— O que ainda quer comigo, Drizzy? - foi o que ela disse quando abriu a porta. — Não ficou satisfeito? Quer me humilhar ainda mais?
Ela tinha uma expressão rígida que me informava com clareza que a barreira de proteção que a mesma construiu entre nós estava mais firme como nunca. O que era péssimo para mim, pois me abateu uma vontade insana de abraça-la, sentir seu cheiro com o nariz colado em seus cabelos molhados. E pedir desculpas, pedir desculpas até perder a voz.
Entrei antes que ela mudasse de idéia, na verdade não senti que me convidava para entrar, mas invadi seu espaço mesmo assim. Inspirei e expirei profundamente, caminhando até o sofá e me sentando. Rihanna se aproximou e foi impossível não olhá-la com atenção. Usava um blusão branco, apenas isso. Linda e simples, uma perfeição desleal. Desviei o olhar e analisei sua sala, percebi ali algumas mudanças. Foi impossível não recordar. A anos atrás, não houve um cômodo que seguiu ileso por nós. Transamos em cada canto. Transas deliciosas que me perseguem até hoje. É isso que me fode. Fora o fim do nosso relacionamento, eu não tenho memórias ruins com essa mulher. Qualquer recordação que tenha irá me levar a um sorriso apaixonado ou uma ereção poderosa, tomada de saudade. Não há meio termo.
Fecho os olhos e balanço a cabeça, eu precisava de foco e não distrações.
— Drake. - ela me chama, ainda de pé, braços cruzados.
— Senta um pouco, ok? - peço, seu suspiro vem pesado mas acaba se sentando. Mas não ao meu lado, e sim no sofá menor. — Rihanna, precisamos resolver essa merda. Precisamos fazer algo que estamos fugindo desde que nos reencontramos, conversar. E quando digo conversar, é falarmos tudo que está entalado, vomitar ofensas se for preciso, mas vamos se livrar disso de vez. - esfreguei as mãos, deixando de olhá-la por segundos . — Me perdoe por hoje, fui imaturo e cruel. - seus olhos se encheram, cheios de mágoa. — É disso que precisamos nos livrar, Rihanna. Dessas vinganças infantis, desses joguinhos que não sei a você, mas estão me enlouquecendo.
— Tudo bem. - dobra uma das pernas, de um modo que apenas o pé direito ficou encostado no chão. Colocou os cabelos para frente do ombro, os olhos atentos em meu rosto. — Pode começar.
Então eu pensei em tudo, me concentrei nas minhas emoções e tentei me organizar da melhor forma. Estávamos ainda com muita mágoa, somos explosivos e se não nos contermos, uma briga pode muito bem colocar tudo a perder. Não precisávamos de gritos, não agora.
— Vou começar lá do início. Vou começar pela história maluca que nos juntou, a mentira que te colocou na minha vida. Você não sabe, mas eu já estava arrependido da idéia na terceira entrevista com umas das moças. Estava pronto para esquecer aquela loucura, mas então você surgiu, e eu não consegui voltar a trás. Mas era só tesão. Tesão da carne. Você é linda e eu só pensava em uma coisa, sexo. Porém, você surgiu com a Sophie e conforme os dias foram passando, comecei a imaginar vocês duas em minha vida de forma verdadeira. Me apaixonei. Foi loucura, mas fácil demais eu me apaixonei. Seguimos juntos, e tudo dentro de mim só crescia. De repente, não me via sem vocês em minha vida. Eu tinha todos os motivos para te deixar ir, inclusive seu passado com o meu irmão, mas não consegui. Então aconteceu aquela merda com a Melissa. Você sumiu e seguiu como se nada tivesse acontecido. Levou meu filho e não me deu oportunidade de sequer saber da sua existência. Fez isso com uma facilidade que me assustou. Com uma frieza que não imaginei existir em você.
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Entrelaçados
FanfictionPara todas minhas leitoras incríveis, que a cada aventura minha, mostram que não precisamos conhecer alguém pessoalmente para ama-las. Vocês transformam minhas loucuras em algo grandioso, amo vocês.