nós sentimos tanto orgulho!

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Vinte minutos para a estréia. Eu gastei esses primeiros vinte conversando com Hyunjin, comendo essa tortinha divina que o Han fez e dando goles desajeitados no vinho seco que ele serviu. Não troquei muitas palavras com Yongbok nem Jeongin. Não os conheço muito bem tampouco tenho certa intimidade para brincar. Então guardo comentários duvidosos sobre qualquer coisa que surja na cabeça e possa ser interpretado de maneira errônea — se fosse o Hyunjin vestindo essa calça com desenho de cobra no caminho para a virilha, do jeito que Jeongin está, eu com certeza falaria que era uma anaconda estilo Nicki Minaj. Tenho intimidade para falar isso? Não. Então apenas bebo mais um gole.

Então Han surge pondo uma bandeja cheia de uns pastéis que, aparentemente, é tem geleia ou algo do tipo escapando de dentro dele.

— Pastelitos de guayaba y queso! — ele exclama calorosamente, chamando a nossa atenção. — Esse é novidade, aprendi recentemente.

— Pronto, já está falando espanhol agora! — Jeongin resmunga com um sorriso no rosto e não tarda a pegar um dos pastelitos.

— Queso, queso... — Seungmin repete consigo mesmo, porém consigo escutar.

— Pronúncia de merda, hein? — comento por pura provocação.

A realidade é que eu não aguento vê-lo quieto, já quero encher o saco. Em pensar que eu odiava-o tanto antigamente...

— Merda é o que você fala todo dia. Nem consegue fazer melhor — ele reclama.

— Como se o fato de eu não saber fazer melhor me impossibilitasse de te criticar — meu sorriso é mordaz. Eu pego um dos pastelitos para mim e acomodo-me melhor na cadeira.

Esse é o momento em que Christopher reclama do Seungmin me atacar toda hora e eles entram numa pequena briga enquanto se servem. Como estão distraídos, eu também me distraio. Mas meus olhos sempre param em Jisung. Ele está sentado afastado de mim. E eu quero vê-lo levantar de novo. O motivo? Ora, nada mais que ele está divino com essa roupa.

Está com a belly chain, assim como no casamento de Chan. E eu amo. Eu amo quando esse desgraçado usa a corrente na barriga. Parece que ele faz de propósito só para me matar. Só para me fazer rastejar até ele. Sua camisa é uma daquelas que ele consegue facilmente transformar em cropped e em camisa normal. Eu sei que tipo de camisa é essa, há cordões nas laterais e, ao puxar, a camisa fica mais curta que o normal. E advinha? Está curta agora. Está curta, porque ele quer que a corrente fique visível. Sorte que o aquecedor é uma delícia aqui dentro, caso contrário estaria morto de frio. Estou me perguntando se ele tem mais roupas guardadas em algum lugar. Aposto que não veio assim.

— Vamos brincar de disfarçar? — Hyunjin sussurra na minha orelha assim do nada, no meio da minha mastigação do terceiro pastelito.

— O quê? — viro-me para trás, com o intuito de vê-lo.

— Besta — recebo um tapinha na nuca.

— Está pensando na América Latina, chefinho? — do nada, a voz de Jeongin chama minha atenção. — Estão divinos.

— Eu vou para a América Latina ano que vem, então tenho começado uma pesquisa — Jisung desvia o olhar de mim.

Engulo em seco. Ele vai para a América Latina? Jesus, ele não consegue ficar um ano inteiro no mesmo lugar? Que porra é essa, Jisung?

— Ah, é... Ren-Han-Vous — Yongbok anima-se todo, até faz as pausas nas sílabas para frisar. — Oh, nós sentimos tanto orgulho!

— Eu vou aprender tanta coisa... — seus ombros relaxam da tensão que estava e eu só percebo agora. — Mas vou voltar em breve, assim que gravar alguns episódios. Mudamos um pouco a dinâmica do programa e, por isso, não vou precisar ficar tanto tempo assim longe.

crises et chocolat • minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora