Doce Culpa.

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Na quietude da noite, o desejo aflora,
Um sussurro doce, um anseio que devora.
Quero provar o néctar, a doçura que encanta,
Mas o medo me abraça, como sombra que espanta.

As estrelas cintilam, testemunhas silentes,
Enquanto meu coração debate-se entre correntes.
O doce é tentador, promessa de prazer,
Mas a balança da culpa oscila, sem ceder.

Ah, se eu pudesse saborear sem temor,
Devorar cada pedaço, sem peso, sem dor.
Mas a sociedade sussurra, julga e condena,
E o espelho reflete a prisão que me envenena.

Assim, na penumbra, o dilema persiste,
O doce na bandeja, a alma que insiste.
Engulo o medo, mas ele não se vai,
Pois o preço da liberdade é a tristeza que cai.

E assim, no silêncio da noite, eu choro,
Com o gosto doce nos lábios, o coração em desdouro.
O doce, a prisão, a balança quebrada,
E a tristeza, fiel companheira, nunca desamparada.

O Mundo Poético De Gustavo Lendon Onde histórias criam vida. Descubra agora