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Simone


_Se esse carro parar, eu te deixo sozinha nele_ Soraya me olhou.

_Credo amor, quanto ódio do meu fusquinha_ ela fechou a porta.

_É sério amor, não estamos indo bem ali, sabe disso né?_ a vi concordar.

_Isso não vai acontecer, vamos ir voltar numa boa, sem estresse_ semicerrei meus olhos.

_Então vamos, coloca o cinto_ mandei.

_Coloca o seu também_ assim fizemos.

Liguei seu fusquinha, como ela chama, e rapidamente pegou, o coloquei em movimento e logo fomos saindo da frente de casa, iríamos em outra cidade comprar algumas coisas para a loja dela e também para minha oficina, pois não encontramos aqui, minha irmã ficou com o Nicolas.

_Tá voltando de novo_ ouvi ela dizer.

_O que está voltando amor?_ olhei rápido pra ela.

_Aquele enjôo, que saco_ bufou.

_Quer voltar?_ ela negou.

Desde ontem Soraya tá sentindo enjôo, tanto que nem teve disposição para abrir sua lojinha, passou uma boa parte do tempo deitada, fico logo em estado de alerta com essas coisas que ela sente.

_Estou com sono_ comentou.

_Amor, você quer voltar?_ percebi ela me olhar.

_Já disse que não quero Simone, por quê?_ dobrei uma esquina.

_Você tá reclamando disso, daquilo, talvez fosse melhor voltar_ falei um pouco alterada.

_Eu não estou reclamando, apenas tô comentando com você, mas então vou me calar agora_ cruzou os braços.

Ficamos em silêncio, com um tempinho passado puxei assunto, mas ela não me respondeu, continuava séria, com um biquinho nos lábios e os braços cruzados ainda, quando quis tentar de novo falar ou perguntar algo, ela ligou o som do carro, me ignorando.

Dessa vez quem bufou foi eu, talvez essas suas mudanças de humor seja pela sua tpm chegando, é sempre assim, desde quando começamos a namorar, ela mudava a cada segundo, haja paciência e cuidado pra lhe dar com essa onça brava.

_Vou colocar gasolina_ falei.

Calada ela tava, calada ela ficou, baixei o som do carro e disse de novo o que eu ia fazer, pois já estava estacionando seu fusca, ela deu de ombros, olhou pro outro lado, continuou em silêncio.

_Bom dia amigo_ falei ao rapaz do posto.

Desci do carro, perguntei se ela queria alguma coisa, negou, mesmo assim fui até a lojinha do lado do posto e comprei algumas guloseimas que eu sei que ela adora, paguei pela compra e depois pelo abastecimento, entrei e dei partida de novo.

_Comprei pra você_ coloquei a sacola no seu colo.

Não demorou para ela já estar comendo um pouco de tudo que eu havia comprado, até achei engraçado isso, pra quem disse que não queria nada...

_Me dá esse sonho de valsa aí, tem três_ pedi.

Permaneceu calada, escutei o barulhinho da embalagem que ela tava tirando e me deu somente o chocolate, tá brava mas eu sei que ela ainda me ama, assim como eu amo ela e suas fases.

_Já estamos chegando_ avisei.

Chegamos na outra cidade e seu fusquinha ainda tava ajudando bastante, estacionei próximo da loja onde vende essas formas e outras coisas que ela quer, depois eu iria passar em outra loja para comprar o que preciso também, e assim iríamos embora.

A loira do fusca azul Onde histórias criam vida. Descubra agora