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2 semanas depois.

Nicolle Narrando

Hoje seria o meu primeiro dia em uma das pequenas empresas que Cezar tinha. Estava terminando de tomar banho,quando me lembrei dos meus primeiros dias aqui,e da forma íntima que Cezar antes me tratava. Aquela noite havia sido esquecida por nós dois,jamais citada ou repetida,agora ele tomava distância de mim como se eu fosse um bicho petulante e doente.

Não liguei,aquela noite foi dolorosa,por mais que boa parte de mim que gostava dele tivesse gostado e não reprimi os gemidos,ele tinha sido bruto e contra minha vontade,por mais que eu não demonstrasse isso na hora.

***

_Na frente dos outros eu sou o seu primo,me trate sempre como senhor,entendido?

_Sim,senhor._ Concordei,estava indo no mesmo carro que ele para a empresa,contra a minha vontade claro.

_Voce veio aqui para conseguir experiência,foram nossos tios de fora que mandaram você pra cá.

_Sim ,senhor._Revirei os olhos,suas mão se estendeu a mim,apertando meu rosto.

_Nao seja má educada na frente dos meus funcionários.

_Nao quer que eles saibam que você é um mafioso né?_Levantei a voz.

Ele tirou a mão do meu rosto.

_A menina é inteligente,Senhor Cezar._ O motorista disse.

_Nao encoraje ela cara.

_Desculpa patrão._Vi ele rindo e eu ri também de forma discreta.

_Voce não deve falar assim de forma aberta que eu sou da máfia,imagine que Jonas não soubesse,como eu ficaria?

_Com problemas_ Eu sorri,mas a cara dele continuava fechada_ Estaria com problemas SENHOR.

_Ótimo,agora tenha ideia disso quando estivermos com outras pessoas da empresa.

_Sim senhor.

_Vou te deixar como minha secretária chefe,passe as agendas de horários para mim com antecedência.

_Sim,senhor.

_Nao errei meus horários,se não será seu último erro.

_Estarei grata com oque for,senhor._ Morrer nunca fora uma má ideia para mim. Ele revirou os olhos e voltou a olhar pela janela.

Fiz o mesmo,pensando no homem enigmático que estava ao meu lado.

***

A empresa de pequena não tinha nada,quando o carro parou e Jonas disse que tínhamos chegado fiquei de boca aberta. Cezar abriu a porta para mim,etão entramos juntos. A recepcionista deu uma boa olhada em mim,como se me avaliasse se eu era uma puta dele ou se eu poderia ser a nova secretária. Bufei e revirei os olhos enquanto entregamos no elevador.

_Algo te incomoda?_ Ele perguntou monótono,com ose não quisesse saber de verdade a resposta.

_Não.

_Então a partir daqui controle-se.

_Sim,senhor.

Assim que chegamos ao andar selecionado, passamos por um pequeno corredor,e, quando entramos todos se levantaram atrás das escrivaninhas. Algumas pareciam assustadas,enquanto uma menina de cabelo loiro que logo percebi ser falso sorriu,demostrando sua animação de forma exagerada.

Cezar andou entre as mesas,até chegar a porta alta do fundo,claramente seu escritório. Me virei,assim como ele,olhando para a plateia de curiosos que agora olhavam para mim.

_Primeiramente bom dia a todos_ Sua voz saia de forma bruta e ignorante,reprimi uma cara feia_ Esta é minha nova secretária,ela irá trabalhar com vocês.

_Então você irá demitir alguém? Não há como ela ficar aqui._Alguem falou.

_Sim,essa é uma decisão que será tomada essa semana. Novamente um bom dia. Venha.

Assenti,um pouco assustada mas o segui. Ele fechou a porta atrás de si e me indicou uma cadeira.

_Vou prejudicar alguém?

_Isso não é nada que você precise preocupar.

_Nao quero deixar alguém sem emprego.

_Ja disse e repito,isso não é da sua conta.

_Por favor,senhor Cezar,não pode tirar alguém do cargo por minha causa! São pessoas que tem família e...

_CHEGA!_ Ele bateu o punho na mesa,fazendo um alto som que me assustou,pisquei os olhos,achando que ele iria me bater_ Desculpe,Nicolle,se te faz feliz,vou apenas rebaixar um funcionário,ninguém perderá seu emprego aqui.

Eu sorri,animada e vitoriosa.

_Obrigada senhor Cezar,não irá se arrepender!

Ele sorriu,virando a cabeça para a grande vidraça a esquerda. Olhando ele assim,de bom humor,aqueceu meu coração. Ele não era feio,e nem má pessoa,só... Não sabia oque fazia.

_Quantos anos você tem mesmo Nicolle?

_Agora tenho 18.

_Quando você fez aniversário?_ Ele franziu a testa,confuso.

_Semana passada,dia 7 de abril.

_E por que não me falou nada?

_Hum... Estávamos brigados até hoje senhor.

_Aquilo não foi uma briga Nicolle.

_Desculpe?

_Eu sou homem e reconheço uma garota linda e sensual na minha frente._ Senti me rosto corar._ Agora sai,por favor, tenho assuntos para resolver.

_Coisa de mafiosos né?_ Perguntei apenas para irritar.

Ele fechou a cara e logo me arrependi,então ele mudou a expressão para o mesmo sorriso idiota de antes,como se cassoasse de mim.

_É,coisa de mafiosos.

Sorri,me levantei e sai da sala,olhando para meus novos colegas de trabalho.

A Infeliz Dos MafiososOnde histórias criam vida. Descubra agora