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Simone


Acordei sentindo o cheiro bom de café, mesmo eu não gostando, pois prefiro chá, mas sempre apreciei sentir o cheiro do mesmo, isso me faz lembrar a minha mãe, ela amava um cafezinho, essa paixão ficou com a Eli, falar nela, não sei onde ela foi dormir, eu também não avisei que dormiria fora de casa.

_Eu vou tirar você desse lugar..._ uma voz baixinha soou próximo da sala.

Olhei para a cozinha, vi a loira do fusca azul na pia, seu cabelo estava preso, ainda parecia usar seu pijama rosa, percebi que ela usava os fones de ouvido, com isso, cantarolava as músicas que escutava.

_Eu vou levar você pra ficar comigo_ ela fez um gesto com sua mão.

Apenas com essa cena fiquei mais encantada hoje do que eu já estava ontem, me sentei no sofá, passei as mãos no rosto, e amarrei meu cabelo rápido, voltei minha atenção para ela, que continuava de costa.

_Pois quando o amor existe, não existe tempo pra sofrer_ ao cantar esse trecho ela se virou.

A loirinha ficou paralisada na sua cozinha atrás do balcão de azulejo branco, tinha em sua mão a garrafa de café, e na outra uma frigideira, pelo cheiro, eram panquecas, ela me olhava toda tímida, corada já.

_Sua voz é bonita, loirinha_ ela corou mais ainda.

_Está me ouvindo há muito tempo?_ deixou a garrafa sobe a bancada.

_O suficiente para ficar mais encantada_ falei.

_Desculpe se te acordei com essa cantoria, sou acostuma a fazer isso_ disse.

_Acordei da melhor maneira possível_ peguei minha blusa.

Ao me virar para ela de novo, seu olhar voltou a se concentrar nos meus seios, cobertos pelo meu sutiã, coloquei a blusa, mas não abotoei.

_Bom dia loira do fusca azul_ bocejei após falar.

_Bom dia dona morena_ sorri.

Perguntei onde era o banheiro, ela apontou, ficava ao lado do seu quarto, deixei ela ficar de costa e me levantei, indo depressa para o mesmo, fiz xixi, e depois lavei o rosto e escovei os dentes, voltei para a sala.

_Acho melhor eu ir_ avisei.

_Fica para tomar café_ convidou.

_Eu não gosto de café_ ela me olhou.

_A não? cê' toma o que no lugar dele?_ perguntou.

_Chá, ou até mesmo suco_ ela assentiu.

Na mesa tinha duas xícaras já postas, no meio da mesma tinha um pano rosa, com um bolo no prato, e em outro prato estava as panquecas, vi ela pegar na geladeira uma jarra, notei ser suco de laranja, confirmei quando ela mesma disse.

_Tudo bem_ eu disse.

Ela sorriu, andei até a mesa e logo me sentei, ela deixou o celular com os fones de ouvido no sofá, ela sentou em seguida também.

_Como foi sua noite?_ puxou assunto.

_Foi boa, seu sofázinho mesmo velho é confortável_ eu ri depois que falei isso.

_Foi como eu o encontrei quando me mudei para cá_ falou.

_Então essa casa com o ponto não é seu?_ lhe olhei.

_Não, eu aluguei quando cheguei_ explicou.

_Entendi, e a casa que você morava com seus avós, foi vendida?_ perguntei.

A loira do fusca azul Onde histórias criam vida. Descubra agora