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36 minutos e 12 segundos escutando a treinadora me falar que devo terminar meu namoro inexistente com Younghoon por inúmeros motivos também inexistentes, são tantos absurdos que estou tendo que escutar que já está me dando dores de cabeça. 

- O que estou dizendo é que essa ideia de namoro está tanto a prejudicando como prejudicando a todos nessa academia, é contra as regras da escola e infelizmente devo dizer que se quiser continuar nessa equipe você terá que acabar esse relacionamento. Em comparação aos seus colegas você está muito inferior, está totalmente atrasada. Terei que começar a ser dura com você, ou termina ou saia da equipe. São as regras. 

Não pensei muito, não tinha que pensar muito,o foco daquele idiota é acabar com a minha vida e me tirar dessa escola e ele está tentando de tudo, até mesmo jogando sujo. Ele conseguiu tirar minha paciência, mas não vai me tirar desse lugar.

Fui em direção a pista de treino da equipe de Hockei, tenho que acabar com essa história o mais rápido possível antes que me prejudique mais do que já está me prejudicando. 

Ao chegar na pista somente vejo Minjae treinando, ao me ver ele vem até mim. 

- Precisando de algo? - ele pergunta. 

- Onde está Younghoon? 

- Ele ainda deve estar no vestiário, ele estava indo para lá quando eu cheguei. 

- Obrigada - forço um sorriso para ele e vou até o vestiário. 

Não tinha tempo e nem paciência para se quer bater na porta, entrei com tudo mas logo percebi que foi uma péssima ideia. Acabei me dando de cara com Younghoon trocando de roupa, estava sem camisa na minha frente. 

Pensei em gritar, até mesmo desmaiar mas deixaria a situação pior mas de qualquer forma consegui piorar, um desmaio seria bem melhor do que petrificar com os olhos do tamanho de uma bola e de boca aberta. De longe parecia que eu estava aproveitando a situação e não que eu não esteja, o que estou, realmente é uma ótima visão.

 Mas esse não é o foco! Acorda Wang Yiren!

Cubro os meus olhos rapidamente assim que me toco, escuto uma pequena risada nasal e logo após a sua voz. 

- Já viu, está se escondendo por quê? 

- Se veste logo. 

- Por que eu deveria? Estou no vestiário masculino, você é a intrusa aqui. Depois de invadir está com vergonha? Por sorte não me encontrou totalmente pelado. 

- Cale a boca. 

- Deixa eu adivinhar, nunca viu um homem sem camisa? Ou está com te-...

- Eu mandei calar a boca! - tiro as mãos dos olhos e ele ri. 

- O que aconteceu que a fez vir tão rápido assim até mim. 

- Ainda pergunta? Você ficou maluco? 

- Maluco por quê? - ele se faz de desentendido. 

- Não seja cínico, você fez todos acreditarem que estamos em um relacionamento e agora a treinadora me fez escolher ou você ou a equipe, e olha que escolher você nem é uma opção para mim! - ele ri. - Isso, ri, idiota. 

- Wow, realmente repercurtiu tanto assim? Parece que somos uma forte combinação. 

- Deixa de ser idiota! Você vai agora tirar essa história a limpo, dizer que nunca tivemos nada. 

- E acha que vai colar? - Ele se senta no banco vázio no meio dos armários e retira uma camisa de sua bolsa. 

- Tem que colar! Eu não sei o que deu nessa sua cabeça de girino de inventar essa ideia idiota, com o que estava na cabeça? 

- Pensei que iria gostar, querida. Não é o que sempre quis? Todas as garotas aqui se matariam para receber o que você recebeu. 

- Mas se toque que eu jamais serei que nem essas iludidas, que não sabe as suas verdadeiras cores e te almejam como loucas. Eu não sou tão maluca assim. 

- Não? Certeza? - ele está me olhando com aquele olhar de cafajeste de novo.

- Claro que tenho, agora pare de dar rodeios e faça alguma coisa para esclarecer isso tudo! 

- Infelizmente não poderei, querida - ele se levanta e se aproxima. - O que está feito, está feito. Já era - se aproxima mais e mais. 

- Eu te odeio. 

- Eu sei, querida. Sei muito bem - piso em seu pé o fazendo grunhir de dor. 

Mas acabo escutando a porta sendo aberta até que ele me puxa pela cintura entrando em um dos box dos chuveiros nos trancando lá dentro. Escuto passos do lado de fora e alguns assobios. 

Meu coração estava por sair pela a boca, seu rosto.. estava tão próximo ao meu. Sentia sua respiração em minha bochecha. Percebi que minhas mãos estavam apoiadas em seu peitoral nu, estava quase caindo, como esse local pode ser tão pequeno? Ou ele que é grande demais. Seus olhos encontram os meus e ele sorri, não de forma inocente. O sinto se aproximar cada vez mais e o encaro com raiva. O que esse idiota está pensando, não é como se eu quisesse estar nessa situação, ainda mais com ele. 

Mas ai, ao se aproximar mais e olhar novamente em meus olhos eu percebo algo estranho, seus olhos... brilharam, mas não de uma forma comum, sim de uma forma extraordinária. Ele parecia acabar de sair de um transe interno, como se um quebra-cabeça acabasse de se completar em sua cabeça. Seu cenho franze, significando que ele estava confuso mas logo relaxa mas nada além disso. Foi uma reação tão estranha, percebo sua respiração falhar. Ele começou a ficar pálido, parece que viu algo. 

Os passos vão se distanciando e eu respiro aliviada. O empurro para ir embora mas ele me puxa de uma vez contra o seu corpo, agarrando forte minha cintura não me deixando brechas para sair. 

- O que está fazendo? - o encaro confusa. 

Seus olhos estudavam o meu rosto, estava confuso, perdido. Estava... estranho. 

- O-O que foi? - começo a me preocupar. 

Ele me solta de uma vez e abre a porta, estava desnorteado. O que deu nesse maluco? 

- Younghoon, espera! - vou até ele. 

Ele se vira para mim e eu vejo os seus olhos marejados. 

- Eu espero que você pare com essa ideia maluca e que não apareça mais na minha frente, você só está atrapalhando a minha vida. Seja esperto. - ele sorri sapeca e se aproxima. Se curvando para ficar a minha altura. 

- Não se preocupe "Floco de neve", ainda não vai acabar por aqui, você acabou de se tornar muito mais interessante. 

Por um segundo meu mundo caiu.

- D-Do que você me cha-chamou? 

Ele sorri doce e puxa meu queijo com sua mão me encarando bem mais perto. 

- Fui burro por um momento, mas agora não mais - ele fala e vai embora. 

Solto a respiração em que havia prendido. Eu não sabia como reagir, tudo estava uma bagunça. Como ele sabe esse apelido, não pode ser uma conhecidência, pode? 

Me apoio na pia ao lado, ainda recolocando meus pensamentos no lugar e esperando meu rosto voltar ao seu tom normal, pareço um tomate. Ele é tão atrevido e... bonito, que meu corpo colapsa toda vez, odeio esse efeito tão ingênuo do meu corpo em contato até mesmo do seu olhar. Um olhar em que... eu não desconheço, me lembra algo. 





Até a Última Neve Cair ❄Onde histórias criam vida. Descubra agora