⌜COLLIDE⌟

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De Seul a Daegu havia uma distância de 237 km, o que dava em tempo de viagem, 3 horas e alguns minutos de trem. Jeongguk poderia ir de carro, o que economizaria bons minutos, além de ter um motorista e muito mais conforto. Entretanto, ele estava decidido a começar a se desprender da vida de luxo na qual vivia por nascer um Jeon. Jeongguk estava ansioso devido ao caminho desconhecido que estava prestes a traçar, e enquanto aguardava o trem na Seul Station, ele se perguntou várias vezes se havia feito uma boa escolha.

Ele não quis que Lissa o levasse a estação de trem. Despedidas não eram sua coisa preferida, e Jeongguk sabia o quanto sua melhor amiga era dramática. Seu pai desejou boa sorte antes dele sair de casa, e em seguida, voltou para o escritório trabalhar como se ele estivesse apenas indo para a faculdade e não para outra cidade. A mãe, mais sentimental e exagerada, chorou dizendo que não conseguia acreditar na loucura que ele estava fazendo, mas, apesar de tudo, também desejou boa sorte e uma boa viagem.

No celular em suas mãos havia algumas mensagens, dentre elas, uma de Namjoon, desejando boa viagem e afirmando novamente que o esperaria voltar. Jeongguk nem se deu ao trabalho de abrir, apenas lendo pela notificação e a excluindo em seguida. Não era o momento para lidar com aquilo. Para ser honesto, ele pensou que a conversa que tiveram fosse fazer Namjoon entender que nada seria mais como antes. Pelo jeito, havia se enganado. Era ruim perceber que Namjoon não parecia disposto a deixar aquela situação no passado. Tudo já estava ruim o suficiente, não tinha o porquê piorar. Se existisse outra maneira de resolver aquela bagunça, ele nem precisaria fugir para outra cidade como estava fazendo. 

Ele afastou aqueles pensamentos e abriu a conversa com Kim Do Hyun. A troca de mensagens entre eles se baseava em pura formalidade, e nunca tinham mais de três ou quatro linhas. Na última, o empresário o avisou que um motorista estaria o esperando na estação de Daegu, e de lá, o levaria a casa onde passaria os próximos três meses. Depois que Jung Hwa passou o contato do Kim, tudo que falaram foi sobre o contrato de trabalho e a duração de três meses, com a possibilidade de ser estendido, caso eles gostassem dele, coisa que Jeongguk acreditava que não fosse acontecer, porque ele não tinha experiência nenhuma, o salário que receberia, — uma quantia quase obscena — detalhes do envio dos custos da viagem até Daegu e por fim, o nome de seu filho, que agora Jeongguk sabia que era, Kim Taehyung.

Jeongguk não se importava com o dinheiro, isso nunca foi um problema para ele. Seu plano era gastar o mínimo do que ganhasse, e o restante, ele doaria para alguma instituição de caridade. Jeongguk queria apenas o suficiente para mostrar aos pais que podia viver sem o dinheiro deles. Afinal, não faria sentido sair de casa para fugir da vida que tinha, se ele continuasse usufruindo da fortuna dos Jeon.

Enquanto aguardava, bebendo do café que comprou em uma cafeteria da estação, Jeongguk decidiu olhar suas redes sociais. Alguns amigos haviam mandado mensagens, e ele se perguntou quantas daquelas mensagens eram realmente sinceras e quantas era pura formalidade. Ainda deslizando pela timeline, uma foto de Jimin chamou sua atenção. Jeongguk analisou a imagem do rapaz na tela, sorrindo e posando na frente de um espelho em um lugar que não conhecia.

A sensação de não fazer mais parte da vida um do outro era ruim. Jeongguk havia se acostumado a ter Jimin ao seu lado em todos os lugares, mesmo que fosse para não fazer nada em seus quartos. Assistir à vida de seu ex namorado como alguém de fora, após anos participando lado a lado, causava uma sensação de perda horrível. Jeongguk bloqueou a tela do aparelho e respirou fundo, guardando o celular em um dos bolsos da mochila. Ele olhou para o relógio em seu pulso e viu que faltavam apenas quinze minutos para o trem chegar.

Não tinha mais volta, estava na hora de deixar sua vida antiga para trás.

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⌜em pedaços • tk⌟Onde histórias criam vida. Descubra agora