004 | CÉREBRO DE ERVILHA

421 54 28
                                    

Pov narradora

— Não, não acho que estou sendo direta, apenas não vejo motivo de você ficar tentando puxar assunto comigo depois de anos.— Diana diz rancorosa encarando os olhos azuis do garoto loiro.

Walker solta um longo suspiro e se aproxima da garota para que ela pudesse ouvir sua resposta com mais clareza, já que parecia que os ruídos da festa só aumentam.

Enquanto o perfume forte do loiro invade o nariz da morena, ela se sente levemente atraída, o suficiente para se aproximar dele e gostar do seu cheiro. A fragrância envolvente desperta uma curiosidade sutil em seu ser, mas tenta disfarçar ao máximo.

— Ainda guarda rancor de mim desde o sétimo ano, é sério?— Ele pergunta indignado.

— Você me infernizou aquele ano inteiro. Você não guardaria?— Diana questiona séria fixando o olhar no mesmo.

Durante todo o sétimo ano, Walker tornou a vida de Diana um verdadeiro inferno, praticando brincadeiras de mau gosto, como jogar um balde de água nela. Embora tenha sido suspenso por suas ações, para ele, valeu a pena.
Na perspectiva de Diana, essas "brincadeiras" eram realizadas sem motivo aparente, deixando-a perplexa. No entanto, tudo tem seus motivos, por mais ridículos que sejam.

— Olha só, foi mal, eu tô arrependido... De verdade.— Walker coloca a mão no próprio peito, como se estivesse prometendo algo. Mas ainda com aquele sorriso sacana impreguinado nos lábios.

— Sei, o nariz tá até crescendo.— Diana aponta para o nariz dele fazendo referência com o Pinóquio.

O garoto coloca a mão no nariz certificando se está tudo certo e só depois raciocinia o que ela queria dizer, fazendo a garota soltar um riso curto.

— Eu preciso de ajuda.— Walker diz sério olhando para ela.

— De um psicólogo? Tá mesmo. Se quiser eu até ajudo a pagar, seu estado tá crítico.— Diana diz com um sorriso sarcástico.

O garoto revira os olhos e ergue as mãos, como um rendimento.

— Tá, eu mereço.— Walker deixa escapar uma risada sincera de seus lábios.

Diana ri junto dele e o pensamento do garoto ter mudado passa pela cabeça dela, mas seu rancor ainda é bem maior que esse mero pensamento.

— Agora vem comigo, eu preciso conversar com você.— O loiro puxa Diana pelo pulso sem ao menos dar um tempo para ela absorver sua fala.

Diana curiosa se deixa levar pela mão quente de Walker no meio da multidão. Ele sobe algumas escadas até ficar no corredor dos quartos e banheiros da casa, onde não há sinal de pessoas.

Diana fica olhando para o garoto curiosa, enquanto milhões de coisas passam por sua cabeça. Walker controla a respiração e depois começa a falar:

— Você deve ter ficado sabendo do meu término com a Mayla, certo?— Ele pergunta levemente nervoso, o que faz Diana estranhar esse comportamento raríssimo nele.

— E quem não sabe? Não duvido nada que foi por traição.— Diana diz provocativa fazendo questão de irritar o garoto, se aproveitando de seu nervosismo.

Ele revira os olhos, mas suporta a provocação em silêncio, pois reconhece que, de certa forma, ela tinha o "direito" de tratá-lo daquela maneira.

— Não foi traição.— Ele afirma com um sorriso falso se segurando para não escapar alguns insultos de sua boca ou retrucar a provocação, que é o que ele mais queria no momento.

Fake Love? - Walker Scobell Onde histórias criam vida. Descubra agora