CAPÍTULO TRINTA E DOIS

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A tempestade cessa

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A tempestade cessa. Minhas mãos estão suadas. Meu coração acelerado.

Príncipe Lyan acende a luz da lamparina e me encara. A íris de seu olho reluz com a fagulha dourada da lamparina. Olho em volta me deparando com a bagunça feita: livros espalhados pelo chão, roupas jogadas, seus cabelos amassados. Seus olhos refletem luz, doçura.

Príncipe Lyan agarrou o papel antes jogado no chão e o releu. Momentos atrás eu estava flutuando em minha própria nuvem de pensamentos, mas tudo o que consigo sentir agora é uma crescente fúria. Quando estou enfim vestida não penso duas vezes antes de tomar minha espada.

─── Temos algumas contas a acertar, Alteza ─── digo mirando a lâmina afiada contra seu rosto ─── Me dê isso.

Príncipe Lyan parece surpreso e um pouco desconcertado.

─── O que vai fazer com isso? Me entregar para meu pai? Para o reino?

Avaliei sua expressão condescendente, mas não recuei.

─── Pouco importa o que farei. Solte o papel no chão e mantenha suas mãos onde eu possa ver.

Sua expressão endurecida se animou em um olhar malicioso.
─── Você vai ser a policial má e eu serei o bandido?

Bufei impaciente e quando percebeu que não estava brincando, Príncipe Lyan soltou o papel no chão e o chutou em minha direção enquanto mantinha suas mãos para o alto.

─── Bom menino ─── digo e somente quando agarro o manuscrito é que devolvo minha espada para a bainha ─── Agora quero explicações.

Ele abaixou as mãos

─── Não faz muito tempo desde que comecei a escrever  ─── admitiu ─── Comecei depois do segundo ataque ao palácio, aquele que levou alguns de nossos guardas porque queria acabar com a maldita reputação de benevolência do meu pai, queria deixá-lo com ódio ─── apenas permaneci ali, estática ─── Mas depois percebi que o que estava fazendo era importante para as pessoas porque a maioria delas não tinha acesso à informação e que se dependesse do meu pai, continuariam assim. Então continuei, não para irritá-lo, mas para fazer o bem.

Assenti compreensivamente.

─── Eu queria te contar, eu ia te contar, mas não sabia ao certo se deveria.

Gostaria de olhá-lo nos olhos e dizer que não me senti traída, que não foi nada. Mas não consigo. Princípe Lyan não me deve explicações, nunca me deveu, então por que dói tanto?

─── Isso não importa agora─── minto. ─── No entanto acho que deveria expor suas reais opiniões ao invés de se esconder atrás de um codinome. Você é príncipe, sua voz é importante.

Príncipe Lyan soltou uma risada sem humor

─── É preciso muito mais do que títulos aristocráticos para comandar, ou ao menos ser relevante. Além disso, ir contra meu pai é suicídio, você não tem ideia do que ele é capaz.

Reino de Fogo e SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora