O fumante.

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O fumante se perde em volutas de fumaça.
Seus pulmões, outrora límpidos e vastos,
Agora abrigam o lamento silencioso.

Ele traz consigo o peso do vício,
A ânsia de um alívio momentâneo.
Cada tragada é um pacto com o tempo,
Um sopro de vida que se esvai em cinzas.

As mãos trêmulas seguram o filtro,
Como se fosse o último elo com a sanidade.
O fumante busca refúgio na nicotina,
Enquanto o mundo gira em sua órbita indiferente.

O cigarro queima, e com ele ardem memórias,
Amores perdidos, sonhos desfeitos.
A fumaça dança, encobrindo segredos,
E o fumante se afoga na própria melancolia.

E quando o último cigarro se apagar,
Talvez ele encontre a paz que tanto anseia.
Até lá, ele seguirá tragando o tempo,
Deixando sua marca no vento, na bruma, no silêncio.

O Mundo Poético De Gustavo Lendon Onde histórias criam vida. Descubra agora