Capítulo 21

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Regulus estava de volta ao trabalho.

Ao passar do ano novo, dos feriados e da nevasca rigorosa, ele eventualmente teve que voltar a trabalhar. Sua biblioteca não se abriria sozinha, certo? E claro que Aurora voltou a estudar, não estando nem um pouco desanimada por causa disso. Ela sentiu muito a falta de seus amigos de escola, no fim de tudo.

Com a proximidade do aniversário de Aurora, Regulus estava muito ocupado focado em organizar a festa que sua menina tanto queria. Sabor de bolo, doces, bebidas, decoração e convidados. Tudo isso estava tomando todo seu tempo, e talvez, apenas talvez, ele estivesse usando suas ocupações como desculpas para despistar James. Quer dizer, ele estava muito constrangido, porque parecia que toda vez que olhava pra James se lembrava do incidente na virada do ano.

Eu posso beijar você?

Aquilo estava em sua cabeça noite e dia, e agora ele vivia de se perguntar o que teria acontecido se Remus não tivesse interrompido o momento. Ele teria dito sim? James teria o beijado? Inferno de sentimentos confusos. Ele sabia que James não amava Lily, quer dizer... Foi isso que ele disse na festa de ano novo. Mas James seria capaz de o amar? Alguém seria capaz desse feito? Ele pensava que não.

Ele não tinha se livrado de James tanto quanto pensava, no entanto, pois faltando cerca de meia hora para fechar sua biblioteca ele viu Potter cruzar a porta de entrada e vir em sua direção. Nem mesmo disfarçando ou olhando em volta antes de ir em direção a Regulus. Ele parecia ansioso, empolgado, e Regulus se sentiu mal por estar fugindo dele. Mas, droga, Regulus não sabia o que fazer! Ele não sabia lidar com seus sentimentos ou com possíveis rejeições, então fugia. Era tudo que ele sabia fazer, fora fingir que isso não o afetava. Era tudo que ele tinha feito sua vida toda.

E talvez fosse apenas na sua cabeça, mas James parecia tão interessado nele... Quer dizer, ele tinha o agarrado e literalmente pediu permissão para lhe beijar! Aquilo deveria significar alguma coisa, não?

— Reggie! — Se James viesse andando aos pulinhos, Regulus facilmente poderia compará-lo a Aurora. Ah, esqueça, Regulus poderia compará-lo a Aurora se ele respirasse. — Oi! Eu queria falar uma coisa com você!

— Olá, James. — Regulus forçou um sorriso, aproveitando uma brecha quando um cliente veio com alguns livros pedindo para que Regulus verificasse os preços direitinho.

Assim que o cliente se foi, James voltou a olhar para Regulus animado. James deveria parar, sempre acabava deixando Regulus constrangido com aquilo. Quer dizer, quem tinha permitido que ele tivesse um sorriso tão bonito e, de quebra, o mostrasse aos quatro cantos do mundo?

— O que é? — Regulus perguntou, sabendo muito bem que James só estava esperando a deixa para falar.

— Então... — James abriu a portinhola do balcão, invadindo completamente seu espaço pessoal enquanto pegava caderno e uma pena de um bolso que deveria ter feitiços de expansão. — Sirius disse que você está muito ocupado com a festa de aniversário da Aurora e, bem, como eu não tenho absolutamente nada de interessante para fazer, eu decidi que quero ajudar.

— Decidiu com a permissão de quem? — Regulus franziu o cenho. E lá tinha se ido sua rota de fuga.

— Com a minha, a da Aurora e a da Pandora. — James sorriu, inocentemente. — Mas, enfim. Como eu ia dizendo... Ah, sim! Eu acho que talvez pudéssemos fazer as lembrancinhas baseadas no gato de Cheshire, e o bolo poderia ser baseado na personagem principal... Cupcakes do chapeleiro maluco seriam estranhos?

Regulus não conseguiu evitar o sorriso. Certo, era por aquele idiota que ele tinha se apaixonado. O grifinório idiota que tagarelava sem parar e o seguia para cima e para baixo, com os olhos brilhando e sempre tão feliz que atraía a energia positiva de todos ao seu redor. Oh, céus, Regulus não estava sorrindo como um bobo, estava?

Someone to Stay - Starchaser Onde histórias criam vida. Descubra agora