Um barco da Guarda Costeira nos recolheu, porém eles estavam ocupados demais para ficar conosco por muito tempo, ou para querer saber por que quatro crianças com roupas casuais foram parar no meio da baía. Havia um desastre para cuidar. Seus rádios estavam entupidos de chamados de emergência.
Eles nos largaram no píer Santa Monica com toalhas em volta dos ombros e garrafas d'água que diziam "EU SOU UM GUARDA-COSTEIRO MIRIM!" e saíram às pressas para salvar mais gente.
Estávamos completamente encharcados — e isso me lembrava Luke. Precisava encontrá-lo, porém não podia enfrentá-lo, não agora. Não do jeito normal, já que ele ganharia facilmente em um combate corpo-a-corpo. Ademais, acho que não conseguiria machucá-lo nem se eu quisesse. Precisava de um plano.
Depois de chegar a terra firme, saímos cambaleando pela praia vendo a cidade queimar contra um lindo pôr-do-sol. Era como se tivesse acabado de retornar do mundo dos mortos — o que era verdade.
— Eu não acredito — disse Annabeth. — A gente passou por tudo aquilo e...
— Foi um truque — disse Percy. — Uma estratégia digna de Atena.
— Ei — avisou.
— Você entendeu, não é?
Ela baixou os olhos, a raiva murchou.
— Sim. Entendi.
— Bem, eu não entendi! — reclamou Grover. — Será que alguém poderia...
— Percy... — disse Annabeth. — Eu sinto muito pela sua mãe. Sinto tanto...
— Eu sinto muito também... — acrescentei.
Percy ignorou-nos, dizendo:
— A profecia estava certa: "Você deve ir para o oeste, e enfrentar o deus que se tornou desleal". Estava falando de Ares, não de Hades...
— E Luke sendo o ladrão? Eu simplesmente não consigo acreditar! — dizia Annabeth, enquanto andávamos até a praia. — Você tem certeza disso, Els?
— Absoluta. Ele ainda tentou me cooptar para o seu lado, para trabalhar para o Senhor do Tempo. — expliquei — Mas eu fugi assim que soube que vocês estavam em perigo.
— Obrigada, Els! — disse Grover — Bem que você tentou nos impedir de ir no mundo inferior, mas certas pessoas — e encarou a loirinha — são muito teimosas e não quiseram ouvir você...
— Ei! Nós todos estávamos certos que tínhamos que ir ao Mundo Inferior, a culpa não é minha! — protestou Annabeth.
— Ora, ora, veja quem está aqui... — falou sarcasticamente o moreno, olhando para a praia.
Lá estava ele, aguardando por nós, em seu casaco preto de couro e óculos escuros, um bastão de beisebol de alumínio ao ombro. A motocicleta roncava ao seu lado, o farol deixando a areia vermelha.
— Ei, garoto — disse Ares, parecendo genuinamente contente em nos ver. — Você devia estar morto.
— Você me enganou! — acusou-o Percy.
Ares arreganhou um sorriso.
— A questão, garoto, é que você está impedindo o esforço de guerra. Entenda, você precisa morrer no Mundo Inferior. Então o Velho Alga do Mar vai ficar furioso com Hades por matá-lo. O Hálito de Cadáver ficará com o raio-mestre de Zeus, e assim Zeus ficará furioso com ele. E Hades ainda está procurando por isto...
Ele tirou do bolso um capuz de esqui — do tipo que os ladrões de banco usam — e o colocou no meio do guidão da sua moto. Imediatamente, o capuz se transformou em um elaborado capacete de guerra em bronze.
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O Ladrão dos Sonhos | Percy Jackson
Hayran KurguÉ impressionante como sempre acontece alguma coisa importante quando chove. Um encontro com estranho, que sorriu para mim. E isso muda tudo. Ele vem me visitar nos meus sonhos, ele invade a minha noite. O bem mais precioso de Zeus foi roubado. Há...