〖22〗

562 89 60
                                    



Com os cinco meses de gestação, havia chegado a hora de descobrir o que as mamães estavam aguardando ansiosamente, iriam descobrir hoje se seria menino ou menina.

_Tô nervosa_ comentou Soraya com Simone.

_Não fique, eu tô aqui, seus pais estarão lá também_ disse à amada.

Depois da descoberta que Soraya teve, aos poucos ela foi se acostumando com as três pessoas que chegaram em sua vida, sendo eles seus pais e sua irmã, atualmente ela já os chama de pai e mãe de uma forma mais natural e não forçada como fazia no começo.

_Sol, vamos logo, que de lá eu já vou comprar as roupinhas_ Eli chegou animada no quarto dizendo.

Descobriram com um tempinho passado, que Eli e Leila eram bem mais que amigas, recentemente contaram que estão namorando, e vivem mais coladas do que nunca, completamente apaixonadas.

_Certo, vamos amor_ levou na mão da morena.

Saíram as três dali no carro de Simone, encontrariam com o casal no hospital mesmo, como combinaram mais cedo, e assim fizeram, ficaram na sala de espera até as mamães serem chamadas.

_Eu queria entrar doutora, deixa vai_ implorou Eli.

_Eu também quero entrar doutora, é o meu neto_ disse Ilda.

_Será muita gente_ disse a doutora.

_Por favor, nos deixe entrar, por favor vai_ mais uma vez Eli implorou.

Baixando a guarda, a médica deixou mais as três pessoas ali entrarem, só faltou Leila, mas a mesma no momento estava no trabalho.

_Não façam barulho_ pediu a de jaleco.

Todos assentiram, primeiro se teve uma conversa de como a grávida se sentia nesse novo mês, os enjoos deram uma pausa até então, depois de conversarem também sobre a alimentação da mais nova, ela pôde ir se deitar na cama e começar a ultrassom.

_Olha meu sobrinho_ Eli falou alto, chamando a atenção de todos.

_Eli, eu mando você sair daqui se gritar de novo_ a irmã disse.

_Foi mal, me animei_ levantou as mãos em rendição.

A atenção foi voltada novamente para a tela, logo as pessoas ali presentes já puderam ver o bebê, que parecia estar bem confortável na posição que estava, como comentou a médica.

_Meu Deus, olha as mãozinhas_ mais uma vez Eli falou alto.

_Sai Eli, vamos_ a irmã tava séria.

_Simone, deixe ela amor_ pediu a loira calmamente.

O silêncio tomou conta de novo, a cada momento que a médica apontava algo na tela, mostrando o bebê, dizendo isso e aquilo, Eli precisava se conter para não falar algo de maneira animada como fez anteriormente, estava se contendo.

_Vocês tinham algum palpite?_ perguntou a médica depois de um tempo em silêncio.

_Eu disse que seria menino_ Eli falou primeiro.

Depois Ilda e seu marido falaram que seria uma menina, assim como Soraya também falou, e Simone já havia dito outras vezes que era um menino.

_Bem, as irmãs acertaram, vem um menino aí_ ouvindo a notícia foi impossível segurar a emoção.

_Eu disse, eu disse que era menino_ a irmã correu para abraçar Simone.

A sala estava tomada pela emoção de todos ali, Soraya chorava baixinho, logo foi abraçada pela namorada, depois por seus pais, sua mãe chorou junto com a filha.

_É tanta gente chorando que até eu quero chorar_ brincou a médica.

Todos sorriram, se recuperaram da emoção e após um tempo ainda ali, puderam ir embora, por já estar cansada e com sono, devido a gravidez, a loirinha dormiu assim que chegou em casa.

_Vou com a Leila agora comprar umas roupinhas_ disse a irmã mais nova.

_Eu vou ficar aqui trabalhando, podem ir lá_ agradeceu a irmã por isso.

A outra morena saiu indo ao encontro da namorada, de onde iriam pegar o carro e ir para a loja, Simone ficou ali na sua oficina, até que alguém chegou ali, maldita hora para esse alguém aparecer.

_De novo? não cansa não?_ perguntou Simone, bufando.

_Deixe disso Simone, já fizemos tantas coisas_ a mulher disse.

_Isso foi no passado, esquece o tivemos, o que eu me arrependo muito_ disse a morena.

_Não vai me dizer que não sente falta?_ se aproximou a mulher.

_A única coisa que sinto é nojo_ a mais alta cuspiu as palavras.

A mulher ficou então desacreditada, Simone estava completamente diferente agora, não era aquela que caía nos encantos da pessoa que tava em sua frente, a morena estava formando sua família, será mãe, irá casar pois já está planejando pedir sua pequena em casamento, não se importando se tá cedo ainda ou não, ela ama Soraya, e faz questão de dizer isso.

_Eu amo a minha mulher, a Soraya é o amor da minha vida, e está carregando o nosso filho no ventre dela, eu a amo, tá entendendo? amo!_ gritou.

Quem então surgiu ali na oficina foi Soraya, com sua carinha de sono mas escutou muito bem o que ouviu da sua namorada, se aproximou da mesma e logo foi abraçada pela morena.

_Está vendo? essa aqui é a minha pessoa, o meu grande amor_ beijou a loira ali na frente da outra.

Sem aguentar em ver a cena diante de seus olhos, a mulher foi embora dali, quando o casal parou o beijo se viram sozinhas, somente elas ali, até sorriram com a situação.

_Te amo, meu amor_ sol disse contra os lábios da mulher.

_Eu te amo bem mais_ beijou sua testa.

_Estou com fome_ disse.

_O que está querendo comer?_ perguntou.

_Uma salada amor, me ajuda a fazer?_ olhou manhosa pra morena.

_Eu faço pra você, vamos pra cozinha_ falou.

Fechou então sua oficina e entraram de volta para a casa, era algo simples de se fazer o que Soraya queria, e logo ficou pronto uns minutos depois, a mesma comeu tudo, e talvez até demais, porque voltou a sentir enjôo.

_Acho que nosso menino não gostou da sua sugestão_ brincou a mais velha.

_Poxa filho, estava tão gostosa meu bebê_ passou a mão na barriga.

Tomaram um banho juntas e foram pro quarto, mas a loira não quis ficar deitada muito tempo, levantou um tempinho depois para preparar o almoço, mesmo que não fosse comer, mas queria fazer isso.

_Posso chamar meus pais pra virem almoçar aqui?_ perguntou à mais velha.

_Claro amor, a casa é sua também_ disse Simone à ela.

_Tudo bem_ agradeceu.

Ligou para seus pais, que aceitaram vir almoçar ali, cada momento ao lado da filha recuperava um pouco dos vinte e três anos que ficaram longe dela.

_Eli já está vindo também_ Simone falou.

_Ela foi pra onde?_ perguntou.

_Comprar algumas coisas para o sobrinho_ sorriram.

Por volta de meio dia todos estavam juntos à mesa, sorrindo, comendo, conversando, a loira se viu feliz diante dessas pessoas amadas e queridas em sua vida, não dá mais pra recuperar o tempo perdido, mas dá para construir o tempo presente e futuro, e assim está sendo como ela desejou que fosse.



💙🚙

A loira do fusca azul Onde histórias criam vida. Descubra agora