nós vamos dormir na minha casa hoje

773 116 142
                                    

— Oi, meu lindo — eu sorrio quando Minho abre a porta do apartamento dele.

Ele sorri de volta e dá dois passos na minha direção para me beijar. De repente, já estou contra o batente da porta e suas mãos estão na minha cintura. Sinto o gosto de mel na sua língua ou algo doce similar, mas perco o ar antes de ter a confirmação. Gosto de fechar os olhos, porque a pupila dilata e meu coração bate acelerado enquanto pressiono seus ombros com as minhas mãos. Ele está vestindo uma camisa de algodão, posso sentir, e isso não surpreende. Ele sempre se veste assim. E quando ele afasta para que possamos respirar, não cessa com os selinhos na minha boca.

— Sério que está tentando me convencer a não sair mais com você e te levar para a cama? — eu comento baixinho, porque estamos no corredor do andar.

— Essa é uma má ideia? — ele se inclina e passa a esfregar a ponta do nariz no meu pescoço.

— É uma boa ideia para você? — eu solto uma pequena risada quando sua mão esquerda sobe devagar e depois me segura pelo pescoço.

Amo quando ele esfrega a mão no meu pescoço com delicadeza, porque acaba me dando arrepios por todo o corpo e vira uma coisa tão sensual que eu penso em, no mínimo, cinquenta peripécias na cama com ele.

— Eu já comprei os ingressos, Minho — eu falo, olhando para os lábios dele, porque estou louco pra beijar de novo.

— Se atrasarmos uns dez minutinhos...

— O que eu quero fazer com você vai levar muito, muito mais que dez minutinhos — eu o interrompo e ele ri.

Só preciso virar meu rosto e o estrago está pronto. Alcanço sua boca e a gente explode e estraçalha pelo piso inteiro. Amo os estalos dos seus lábios nos meus, porque está úmido e ele puxa ar toda vez que muda o ângulo. Estou quase puxando-o pela camisa para que entremos no apartamento quando escuto alguns passos no corredor. Prontamente paro de beijá-lo e solto um pigarro para disfarçar.

— Boa noite — um par de senhoras passa ao lado de nós.

Ambos nos curvamos e desejamos uma boa noite. Quando achamos que já estão indo embora, uma delas me reconhece e me cumprimenta com certo carinho e apreço. Fico meio sem graça, porém me curvo em agradecimento em meio aos elogios que me dá. Eu deveria ter posto uma máscara e um boné, aí poderia não chamar atenção, mas eu não quis ficar assim com Minho. Ainda mais porque a máscara iria atrapalhar horrores quando quiséssemos nos beijar. Teria que ficar colocando e tirando o tempo todo... Uma hora eu iria surtar. Mas está tudo bem, ela diz que está ansiosa para assistir com as amigas a nova temporada de Cook & Taste e eu digo que estou ansioso para que ela assista. Esperamos as duas irem até o final do corredor e entrar no apartamento, mas de repente escuto um comentário da outra vovó tentando falar baixo:

— Você viu eles dois? Eu disse pra você, quando via o programa, que ele me parecia aqueles meninos gay. Está aí... Viu que ele estava beijando o menino? Ele é, como eu tinha dito. Você ficou dizendo que eu estava louca... Estava na cara!

A porta fecha quando elas entram. Eu olho para o rosto de Minho, que está olhando para o chão do corredor com uma expressão confusa. Depois bate o olhar no meu, mas logo vira-se para trás, querendo se certificar de que a porta delas está mesmo fechada. Vira-se para mim e arregala os olhos.

— Ahn... Vamos entrar. Arrume algumas roupas suas, também de banho, e coloque numa mochila para ficar lá em casa. Nós vamos dormir na minha casa hoje — eu digo, gentilmente empurrando seu corpo para dentro do apê. Fecho a porta atrás de mim.

— Oh, ok... — ele vai andando até o quarto, enquanto eu fico na sala.

Sento-me no sofá pensando no que aconteceu no corredor. Bato um pouco os pés no chão, agoniado, fiquei encucado com uma coisa... Olho a rua por um tempo, mas mesmo assim não passa. Decido, então, perguntar ao Min.

crises et chocolat • minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora