nós vamos nos casar antes

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Minho é uma desgraça remando. Desculpa, mas é a verdade. Tenho que reconhecer as habilidades dele, mas também as escassas. Neste caso, inexistente. Eu basicamente estou remando sozinho, isso porque meu avô não curte motor e prefere remar. Deixa o de motor guardado e só põe os remos em atividade. Eu não o culpo, uma vez que é mais divertido. Certa vez ele tentou me treinar para as olimpíadas. Me sonhei ganhando medalha de ouro de noite, mas durante o dia eu fiquei muito cansado e com muita preguiça de remar que nem um vagabundo por horas. Não, obrigado. Mas confesso que agora isso é uma dádiva, já que Minho não está ajudando muito.

O percurso todo reclamando dele, para finalmente chegarmos ao outro lado. Ele diz que se fôssemos andando, não teria de escutar reclamações. Eu respondi que se ele fosse a pé, eu iria chegar primeiro e ainda iria esfregar na cara dele por, no mínimo, um ano. Apostamos que quando formos voltar iremos de barco; ele, a pé. Quem perder vai virar escravocu do outro. Foi isso que Minho disse e eu fingi entender.

Ele sai do barco cambaleando, enquanto isso eu amarro a embarcação no cais. Eu deveria ter proposto algum piquenique ou, quem sabe, trazer alguma coisa para fazermos aqui. Mas não tem nada senão mato. E Minho comenta que deveria ter trazido o celular dele para tirar foto das plantinhas. Lhe empresto o meu e fico rondando enquanto ele captura as imagens.

— Vou te mostrar um lugar, mas é fora da propriedade — puxo-o pelo passador da calça, ainda que esteja praguejando. — Você vai gostar...

Seguimos pela esquerda por alguns metros, mas logo avançamos para o caminho oposto da casa da minha família. Eu sei que ao sudeste tem aquele bangalô que meu pai ordenou a construção para quando fôssemos ficar no lago e não quiséssemos andar até a casa e depois subir escadas e coisas mais. Eu nem dou tanta atenção a isso, mas Min cutuca meu cotovelo e aponta para lá.

— Ah, a gente pode passar lá mais tarde. Era de meu pai, mas como ele se mudou... Foda-se, agora é meu. — digo. — Tem um ofurô magnífico... E uma decoração bem legal, também, uma vibe meio tropical... Os móveis são bem rústicos e ali na lateral tem um chuveiro ao ar livre.

— Então se você estiver tomando banho e eu estiver aqui, eu posso te ver pelado? — ele sorri. Ai, que ódio.

— Minho, se eu estiver tomando banho lá e você estiver aqui, sua obrigação é se juntar a mim — lhe dou um pequeno empurrão.

— Você é muito podre.

— Podre é você, eu falei sobre tomar banho. Olha só a maldade que está na sua cabeça, Lee Minho!

— Aish... — ele coça a nuca.

E seguimos. Andamos por alguns minutos, mais de vinte. Enfim encontramos a cerca que fecha a propriedade e eu lembro que não trouxe nem uma chave nem nada, porque... Se me lembro bem, em algum lugar tem uma portinha para entrada e saída. Eu proponho algo que sempre fazia quando criança e conto a Minho. Ele concorda porque achou divertido, mas no primeiro segundo choraminga.

— Ai, o namoro mal começou e você já está pulando a cerca, Jisung? — eu juro que se não estivesse ocupado em não cair, eu teria dado um chute nele.

— Cala a boca, praga, e vê se desce logo — eu pulo para o outro lado e espero ele fazer o mesmo.

— Eu vou cair e vou morrer — me responde. — Subir é fácil, difícil é descer.

— Oh, palerma, como é que descer é difícil quando existe a gravidade?

— Fica difícil quando existe o medo. Medo e gravidade são grandezas diretamente proporcionais... Se meu medo é grande, a gravidade também é — percebo como sua mão está trêmula e, se ele não tomar coragem logo, vai acabar caindo.

crises et chocolat • minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora