📞Capítulo 12: Papai me salva da polícia.

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Ao abrir os olhos, esperava encontrar aqueles lindos olhos azuis que sempre me rodeavam, apreensivos, quando eu estava ferida. Contudo, deparei-me com uma cama de hospital. Hospital? Tentei me mexer, contudo a dor e uma algema em meu braço esquerdo prendendo-me à cama não me permitiram. Algema? O que está acontecendo?

Estava num quarto com várias camas, cheias de pessoas andando de um lado para outro. Era barulhento também, fazendo sua cabeça latejar de dor — o que competia com a dor absurda que sentia no abdômen.

— Olha, a menina acordou. — disse uma mulher. Ela era baixinha e tinha cabelos cacheados — Bem vinda de volta!

— Onde eu estou? — perguntei, olhando para os lados, ainda incrédula.

— Está na emergência do UCLA Emergency Medicine. — explicou a mulher — Eu sou a Dra. Rodriguez, sou a responsável por você. Você teve um ferimento grave no abdômen, tivemos que fazer um procedimento cirúrgico. Foi constatado que seu corte no abdômen foi profundo, contudo não houve perfuração de alça intestinal. Isso, associado a outras escoriações pelo corpo, fizeram você perder muito sangue e, com isso, acabou tendo uma concussão, perdendo a consciência.

— Traduzindo?

— Você cortou a barriga, sangrou um monte, bateu a cabeça e desmaiou. Teve que passar por uma cirurgia para estancar o sangramento. — a médica me explicou, rindo. — Tentamos contato com seus pais, porém não havia nenhum celular ou telefone que pudéssemos contatar.

— Telefone dos meus pais... — eu repeti, pensativa — E as algemas são do quê?

— Você não lembra? — Dra. Rodriguez aproximou-se.

— Lembra para mim o que eu fiz, mesmo?

— Parece que houve um ataque terrorista no aeroporto, algum maluco começou a atirar flechas para todos os lados. Algumas testemunhas oculares afirmaram que foi você, contudo, pela gravidade da lesão, provavelmente você foi mais vítima que agressora... Inclusive, você foi a única vítima... Eu não me preocuparia com isso agora, Eleanor.

Eu engoli seco. Precisaria de uma boa desculpa para me livrar dessa encrenca. Eu não tinha tempo para isso, eu tinha que chegar na praia de Santa Mônica.

Nesse momento, os policiais entraram na grande sala e se aproximaram do meu leito.

— Falaram para nós que a garota acordou, temos que falar com ela — um homem com um certo grau de sobrepeso se aproximou, acompanhado de outros dois homens fardados. — Eu sou o detetive Benson.

— Ela não está pronta para dar depoimento, ela acabou de despertar... — disse a médica.

— Licença, doutora, mas isso aqui é assunto de polícia. — interrompeu o detetive, grosseiramente.

A Dra. Rodriguez assentiu e recuou. Eu não gostei do jeito que esse detetive falava...

— Mocinha, eu quero que me conte o que aconteceu. — ele disse, encarando seriamente meus olhos.

— Eu... — Eu hesitei, pensando "Vamos, Eleanor, você precisa de um plano...". Fiz a maior cara de adoentada que consegui (e nem precisava fingir muito, estava com muita dor abdominal) — Eu não lembro...

— Como assim, não lembra?

— Desculpa interromper, Detetive Benson, mas ela teve uma lesão cranioencefálica chamada concussão que causa amnésia anterógrada, que significa que ela pode não lembrar do que se sucedeu antes de bater a cabeça. — interrompeu brilhantemente Dra. Rodriguez.

O Ladrão dos Sonhos | Percy JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora