CAPÍTULO DOZE

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Em um dia chuvoso como este, costumo parar para ouvir a chuva cair, mas esta é a manhã em que tudo mudara

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Em um dia chuvoso como este, costumo parar para ouvir a chuva cair, mas esta é a manhã em que tudo mudara. Observar a chuva cair, enquanto alguns raios tempestuosos pintavam o céu escuro agora não parece mais justo, nem bonito, nem calmante.

Descobrimos um pouco depois que outros dois guardas haviam sido assassinados, alguns empregados haviam achados seus corpos escondidos sobre as moitas esverdeadas do jardim real e Rainha Victória, enojada pelo sangue respingado em suas rosas brancas, ordenara ao jardineiro para que as podasse e plantasse peônias em seu lugar.

Eu não sabia seus nomes, mas pude
constatar algumas observações como o fato dos guardas mortos no jardim estarem sem marca alguma de espada, nenhum deles havia sido morto por qualquer arma ou arco e flecha. Estavam carbonizados e ali mesmo no jardim, jogados do alto de algumas das dezenas de sacadas do castelo.

Rei Edgar não havia esboçado nenhuma palavra sequer, estava imóvel, quase intacto. Como se não fosse capaz de assimilar que agora, seu mundinho tão precioso, estava com os dias contados.
Mas quantos?

Rainha Victória esboçara a mesma expressão, estavam assustados
por saber que, quem quer que fosse o assassino, tinha a força e astúcia para atacar de dentro do Palácio, não seria nenhuma espécie de Rei ou Rainha que viria com um exército para que todos vissem.

Enquanto estou em meu posto, sinto a porta do quarto de Príncipe Caelyan abrir-se

── Senhorita Aurora, posso falar-lhe por um instante? ── Ele questiona-me

Faço que sim com a cabeça e ele aproxima-se. Há um cheiro muito bom vindo de si que foge-me de explicações, algo como canela e mar, mas também é levemente refrescante.

── Sim, Alteza?

── Sabe que não necessitamos utilizar tais formalidades, insisto que chame-me apenas de Lyan.

── Perdoe-me, mas da última vez meti-nos em uma grande confusão com Rei Edgar. Não quero que repita-se novamente.

Ele suspira cansado.

── Bem, sei que o momento não é adequado, mas estive pensando em algo, espero que não ofenda-se com meu questionamento, mas como sabia que o guarda na sala do trono estava morto?

Franzo o cenho para ele
── Sugere que eu o tenha matado, Vossa Alteza? ── Príncipe Caelyan aparenta estar sem resposta mas não nega ── Eu jamais mataria alguém que não um inimigo, eu não o conhecia, mas ele também fazia parte da guarda real.

Percebo que ele acredita em minhas palavras, mas ainda assim isso não o impede de continuar a contestar-me.

── Perdoe-me mas admita que é estranho você, uma bruxa sem poderes instantaneamente adivinhar que algo como aquilo estaria acontecendo.

── Eu concordo, de fato é estranho mas isso não o torna capaz de acusar-me. Se permanecer nesta lógica deveria questionar-se sobre os outros guardas, onde estavam que não viram isso acontecer? E os guardas que asseguram o portão, como não foram capazes de ver alguém entrar ou sair?

Ele torna-se insatisfeito com minhas respostas, não por não crer em minhas palavras mas por rebatê-lo.

── Vejo que nada a impede de rebater-me, independente da ocasião.

── Não o acusei de nada, no entanto também estive pensando em algo sobre os dois guardas encontrados no jardim real. Foram atirados do alto e seu quarto possui uma vista adequada para lá.

Ele franze o cenho

── Sugere que eu os tenha matado, senhorita Aurora?

Dou de ombros e ele sorri irônico. Sinto-me irritada e estúpida por dizer tal coisa, eu estivera ao seu lado a manhã inteira quando fora caçar com Dominic.

── Confesso que sua coragem admira-me, jamais alguém da plebe possuiria a capacidade de acusar um nobre, principalmente um príncipe.

── Uma das muitas coisas que nos diferenciam são as posições sociais, Vossa Alteza, mas sem essa coroa, somos iguais.

Arrependo-me instantaneamente de minhas palavras, desafiá-lo de tal modo poderia apenas prejudicar-me, embora ele não parecesse bravo.

── Mesmo? ── Questiona tirando a coroa de sua cabeça ── Sem esta coroa torno-me um plebeu como você e isso não nos impediria de fazer algo a respeito, correto?

Franzo o cenho sem entender aonde buscava chegar com tal afirmação.

── Do que está falando? ── Pergunto o vendo aproximar-se mais de mim. Ele ainda segura sua coroa fortemente, incapaz de soltá-la. Nossos rostos estão poucos centímetros de distância, fazendo com que eu consiga sentir seu perfume ainda mais forte.

── Quero dizer que todos detestariam ver um príncipe beijar uma plebeia, principalmente se ela for sua cavaleira, mas como plebeu ninguém importaria-se.

Sei que ele está me provocando, está brincando comigo como se eu fosse capaz de acreditar em suas palavras.

── Não brinque comigo, Vossa Alteza. Se está à procura de joguinhos sugiro que corra atrás de uma de suas inúmeras amantes ── Caelyan arfa fortemente, seu peito sobe e desce, constante.

── Está tão certa de suas suposições que sugere coisas das quais sequer tem certeza, por quê isso?

── Deveria estar ciente de sua fama, Majestade. Ela não é muito boa.

Ele umedeceu os lábios e posicionou a coroa em sua cabeça novamente, mas antes que pudesse indagar qualquer coisa, Derek surge em nossa frente, sua sobrancelha está arqueada tal qual como quem suspeita de algo.

── Vossa Alteza, perdoe-me por minha intromissão ── Ele reverencia-se ── Rei Edgar e Rainha Victória solicitam sua presença na biblioteca real.

Christopher assentiu andando apressadamente. Derek não diz nada e os sigo até a biblioteca real.

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Warren, Pryel e Emerald estão de prontidão sobre a porta, assim que Príncipe Lyan e Derek adentram a biblioteca, junto-me à eles.
O silêncio está perfurante e muito embora eu tenha conversado somente com Emerwld, gostaria de possuir uma relação amistosa também com Pryel e Warren.

── Vocês estão bem? ── Questiono e eles encaram-me sem entender, suponho que não perguntem a eles também como se sentem.

O silêncio retorna por alguns minutos mas então Rowan pigarreia:

── O que será que estão discutindo lá dentro?

── Devem estar discutindo sobre o que vão fazer agora que sabem que não estão seguros nem aqui dentro no castelo ── Responde Pryel.

── Vocês acham que seria mesmo Reis de outros reinos? ── Questina Emerald

Pryel a olhou respondendo sua pergunta:
── Duvido muito, se fosse um rei traria seu exército. Quem quer que esteja fazendo isso possui um plano por trás.

Todos concordamos com Pryel, ele mostra-se possuir uma sabedoria inestimável quando trata-se de lutas e guerras.

O encaro de relance por alguns segundos, Pryel é de outro reino, possui grande sabedoria em luta e hora alguma fala de seu reino, de sua família ou de si.

"Poderia Pryel ser um espião?"

Um estrondo de trovão ecoa pelos cômodos.


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