Dos quiosques ribeirinhos à ponte lunar, estendia-se uma animada rua de 450 metros. À medida que o sol mergulhava abaixo do horizonte, o calor opressivo do dia se esvaía e as ruas e becos explodiam em vida. Donos de lojas abriram as portas, enquanto outros sem vitrines penduraram fileiras de lâmpadas pelas ruas. O chão, recém-lavado, reluzente, e pequenas mesas quadradas, oito no total, estavam dispostas do lado de fora. Mesas compridas foram cobertas com lençóis plásticos, cercadas por bancos de bambu de alturas variadas, todos adornados com flores vibrantes. Aos poucos, as ruas se encheram com o burburinho das conversas, os gritos dos vendedores e o chiar do óleo nas panelas...
Mesmo na calada da noite, o mercado noturno permanecia animado, permeado pelo aroma tentador da comida deliciosa. Cada loja exalava um aroma único, uma mistura de pimenta, óleo de pimenta, vinagre doce, alho e molho picante. Espetos escaldavam em grelhas, almôndegas nadavam em sopas fumegantes com vegetais sazonais e frutos do mar – frescos e perfumados – eram fritos, cozidos, cozidos no vapor ou fritos com perfeição. Cada prato tentava as papilas gustativas, obrigando as pessoas a salivar, sentar-se e prontamente fazer seus pedidos.
Três homens pediram espetos, arroz frito e macarrão frito, depois se acomodaram em uma pequena mesa em meio ao movimentado mercado. Esta barraca em particular parecia excepcionalmente popular.
A comida chegou rapidamente. Em comparação com um casal tagarela nas proximidades, Qin Cheng, Wu Hai e Zhang Jun ficaram notavelmente em silêncio.
Percebendo que seu macarrão frito de carne estava um pouco picante demais, Qin Cheng acenou para o dono e virou-se para os outros, comendo espetos silenciosamente. "Vocês querem uma cerveja? Esses macarrão são um pouco picantes."
"Claro", disse Zhang Jun entre mordidas. "Vamos começar com uma lata."
"Vou ter um também", concordou Wu Hai.
Qin Cheng assentiu e sinalizou para três latas de cerveja. Quando eles chegaram, ele os abriu e entregou um a Wu Hai.
"Obrigado." Depois de alguns goles, Wu Hai finalmente focou seus olhos desfocados em Qin Cheng, um sorriso autodepreciativo tocando em seus lábios. "Antes, eu suspeitava que você estava por trás dos acidentes de Jiang Bo e Lin Hongxing... mas agora, acabei passando por uma situação inexplicável..."
Sentado, Wu Hai expressou formalmente sua gratidão. "Eu realmente deveria agradecer a vocês desta vez. Se não fosse você, eu provavelmente não estaria sentado aqui agora."
Qin Cheng tomou um gole de sua cerveja sem responder, simplesmente acariciando o ombro de Wu Hai. Ele sabia que Wu Hai era uma pessoa direta, incapaz de esconder suas emoções, mas no fundo, ele não era uma pessoa ruim. A situação entre Wu Hai e sua namorada permaneceu um mistério para ele.
"Você sabe quem... não, quero dizer... Sabe o que aconteceu?" Qin Cheng perguntou cautelosamente.
"Não sei", respondeu Wu Hai, com a voz tingida de incerteza. "Pouco depois que saí da sala de pesquisa, parecia que algo tomou conta de mim... Eu ainda estava consciente, mas não conseguia controlar minhas próprias ações. Não sei o que aconteceu depois que entrei no Edifício Chenglin. Tudo o que sei é que, quando recuperei a consciência, estava à beira da cerca."
Olhando para Wu Hai, Qin Cheng fez sua pergunta timidamente. "Então, você sabe..."
Qin Cheng não terminou sua frase, mas os outros entenderam o que ele estava insinuando. Wu Hai respirou fundo, seu sorriso carregando um tom de amargura. "Mesmo que eu não pudesse vê-la... Eu provavelmente posso adivinhar quem ela era..."
Não querendo se alongar sobre o tema inquietante, Zhang Jun mudou a conversa. "Estou um pouco curioso, Qin Cheng. Por que você pode ver fantasmas?"
"Não sei", admitiu Qin Cheng, balançando a cabeça, uma pitada de desamparo em sua voz. "Eu descobri esta noite por causa do que aconteceu com Wu Hai, assim como vocês fizeram."
