Cigana

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- Vem meu homem! - Neuta o chama outra vez, mordendo o lábio, quando ele ainda permanece parado. - Me faz tua mulher! - Ela apoia-se nos cotovelos, ficando semi-deitada e abre mais as pernas, oferecendo-se para o jovem.

- Porra! - Exclama ao apreciar a imagem indecente que tinha da sua mulher, toda aberta só para ele. - Essa é a visão mais linda do mundo! - diz entregando a luxúria em sua voz rouca carregada de tesão, trazendo o estremecimento que aciona as ondas elétricas que percorrem seu físico por inteiro.

Tais sensações se concentram em seu membro rígido, marcado na calça, latejando para estar dentro dela. Sem esforço nenhum, realiza o primeiro passo, depois o segundo e logo mais o terceiro, diminuindo a distância e se aproximando do seu pecado particular. Sua dama estava tão linda daquela forma, tão sensual, tão gostosa que teme por se apressar e não satisfazê-la por completo, estava a ponto de gozar só olhando para ela.

Ao findar a distância no sexto passo, segura as coxas grossas, apertando a carne sem delicadeza e enfiando as unhas na pele clara. Neuta arfa ao sentir aquela possessividade pegando o que de fato era dele. As mãos atrevidas sobem pelas laterais, passando pelo tecido da camisola e se fixando na cintura, onde aperta grosseiramente, fazendo-a abrir a boca sem emitir som nenhum.

- Tão gostosa e toda minha! - ele a encara, enfeitiçado naqueles olhos ciganos, que o seduziam sem pudor algum.

Desviando-se um pouco do feitiço, move as íris para a boca entreaberta, levando a mão direita até os lábios e tocando-os sutilmente. Seu contorno labial era tão bonito que ele passa o polegar com certa força, primeiro pelo lábio superior, delineando o limite e seguindo para o inferior. Neuta fecha os olhos e entreabre os lábios, ligeira puxa o dedo para dentro de sua boca, chupando-o com gosto como se fosse o membro dele ali sendo acariciado por sua língua.

Cega pelo prazer, emite gemidos baixinhos ao mesmo tempo que executa movimentos de vai e vem com a boca. Se ela queria matá-lo, estava conseguindo, pois o peão sente o sangue correr diretamente para seu pênis, que pulsa ereto e inchado de tanto tesão. Com cuidado, retira o dedo da boca dela, deslizando a mão para a maçã rosada enquanto se encaixa entre as coxas macias.

A dama inclina a cabeça na direção do carinho, descortinando o verde e olhando fixamente no castanho, emanando o feitiço que o fazia se perder nas nuances esverdeadas daquelas íris sedutoras. Nunca vira olhos tão lindos como aqueles, foi a primeira coisa que reparou quando esbarrou com ela em Barretos. Sentia-se como Bentinho contemplando os olhos de Capitu, os olhos de ressaca, que o atraíam e depois o arrastavam para dentro do abismo que era amá-la. Os olhos oblíquos e dissimulados, que descrevem um olhar penetrante e enigmático. Os olhos de sua eterna e amada cigana.

Não acostumava-se àqueles olhos, tanto que sempre quando tinha a oportunidade de apreciá-los, perdia o fôlego em todas as vezes que os observava mudando de tom de acordo com os sentimentos dela. Pareciam até um anel do humor: verde esmeralda quando estava feliz, verde escuro brilhante quando gozava, verde musgo e opaco quando estava triste. Apesar de enigmáticos, Dinho conseguia decifrar algumas de suas facetas somente pela cor que eles apresentavam.

- Cigana! - sussurra baixinho, fazendo-a abrir um sorriso com o novo apelido.

- Cigana, é? - murmura quase inaudível sentindo a mão rústica descer para seu pescoço macio, encaminhando-se para o vão entre os seios.

- Sim! Minha Cigana! - afirma ao envolver o seio direito com sua palma, ela suspira um gemido, aumentando o sorriso satisfeito de ser tocada por ele.

- Sou o que você quiser! - diz erguendo o tronco, mantendo a coluna ereta e passando as mãos pelo peito musculoso por cima do tecido da camisa. - Faz o que quiser de mim! - aproxima as faces, olhando diretamente para a boca dele, pedindo silenciosamente por um beijo.

A Dama & O PeãoOnde histórias criam vida. Descubra agora