Capítulo 19

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— Como eu imaginava

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— Como eu imaginava. Positivo! - a ginecologista riu, abrindo o resultado. — Parabéns, Rihanna! - eu não estava sorrindo, o que exigiu mais sobriedade em seu semblante. — Você realmente não estava esperando?

Minha boca se abriu um pouco mais, as palavras ficaram presas de um jeito patético.

— Acontece...- ela suspirou. — Muitas ficam sem reação, mas depois nem conseguem tirar o sorriso do rosto. - tenta soar leve. — Sua menina tem seis anos, não é? Ela vai adorar, é uma fase maravilhosa.

Minha cara deveria estar péssima.

— Mas por que com o teste de farmácia deu negativo? - foi a primeira pergunta que fiz.

— É comum dar falso negativo. Com certeza você realizou quando estava na primeira semana, então não foi detectado presença o suficiente de hormônio.

— Mas eu me cuido direitinho, isso pode estar errado, não pode? - ela respirou fundo, me oferendo um olhar acalentador.

— Você está com com quase quatro semanas completas. Pelo breve exame que fiz em você, tudo está se encaminhando muito bem, mas vou te passar alguns exames e na próxima semana queria te ver outra vez, certo? - assinto, apertando o tecido do meu casaco.

Nos despedimos e ela me parabenizou outra vez, e no caminho de casa era como se meus pensamentos flutuassem. Outra vez. Na primeira gestação eu era só uma menina estúpida que cedia as vontades de um babaca, mal sabia me cuidar. Mas agora...agora não tem desculpa, sou adulta, ciente dos métodos para previnir acidentes.

Não falei para ninguém, só me tranquei em meu apartamento. Tive vontade de ligar para minha mãe, mas definitivamente não estava pronta para lidar com sermões. Não estava mesmo. Ela já sabia do término, meu pai também sabia, assim como toda família do Drake. Eu não queria ver ninguém, não queria falar com ninguém. É minha vida, meu corpo, meu filho. O problema é meu.

Problema...

Não, ele não é.

Minha criança. Tinha outra vida se formando em meu corpo, mal tinha desenvolvido todos os membros e já estava recebendo minha culpa. Eu não tinha certeza de quase nada, não sabia o que viria, mas sabia de algo. Não quero dividir essa criança com alguém que me magoou tanto. Alguém que mentiu com tanta facilidade, que me fez entender que nessa vida a única que posso contar sou eu mesma. Esse serzinho não seria magoado, não seria decepcionado, pois eu sim, jamais o machucaria.

Eu não preciso dele. Não preciso mesmo.

Mas por um lado foi incontrolável, pois enquanto tomava banho consegui enxergar claramente sua reação. Eu podia ouvir-lo feliz, podia vê-lo sorrindo de um jeito lindo, satisfeito. Eu sempre pensei que ele seria extraordinário como pai, mas agora já não tinha tanta certeza. E eu que dei o meu melhor por Sophie, agora estava com um medo absurdo de falhar. E sem dúvidas falharia com o meu bebê, uma falha irreparável que me faria explicar-me no futuro. Porque se dependesse de mim, ele jamais conheceria o pai.

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