Chapter 12 - Violet

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  Passei as últimas duas semanas pesquisando sobre os meus pais, depois de abrir os "jogos" de Phill, descobri serem arquivos e relatórios da minha mãe sobre meu ano na Hydra e os testes. Os meus pais estavam atrás de uma médica chamada Stephanie Gerard, que aparentemente esteve na Shield por anos e trabalhado em vários projetos que envolviam genética e biologia quântica.
  Então passava metade do meu dia hackeando ou buscando mais respostas, enquanto contornava Lian e fingia que realmente estava aproveitando minhas férias.

— Vou treinar um pouco. — avisei Lian, enquanto ia para a garagem.

  Descobri que a pequena May tinha um saco de boxe e isso foi uma mão na roda para manter o disfarce de adolescente antissocial.

— Não destrua meu carro de novo, querida. — fiz careta, me lembrando da primeira vez que usei a garagem para treinar. Acabei estourando o saco de boxe, caindo numa estante e que foi parar em cima do carro de Lian.

— Me desculpe por isso, eu já arrumei! — a lembro, andando apressada para lá antes que ela começasse a falar sobre a explosão de arroz queimado pela cozinha de ontem.

  Deixei a rádio em som médio, na minha estação de rock favorita e me aqueci para treinar.
  Era assim a maioria dos meus dias. Treinar na garagem, ajudar com a louça e a cortar grama do quintal, fugir de Lian das aulas de tricô, concertar algo quebrado de casa, me esconder no quarto até tarde estudando sobre o que aconteceu comigo, ir ao mercado, procurar respostas sobre os meus pais e em como tirar esses bloqueadores.

  Uma hora depois, fui tomar um banho e coloquei a primeira roupa que achei no armário, vendo Lian cuidar de algumas flores no quintal.

— Hum, tudo bem eu ficar no quarto? — perguntei a ela.

— Pensei que fosse ao mercado. — ela afastou o chapéu dos olhos.

— Posso ir amanhã? — a mulher confirmou, um pouco cética. — Prometo que faço o almoço. — digo empolgada.

— Não. Você é com certeza a pior cozinheira que conheci. — acenei, aceitando esse fardo e indo para o quarto.

  Além das pesquisas que Phill me deu por algum motivo, Raina havia plantado uma dúvida que crescia cada vez mais. E se tivesse realmente uma chance dos meus pais estarem vivos?

— Certo. — sentei em frente ao notebook aberto. — Jogo de Galaga ativado, Quakes007 na área e procurando. Urgh, espero mesmo que Raina esteja certa ou eu volto no tempo e bato nela. — resmunguei, me girando na cadeira giratória. Peguei minha câmera e a liguei, começando a gravar meu progresso. — Hã...dia quinze? — me pergunto confusa. — Talvez...enfim, o programa está rodando pela décima vez hoje, até agora nada e se alguém ver esses vídeos, saiba que paro de tentar tirar esses malditos bloqueadores. — falei, os girando no pulso e desligando o vídeo.

  Arquivei na pasta da nuvem e voltei a pesquisar sobre a época da morte dos meus pais.
  Eu posso parecer meio obcecada com isso? Sim, mas se não sou eu a desvendar o que aconteceu, quem vai? Eles são os meus pais, os que me resgataram da Hydra e morreram tentando saber o que aconteceu comigo naquele um ano.
  Se ao menos eu lembrasse de algo útil...qualquer coisinha...mas nada passava na minha cabeça, só me lembro dos momentos bons antes de tudo desmoronar.

..." — Vie! — saí correndo pelos corredores, ouvindo a voz do meu pai cada vez mais distante.

— Aham. — gargalhei ao sentir cócegas em mim e a minha mãe os fazia rindo também. — Menos risadas e mais sono, mocinha. — disse passando uma toalha nos meus cabelos, que estavam úmidos.

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