Bondade

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POV Ussop

No dia seguinte, já estávamos a caminhar em direção à ilha indicada por Reiju. Com sorte, se os ventos ajudassem, chegaríamos mais cedo do que deveriamos, que é obviamente aquilo que nós queremos.

O pequeno almoço foi okay. O almoço foi okay. Tenho simplesmente saudades da comida do Sanji. A comida das meninas é comestível, mas não é a mesma coisa.

Quando Sanji faz comida, nota-se que é com prazer, orgulho e amor àquilo que faz, mas elas só o fazem para não passarmos fome. Não sinto um pingo de delicadeza e rigor.

Também não posso reclamar muito... não faço melhor, mas esta situação do Sanji chateia-me de verdade. Não só pela cozinha, como também sinto falta do meu companheiro. Sinto falta de conversar com ele sobre as nossas vidas.

Eu neste momento ia levar o almoço para o novo Sanji. Zoro disse que não aguentava mais ver o Sanji assim, para além de não ter paciência para aturar esta personagem, como ele diz, então eu ofereci-me para entregar a comida.

Eu abri a doca número três e lá estava ele algemado. As algemas estavam presas ao chão, de forma a que ele também não fosse embora pelo mar. Ele estava com algemas kairoseki, mas isso era porque não tínhamos outras além dessas. Usamos normalmente para quando Luffy está naqueles dias insuportáveis.

Entrei na doca e entreguei-lhe o prato. Soltei as algemas dele do chão e entreguei-lhe os talheres.

- Obrigadão, narigudo.- falou ele sem olhar para mim

- Só estou a alimentar o corpo do meu amigo.- avisei, para que ele não pense já em coisas

Ele assentiu. Pois, claramente percebeu aquilo que eu quis dizer. Por mais que mostremos que ele não é bem vindo, ele não o reconhece. Ele persiste em se tornar em alguém que para nós é insubstituível.

Passado algum tempo, ele tinha acabado de comer. Afastou o prato de si e encostou-se à parede da doca. A doca número 3 era a que tinha o Shark Submerge III. Realmente uma das minhas invenções favoritas do Franky.

- Trouxe isto. Talvez Sanji esteja a precisar.- disse enquanto atirava uma caixa de cigarros juntamente com o isqueiro

- Até que enfim. Este corpo parece acumular mil e um infortúnios sem isto.- comentou ele pegando desesperadamente na caixa dos cigarros e no isqueiro

Ele tirou um cigarro, colocou-o na boca e logo acendeu-o, começando a fumar. Logo a doca fez uma nuvem. Ele suspirou de alivio de tão descontraído.

- Porque mataste-os? Eles fizeram-te algum mal?- indaguei confuso

- Estavam no meu caminho.- respondeu ele indiferente

- E por isso os mataste? Sanji agora tem as mãos sujas de sangue. Ele nunca irá se perdoar por isso.- falei cabisbaixo, só de imaginar a situação

- Não é problema meu.- continuou ele indiferente

Esta personagem... realmente dá raiva. Assim que sair daqui, vou perguntar a Nami quantos dias faltam exatamente para chegarmos à ilha porque eu estou farto dele!

- Sabes Ussop... Sanji tem uma grande consideração por ti. Gostaria de saber o que ele acharia se eu te matasse agora mesmo.- falou ele com uma voz carinhosa

- As tuas ameaças não me afetam. És fraco sem qualquer arma.- afirmei com algum receio

- Digo o mesmo de ti.- respondeu ele com um sorriso psicopata

The real n°3 (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora