Pov. S/n
Era a primeira vez desde muito tempo que vinha passar algum tempo em na toca. Com o fim da guerra acabei me distanciando de tudo que me lembrasse as perdas que vivi, mas com toda certeza não me distanciei dos sentimentos por Guilherme Arthur Weasley. Ele era tudo que eu não poderia ter, mas era o que eu mais queria, ele era mais velho e por uns anos esteve com a Fleur, como eu poderia competir com ela, eu era só uma menininha aos seus olhos. É difícil ser enxergada como uma mulher por alguém que já te viu em situações tão vulneráveis.
— Ei! S/n! — Gina chama minha atenção para que voltasse a prestar mais atenção na conversa e não nos meus pensamentos.
— Ah! Desculpa. — Falo voltando a prestar um pouco mais de atenção.
— Como eu ia dizendo, é a primeira vez que o Gui vem depois de terminar com Fleur. — Gina diz animada.
Era nítido que Gina e Molly não eram grandes fãs de Fleur, mas a suportavam por amor ao Gui.
— Que bom que está animada. — Hermione fala entrando pela porta.
— Mione! — Gina pula do sofá e corre para abraçar a morena que estava parada na porta. — Não sabia que você vinha. —
— Foi de última hora. —
— Que bom que veio. — Abraço a morena e me aproximo de seu ouvido. — Preciso falar com você! — Sussurro.
— Eu vou guardar as malas, porque você não me ajuda S/n?! —
— Claro! Vem vou colocar suas coisas no quarto do Ron. — Falo pegando uma das malas.
— Se precisarem de ajuda é só gritar. — Gina fala sorridente.
Subimos as escadas até último andar onde ficava o quarto de Ron, coloco as bolsas encostadas na parede e sento na cama olhando para Hermione com a maior cara de desespero já vista.
— O que foi? — Hermione se senta ao meu lado na cama.
— Gui! — Ela me olha confusa. — Ele vem para o verão. —
— Ah... — Ela pensa no que dizer e parece que tudo é uma grande interrogação. — Olha, já faz anos. Vai ser diferente dessa vez. —
— Sério? Da última vez não consegui formular frases enquanto ele olhava para mim. — Suspiro frustrada — Eu parecia uma criança. —
— Haja como a adulta que você é hoje e ele não vai nem lembrar da criança que você foi no passado. —
— Não tenho certeza sobre isso, na verdade não tenho certeza sobre nada — Me jogo para trás, deixando meu corpo se afundar no colchão.
•••
O sol foi sendo substituído pela lua e Gui não deu sinais de que apareceria por hoje, o que me aliviou um pouco, já que teria um dia para tentar fazer meu coração não querer sair pela boca só de o ver. Desço as escadas da toca e vou até a sala, Harry estava sentado no sofá com uma xícara de café vazia na mão e todo o resto estavam em seus quartos provavelmente dormindo há essa hora.
— Sem sono? — Harry pergunta.
— Um pouco, mas só vim pegar um copo de água — Falo para o garoto — Quer que eu leve isso para cozinha? —
— Claro, obrigado. — Harry se levanta do sofá e sai indo em direção aos quartos.
Fico ali por algum tempo, uma parte de mim estava tão ansiosa só de vê-lo novamente e a outra estava ansiosa pela maneira como eu escondo de maneira desastrosa meus sentimentos. O relógio na parede girava e lá fora chovia forte, nem parecia uma das chuvas de verão. Determinei-me a ir para a cama e deixar esse nervosismo de lado, mas antes que pudesse subir as escadas ouvir batidas na porta. Por um segundo fiquei com medo e saquei minha varinha, mas ao abrir aquela porta eu o vi. Aqueles cabelos ruivos compridos e o brinco em uma orelha só, ele era como o galã das comédias românticas, ele era tudo.
— S/n? — Ele pergunta confuso.
— É... Por favor, entre. — Falo dando espaço para ele passar. — Me desculpe, não sabia que ia chegar esse horário. — Me coração pulava dentro de mim e minha mente só tinha imagens do último verão na toca e de como fui tola.
— Eu não planejava, nem sabia se teria alguém acordado. — Ele parecia confuso. — Você cresceu. —
— Não tenho mais dezoito anos. — Tento sorrir, mas soava desengonçado. — E-então, como foi a viagem? —
Eu fazia perguntas bestas sem parar, acho que fiz tantas perguntas que ele deve ter enjoado da minha voz, mas eu tentei seguir os conselhos de Hermione, não que tenham dado muito certo, já que eu ainda trocava as palavras e me enrolava nas respostas. O dia foi amanhecendo e quando olho para o relógio já eram cinco da manhã.
— Ah, meu Merlim! Já são cinco horas — Falo surpresa ao olhar o relógio. — Me desculpa, eu te enrolei a noite toda. — Falo me levantando da cadeira.
— Não! — Ele segura meu braço — Sua companhia é muito boa. — O fio de felicidade reflete em meu olhos. — Além do mais eu estava precisando conversar, era complicado falar sobre mim com Fleur. — Ah, claro. Eu era apenas o ombro amigo.
— Temos o verão inteiro, acho que teremos muitas conversas. — Sorrio e vou em direção da escada para subir para o quarto.
Era tolice a minha acreditar que ele poderia me enxergar de outra forma no meio de tantas outras.
•••
Pov. Gui
Era confortável conversar com a S/n, ela era linda, inteligente, curiosa e uma ouvinte incrível. Ela era intrigante para mim, ela era diferente no último verão que veio a toca, mas agora ela era uma mulher, eu tinha um sentimento um tanto quanto dominante quando se tratava de a ter por perto. Era como se meu olhar fosse atraído pra ela, quando ela estava sobre meu olhar era como se algo em mim se alegrasse. Ela não me evitou nesse verão como me evitava nos outros, falou comigo e conversou como se fossemos amigos de anos, era como se eu a conhecesse por completo mesmo sem precisar falar, só pelo olhar, era só isso que bastava.
— Você tá me escutando? — Gina pergunta. — Pra onde você tá olhando? — Ela se vira para olhar o que eu tanto encarava e volta a me olhar com uma cara surpresa. — S/n? —
— Ah, o que? N-Não, não é isso — Tento desconversar.
— Deixa disso, eu sou a única mulher entre vocês, eu aprendi a ler seus olhares. — Ela fala convencida. — Só não esperava que você gostasse dela? —
— É complicado. —
— O que é complicado? — Pergunta
— Ela é diferente. —
— E ela é! Estamos falando da S/n, ela se sacrificaria pra salvar qualquer um de nós, ela abriu mão de tudo pra nos ajudar na guerra. — Gina me lembra da garota que muitas vezes esqueço ser aquela que viu tudo desmoronar e se manteve de pé. — Ela não tem ninguém além da gente Gui! Se você gosta dela, você deve contar, mas se não tiver certeza, não destrua isso que você tem. —
Eu tentei escrever algo diferente, porque eu amo esse personagem principalmente nos livros, mas não sei se ficou bom.
Curtam e Salvem a fic pra ajudar a autora 🫶