Mais uma vez, após vários dias de pensamentos torturantes, de um pulsar enlouquecedor em todo o corpo, noites agitadas e nada além de repulsa pelos sonhos que se apresentavam da mesma forma todas as noites, ela desistiu. Forçou-se a ter um orgasmo tentando manter sua mente vazia, afastar qualquer pensamento sobre mulheres, porque toda vez que elas entravam em seu campo de visão, se transformavam em Ava. Ela fez o possível para evitá-la e a qualquer outro pensamento em particular, mas para seu horror, não pareceu ser suficiente.No dia seguinte, sua menstruação não desceu e a dor latejante não passou. Ela achava que entendia como o ciclo funcionava, mas, dessa vez, aparentemente não tinha acabado.
A necessidade voltou com força, como se estivesse furiosa com ela, exigindo mais do que nunca. Ela precisava de alívio imediatamente, e em seu estado de êxtase, pensar direito se tornou seu maior desafio. Suas inibições pareciam desaparecer à medida que a excitação crescia, e ela não conseguia mais se conter.
Ela fechou os olhos e viu Ava, não fugiu dela, não se escondeu dela. Com completa resignação, entregou-se.
O que ela viu foi uma continuação da noite anterior, onde a observou em silêncio de um canto escuro de seu quarto. Desta vez, ela precisava ouvi-la, a voz doce, baixa e rouca, que ela sabia que seria o suficiente, mesmo que fosse apenas seu nome. Seria o bastante.
E ela ouviu, em seu subconsciente, dizendo isso como uma concessão, uma permissão para ela se soltar, e ela o fez. Seu orgasmo pareceu definitivamente diferente, mais quente, mais sufocante, traçando diretamente um peso forte em seu peito.
Por alguma razão, Beatrice não se sentiu tão culpada depois disso.
Foi só no dia seguinte, quando foi contatada por Mary, pedindo para buscá-la, que ela dirigiu a van com dedos trêmulos e um frio na barriga. Só de pensar em ver Ava naquele dia fazia com que ela sentisse vontade de vomitar.
A bondade de Deus teve piedade de seu desespero e a castigou com o alívio de não ter que vê-la frente a frente. Pelo espelho, ela captou um rápido vislumbre dela, exatamente como no sonho da noite passada, e apertou os dedos no volante, percebendo que nunca mais conseguiria falar com ela.
Ela esperou enquanto Mary caminhava até a van, abria a porta e entrava, colocando silenciosamente o cinto de segurança. Beatrice fez o possível para manter o rosto inexpressivo enquanto perguntava, com um nó se formando em sua garganta, se ela viria.
"Não."
Alívio se espalhou rapidamente por cada célula do seu corpo. Ela sentiu vontade de começar uma oração em agradecimento a Deus por permitir essa pequena misericórdia sobre ela.
E torceu, mesmo com o coração partido, para que Ava não voltasse, para que não precisasse vê-la novamente, que ela encontrasse seu próprio destino em outro lugar e que a OEC simplesmente a deixasse ser livre.
Mesmo sabendo o quão impossível e o quão inatingível aquele desejo era.
Mas aparentemente, seu desespero estava chegando aos ouvidos de alguém.
Seu desejo se tornou realidade: ela foi transferida para um convento na Malásia. Talvez nenhum outro desejo se realizasse, mas, pelo menos, ela não precisaria ver Ava novamente.
• Todos os direitos reservados a @/Double_Dublin autor(a) do título de 'The Cure For Deviation' publicado originalmente em inglês no AO3 •
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A cura para o desvio
FanfictieIrmã Beatrice vive sua vida em tormento e vergonha sobre quem ela realmente é, embora geralmente consiga esconder isso com suas habilidades e excelência. Mas torna-se difícil esconder-se ao lado de Ava, que aproveitará a chance para ajudá-la em seu...