Capítulo 19 - Apostas

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Boa noitee!! E vamos com o primeiro capítulo do ano
Obrigada pela paciência e boa leitura...

Chegando ao estacionamento da escola no dia seguinte, não vejo Toni. Desço do carro, jogo a mochila nas costas e sigo para a aula, já me preparando para o pior, dizendo a mim mesma para ser forte, para segurar a onda.

Mas, assim que chego à sala, fico completamente imóvel. Olhando feito uma boba para a porta verde, incapaz de abri-la.

Uma vez que meus poderes mediúnicos evaporam sempre que o assunto envolve Toni, só o que consigo ver é o pesadelo que eu mesma fabrico na cabeça. Nele, Toni está debruçada sobre a carteira de Donna, rindo e flertando, tirando rosas de todos os lugares e de todas as maneiras, e finge que nem me vê quando me arrasto rumo ao fundo da sala: apenas vira o rosto para se concentrar exclusivamente nela.

Não vou aguentar. Sério, não tenho forças para tanto. Porque, embora Donna seja terrível, cruel e sádica, ela é terrível, cruel e sádica de um jeito direto, sem mistérios. A crueldade dela está lá, escrita na testa para quem quiser ler.

Eu, por outro lado, sou paranoica e arredia, tenho um milhão de segredos que não posso dividir com ninguém, vivo escondida sob um capuz e um par de óculos escuros e levo nos ombros um fardo muito difícil de carregar. Nem de longe sou uma pessoa simples,

descomplicada.

Mais uma vez levo a mão à maçaneta, e me repreendo: Isso é ridículo. O que você vai fazer? Abandonar a escola? Você ainda tem um ano e meio pela frente! Portanto, pare de frescura e entre logo nesta sala!

Mas minha mão começa a tremer, recusando-se a colaborar. Estou prestes a fugir daqui quando um garoto surge atrás de mim, limpa a garganta e diz:

— E aí, vai entrar ou não vai? — E acrescenta mentalmente: Louca esquisita! Então respiro fundo e por fim entro na sala. E fico mais arrasada ainda quando vejo que Toni não está lá.

Na hora do almoço chego ao pátio e corro os olhos por todas as mesas à procura de Toni, mas não a encontro em parte alguma. Então sigo para a mesa de sempre e chego lá ao mesmo tempo que Betty.

— Seis dias e ainda nenhum sinal da Evangeline — ela diz. Larga a caixinha do cupcake sobre a mesa e acomoda-se à minha frente.

— Você já perguntou ao pessoal do grupo de anônimos? — interroga Kevin, sentando-se a meu lado e abrindo sua garrafa de isotônico.

Betty revira os olhos e diz:

— Num grupo de anônimos todo mundo é anônimo, Kevin.

Agora é Kevin quem revira os olhos e diz:

— Eu estava me referindo à mentora dela.

— Não é mentora, garoto, é madrinha. Claro que já falei com ela, mas a mulher nada sabe. Peaches acha que estou fazendo tempestade em copo d'água, que estou me preocupando à toa.

— Ela ainda está aqui? — Kevin a olha com intensidade. Percebendo o tom da pergunta, fico ansiosa pela resposta que está por vir, tanto quanto Kevin. Quase tudo que tem a ver com Toni e Peaches é terreno minado para Betty.

— Está, Kevin, ela agora mora aqui. Por quê? Algum problema? — ela pergunta, desconfiada.

Kevin dá de ombros e toma um gole de sua bebida.

— Problema nenhum — responde em seguida. Mas os pensamentos dizem o contrário, e a aura, antes amarela, fica escura e opaca enquanto ele cria coragem para dizer o que realmente quer. — Só que...

— Só que o quê? — Betty encara Kevin, os olhos apertados.

— Bem, é que...

Eu o encaro, pensando: Vá, Kevin, diga tudo o que está em sua cabeça! Diga que essa tal de Peaches não vale nada! É uma garota arrogante que só traz problemas e está levando nossa amiga para o mau caminho! Eu também acho tudo isso. Então, ande, diga: essa

para sempre - choniOnde histórias criam vida. Descubra agora