Capítulo 8

3.6K 420 141
                                    

Regulus não conseguiu dormir.

Ele passou a noite toda lembrando ansiosamente que Sirius poderia aparecer na biblioteca no outro dia. Aquilo estava deixando-o nervoso ao extremo, ele não conseguia pensar em outra coisa. Quando o sol nasceu, ele amaldiçoou seu irmão, amaldiçoou Lupin e, acima de tudo, amaldiçoou Potter.

Ele se levantou da cama mais cansado do que quando foi dormir, e caminhou em direção ao banheiro todo dolorido. Ele sentia sua pressão um pouco confusa, e torcia para que ela não desse para trás com ele hoje. Era uma maldição, porque sua pressão quando decidia que não queria funcionar, o fazia desmaiar a qualquer momento (um probleminha que ele tinha adquirido graças ao estresse passado na gravidez). E ele não queria isso, principalmente hoje.

Ele desceu para preparar o café da manhã com certa preguiça, aproveitando o ar frio da manhã para se acalmar um pouco. Não deveria ser seis horas da manhã ainda, o sol estava nascendo e ele não tinha fechado os olhos a noite. Ele amaldiçoou os três grifinórios uma última vez antes de começar a fazer o café.

Ele esperava que sua filha pudesse se contentar com um misto quente com leite e achocolatado, porque ele não estava com cabeça para fazer outra coisa. Ele aproveitou para tirar o frango do congelador, o deixando em cima da pia para descongelar. Assim, quando ele voltasse já estaria descongelado e seria um trabalho a menos. Deixou os feijões de molho também, aproveitando para lavá-los. Era nessas horas que Monstro fazia falta. Regulus suspirou, pensando se tinha sido mesmo uma boa ideia dar umas férias para o elfo. Mas logo dispensou os pensamentos, pois Monstro merecia.

— Papai? — A voz doce vindo das escadas chamou sua atenção. 

— Oi, meu bem. — Regulus se virou para a menina, que anda vestia seu pijama roxo com estampa estrelada e suas pantufas de ursinho. A garota bocejou, coçando um dos olhos.

— Por que não me acordou? — Aurora perguntou, meio grogue pelo sono.

— Porque ainda está cedo, querida. — Regulus respondeu, deixando o copo e o prato da filha em cima da mesa.

— E por que o senhor está acordado tão cedo? — Aurora perguntou, subindo na cadeira e se sentando em cima do banco. Era engraçado que ela conseguia subir, mas não conseguia descer.

— Bem, só acordei. — Regulus respondeu, dando de ombros. Ele não queria preocupar a filha com seus problemas. — Mas me diz você, por que não está dormindo?

— Tive um pesadelo, então fui procurar você. — Aurora respondeu, esperando que seu café da manhã ficasse pronto enquanto deitava sobre seus braços. — Mas você não estava na cama, então eu desci pra cá.

— Oh, é mesmo? — Regulus disse enquanto enchia o copo da menina com leite quente. — E com o que foi o pesadelo, querida?

Aurora olhou para a mesa, timidamente, e então de volta para o pai com uma feição assustada que fez o coração de Regulus quebrar.

— O senhor tinha sumido. — Aurora respondeu, chorosa, ao lembrar do sonho que tinha tido pouco tempo antes. — E eu não achei a madrinha, nem o padrinho, nem o tio Evan ou o tio Barty e... E... Nem ninguém! Todo mundo tinha ido embora, todo mundo tinha sumido!

— Ah, querida. — Regulus a pegou nos braços, a abraçando e deixando que a menina chorasse no seu ombro. — Eu não vou a lugar nenhum, está bem? A Pandora também não vai, e nem o Severus, e eu tenho certeza que o tio Evan e o tio Barty ainda tem muita do que encher na nossa paciência, não é? Está todo mundo aqui, okay? A Luninha vai estar na escolinha como todos os dias, assim com o Cedric, a Hermione e o Harry. Estamos todos aqui, está bem? E não vamos a lugar nenhum.

Someone to Stay - Starchaser Onde histórias criam vida. Descubra agora