S/n marchou até Harry na sala comunal de Gryffindor, sua expressão carregada de indignação.
— Harry, precisamos conversar agora! — ela disse com uma firmeza que não escondia a frustração.
Ele ergueu os olhos dos pergaminhos que estava lendo, percebendo imediatamente a seriedade na voz dela.
— O que foi, S/n? Aconteceu alguma coisa? —
— Aconteceu que você está escondendo coisas de mim, Harry! E eu não vou mais tolerar isso! — ela disparou, o tom elevando-se.
Harry se levantou, sentindo o peso da atmosfera tensa.
— S/n, não sei do que você está falando. —
— Não finja, Harry! Não finja que não está escondendo algo relacionado a esses pesadelos e a essa guerra. Eu mereço saber. Eu mereço a verdade! — Ela respondeu, as mãos tremendo de raiva.
Ele suspirou, desviando o olhar por um momento antes de encará-la.
— É complicado, S/n. Eu só queria te proteger. —
— Proteger? Ou proteger a si mesmo? Porque parece que você está mais preocupado com o que acontece com você do que comigo! — Ela acusou, os olhos cheios de lágrimas.
— S/n, você não entende. Eu não queria te envolver nisso — Harry tentou explicar, a frustração estampada em seu rosto.
— Não envolver? Nós somos um casal, Harry! Nós compartilhamos tudo. Não posso acreditar que você está fazendo isso comigo. — Ela disse, sentindo a mágoa se misturar com a raiva.
Ele se aproximou dela, tentando segurá-la, mas ela recuou.
— S/n, eu te amo. É por isso que estou fazendo isso. —
— Amor não é esconder a verdade, Harry. Amor é confiança. E eu não vejo mais essa confiança entre nós. — Ela afirmou, as palavras cortando como facas afiadas.
A sala comunal se encheu de um silêncio tenso enquanto os dois trocavam olhares carregados de emoções não ditas. S/n respirou fundo, tentando controlar a torrente de sentimentos dentro dela.
— Você acha que sou fraca, Harry? Acha que não consigo lidar com a verdade? Porque, honestamente, machuca mais descobrir que você não confia em mim. —
Ele abaixou a cabeça, ciente de que suas ações haviam deixado cicatrizes profundas.
— Não é isso, S/n. É só que eu não quero te ver machucada. —
— Mas já estou machucada, Harry. Não fisicamente, mas emocionalmente. E você é a causa disso! — Ela disse, os olhos perdendo o brilho de admiração que costumavam ter quando olhavam para ele.
Harry sentiu um aperto no peito, a dor de ter ferido a pessoa que mais amava.
— Eu só queria proteger você, S/n. Não sabia como lidar com tudo isso. —
— Proteger não é me excluir. Proteger é compartilhar o fardo, enfrentar juntos. Você acha que sou incapaz, e isso dói mais do que qualquer feitiço que possa ser lançado contra mim. — Ela desabafou, a voz embargada.
Ele levantou os olhos, percebendo a magnitude do estrago que causou.
— S/n, eu... —
— Não, Harry. Não quero ouvir desculpas agora. Preciso de tempo. Tempo para entender se ainda posso confiar em você, tempo para cicatrizar as feridas que você abriu. — Ela interrompeu, afastando-se.
Os dois ficaram ali, no meio da sala comunal, cercados pelo silêncio pesado da desilusão. S/n saiu, deixando Harry com um vazio doloroso e a consciência pesada. A verdade que ele tentou proteger estava custando-lhe o relacionamento que mais valorizava.
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