospital. — Aquilo era meio óbvio.

— Sofri um acidente? — A doutora assentiu ao que foi outra pergunta óbvia. — O que aconteceu?

Memories [Taennie]Onde histórias criam vida. Descubra agora