O inferno se instalou dentro de Beatrice. Seu corpo inteiro parecia estar em chamas, e as cobertas a sufocavam. Ela queria empurrá-las para longe e mostrar a Ava exatamente o que ela estava causando a ela. Só a ideia de fazê-lo, de deixá-la ver exatamente a extensão do dano de suas palavras, toda a umidade cobrindo o interior de suas coxas, seu clitóris latejando desesperadamente, seus dedos circulando violentamente.
Ela também queria vê-la, queria saber se ela também estava encharcada. Será que ela também fica úmida quando pensa em mulheres nuas? Será que ela é mesmo igual a Beatrice?
Ela tem sido assim o tempo todo?
Ava gemeu baixo e roucamente, quase involuntariamente, como se estivesse tentando se manter quieta. Ela se perguntou o que estava pensando, se se sentia tão insana quanto Beatrice naquele momento.
A eletricidade irrompia livre e constantemente por suas veias, e ela sentiu o precipício se fechar novamente, uma pressão contraindo todos os seus músculos, nublando sua mente, tornando tudo ao seu redor embaçado e distante.
Ela pensou em Ava. Sempre em Ava.
Um segundo agarrada àquela beirada pareciam anos, e ela não queria nada além de saboreá-lo, senti-lo apropriadamente, ouvir mais os sons de Ava, conhecer mais sobre seu corpo e sua mente, de forma mais íntima, de uma perspectiva que ninguém mais nunca viu antes.
Mas um segundo foi tudo o que ela teve.
"Ava, eu estou..." Beatrice tentou dizer, insegura. A intensidade desse sentimento a estava controlando, sua voz não estava saindo claramente, seus pensamentos estavam espalhados. Ela não tinha ideia do que diria em seguida.
"Você está o quê?", perguntou Ava com urgência, como se estivesse esperando por isso.
"Estou perto."
"Perto do quê?"
Não, Beatrice não conseguia dizer. Era demais, muito sujo. Ela não conseguiria dizer aquelas palavras em voz alta.
"Beatrice, diga."
"Eu... eu não posso, eu estou...". E ela fechou a boca.
"Você está o quê?"
"Estou quase chegando lá."
"Chegando onde?"
"Vou ter um orgasmo."
"Você vai gozar", o som dessas palavras soou devastador nos ouvidos de Beatrice. Ela tremeu violentamente com a recompensa, intensa e consumidora, e seu prazer escalou.
"Eu vou gozar", repetia Beatrice. Era sujo, pecaminoso, errado, mas era tão bom. "Eu vou gozar", seu clitóris latejava mais forte com suas próprias palavras. Era incrível. Ela não conseguia parar de repetir. O vazio que se abria ficava cada vez maior a cada vez que ela entoava em voz alta, invocando os demônios mais perversos de si mesma, ouvindo sua própria voz se quebrando de desejo, consumindo-a. Era a tortura mais viciante.
"Eu vou..." o ápice a atingindo bem ali, prendendo-a, forçando-a a terminar a frase com um gemido, enquanto a sentia, à medida que empurrava os quadris contra as próprias mãos.
Ava ainda movia os quadris ao lado dela, incapaz de fechar os olhos e deixar de olhar para Beatrice perdida em seu próprio prazer. Ava sentiu-se dominada e soltou um lento "Porra", enquanto todo o seu corpo enrijeceu por alguns segundos antes que a mesma tempestade estourasse dentro dela.
Isso não fez nada além de levar Beatrice a uma nova onda. Apenas segundos depois que seu corpo parou de convulsionar, ela se sentiu tensa novamente, contraindo-se. Seu clitóris estava mais rijo e parecia cada vez melhor sob seus dedos, junto à umidade cobrindo sua mão, enquanto seus quadris rolavam fora de controle. Ela podia sentir os olhos de Ava sobre ela, enquanto o precipício a engolia novamente.
Ela fechou os olhos vendo manchas sob as pálpebras, tentando arduamente manter os barulhos baixos, enquanto seu corpo inteiro tremia, pois todo o seu ser estava consumido por aquele calor branco.
Até que começou a diminuir, e ela voltou a se sentir deitada na cama, o alívio se espalhando por cada centímetro de seu corpo. Sua mente nadava em facilidade e conforto, e ela se sentiu elevada, calma e profundamente satisfeita.
Assim que sua respiração se acalmou novamente, ela se virou para o lado e encontrou os olhos de Ava, completamente focados nela, mal piscando, como se tivesse medo de perder alguma coisa.
"Ava", ela murmurou.
"Isso foi lindo", disse Ava, olhando nos seus olhos com tanta intensidade que, em seu estado de curta euforia, Beatrice não conseguiu encontrar nenhuma maneira de transformar isso em constrangimento ou vergonha. E isso, para ela, era muito.
"Uau", repetiu Ava, piscando rapidamente e respirando fundo, como se fosse ela quem se perdeu em seu clímax e não Beatrice.
"Está se sentindo melhor?", ela perguntou com sua voz calorosa e gentil. Ava não tinha ideia, melhor era um eufemismo.
Beatrice assentiu, sentindo-se pegajosa e suada. Antes que a felicidade se dissipasse e desse lugar a todos os sentimentos menos agradáveis, levantou-se e foi até o banheiro, ainda tendo certeza de que Ava estava olhando para ela.
Sua mente ficou em branco durante todo o tempo em que tomou banho e abriu a gaveta com absorventes, preparando-se para o que viria no dia seguinte.
Com o corpo ainda completamente relaxado, ela voltou para a cama. Ava tinha trocado seu short de pijama e estava dormindo no meio da cama, com seus membros espalhados por toda parte.
Beatrice sorriu e se acomodou ao lado dela. Assim que todo o seu peso se instalou, os braços de Ava encontraram seu corpo e o pressionaram mais perto do dela, suspirando longa e pesadamente, como se pudesse sentir exatamente o mesmo alívio que ela.
Beatrice fechou os olhos. Era tudo demais, ela não tinha certeza se merecia, mas não iria questionar, não agora.
Ao fechar os olhos, sentindo o cheiro de morango do xampu de Ava, ela se perguntou como a amizade delas mudaria a partir de agora.
• Todos os direitos reservados a Double_Dublin autor(a) do título, 'The Cure For Deviation', publicado originalmente em inglês no AO3 •
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A cura para o desvio
FanfictionIrmã Beatrice vive sua vida em tormento e vergonha sobre quem ela realmente é, embora geralmente consiga esconder isso com suas habilidades e excelência. Mas torna-se difícil esconder-se ao lado de Ava, que aproveitará a chance para ajudá-la em seu...