🔮Capítulo 7: Vamos pedir conselhos ao tio Delfos.

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Amanheci sozinha no outro dia, rodeada de corpos adormecidos. Não lembrava em que momento Luke me deixou, mas tinha quase certeza que ele esperou eu adormecer antes de partir.

Levantei e despertei cada um dos meus colegas, um por um. Como ainda estava meio abatida, só isso me deixou exausta. Ninguém ousou trocar uma palavra comigo, mesmo eu pedindo desculpas a todos por ter lhes feito dormir.

Quando acabei, fui direito para o chalé 3, onde encontrei um Percy amuado.

— Ei, Percy! — exclamei animada, dando-lhe um abraço apertado.

O garoto corou, sem reação.

— Parabéns por ter sido determinado, era isso que você queria, né?

— É... era — falou com uma voz desanimada.

— Ué, que foi? — perguntei, intrigada com sua reação, colocando as mãos na cintura.

— Nada... É só que... Achei que ficaria mais feliz em ser determinado. — admitiu o garoto — Acho que eu estava melhor como sendo indeterminado.

Sentei ao seu lado e acariciei suas costas, tentando consolá-lo.

— E como você tá, Els? O que aconteceu com você, afinal? Eu só vi você desacordada... — disse o moreno, enquanto bagunçava os cabelos.

Contei-lhe o plano de Annabeth.

— É, eu soube... Eu era a isca... Soube no final da captura da bandeira...

— Desculpe, Percy — e eu encarei o chão, arrependida de ter deixado Annabeth executar seu plano.

— Tudo bem, eu fiquei indignado na hora... Mas depois fui determinado, um cão infernal me atacou... Caos total... Essas coisas, sabe?

Continuei acariciando suas costas, suavemente. Ele deitou a cabeça no meu ombro, aconchegando-se. Expliquei o que tinha acontecido comigo. Ele, por sua vez, me contou sua versão do ataque do monstro.

No momento que tocou a trombeta, Luke entrou no chalé. Ele encarou Percy e eu com um olhar desconfiado, misturado com um pouquinho de desaprovação.

— O que vocês dois tão fazendo aqui sozinhos? — ele perguntou, parando na porta e cruzando os braços. — Só nos segredinhos, hein... – e estreitou o olhar.

Luke parecia um pouco... bravo? Devia ser brincadeira, ela conhecia o amigo, ele não ficava bravo por pouca coisa.

— Percy estava me contando o que aconteceu ontem. – expliquei, levantando-me e puxando o moreno comigo.

— Hm.Tá, entendi. — o loiro falou em tom rude — Eu estava procurando você desde cedo...

Eu fitei-o seriamente. Quando ia abrir a boca para contra-argumentar, Percy interrompeu-me:

— Gente, olha, me desculpe, mas eu não quero ficar no meio disso...— apontou para Luke e eu — Eu já tenho muita coisa para lidar, tá? — e saiu andando porta afora.

Nós dois nos entreolhamos. Eu não entendia o que ele queria dizer com isso. Luke apenas deu os ombros.

***

Não pude deixar de reparar a atmosfera que se instaurou no acampamento desde a captura da bandeira. Estavam todos nervosos e assustados. Começaram a sutilmente evitar muito contato comigo, inclusive os meus amigos — acredito que seja pelo que eu fiz com os filhos de Ares. E eles também evitavam Percy! Nesse caso, eu não entendia muito bem o porquê, acho que tinham medo de ficar perto dele e um cão infernal saltar do nada.

O Ladrão dos Sonhos | Percy JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora