Pov. S/n
Era uma tarde nublada em Hogwarts, e eu me encontrava na Sala Comunal da Sonserina, absorta em um livro de poções. Theodore Nott, um colega de casa cuja presença normalmente passava despercebida, parecia incomumente inquieto naquela tarde. Seus olhos, normalmente sérios e enigmáticos, lançavam olhares furtivos na minha direção, e eu percebia que algo não estava normal.
Ao sentir seu olhar sobre mim, ergui os olhos do livro, encontrando os olhos de Theodore por um breve instante antes que ele desviasse o olhar. Uma tensão invisível pairava entre nós, uma sombra que escapava das palavras, mas eu não conseguia decifrar completamente.
— Algum problema, Theodore? — Questionei, tentando desvendar o mistério que pairava no ar.
Ele hesitou por um momento antes de responder, seus dedos tocando nervosamente a borda de um pergaminho.
— Não, S/n, tudo bem. Só estou... pensando. — Sua voz, normalmente firme, denotava uma vulnerabilidade que eu não estava acostumada a perceber. Deixei o livro de lado e me aproximei dele, encarando-o com curiosidade.
— Você sabe que pode compartilhar comigo, certo? Somos amigos.—
Theodore suspirou, seus olhos revelando uma complexidade de emoções.
— Amigos, sim. Mas, às vezes, as linhas entre amizade e algo mais se tornam turvas. —
Aquelas palavras ecoaram no silêncio da sala comunal, criando uma atmosfera carregada de significado. Eu me vi mergulhando em um terreno desconhecido, sem compreender completamente as palavras de Theodore.
— O que você quer dizer, Theodore? — Perguntei, minha voz suave como uma brisa que tenta acalmar a tempestade que se aproxima.
Ele olhou para mim, e por um instante, percebi algo intenso em seus olhos.
—S/n, há algo que eu preciso confessar. Algo que venho guardando por tempo demais. —
Cada palavra que escapava dos lábios de Theodore ecoava no ambiente, criando um suspense que pairava entre nós. Eu sentia meu coração acelerar, antecipando o que estava prestes a ser revelado.
— Eu sinto ciúmes, S/n. Ciúmes de ver você próxima de outros, de pensar que talvez alguém mais possa ocupar o espaço que eu desejo ocupar. — A confissão de Theodore era carregada de uma sinceridade que me atingiu como um feitiço. Ainda processando suas palavras, Theodore continuou. — Eu sempre fui reservado sobre meus sentimentos, mas percebo que essa barreira entre nós está me sufocando. S/n, eu... eu nutro sentimentos por você além da amizade. —
Cada palavra dele era como uma poção complexa, mexendo com as emoções que eu não tinha certeza de como abordar. Eu sentia a gravidade das confissões dele, e ao mesmo tempo, percebia que estávamos prestes a embarcar em uma jornada incerta.
— Theodore, eu... — minha voz falhou por um momento, e os olhos dele encontraram os meus, esperando por uma resposta que eu ainda não tinha certeza de como dar.
A tensão no ar se tornou palpável, e eu sabia que as palavras que eu escolhesse seriam como varinhas lançando feitiços no curso da nossa relação. Eu precisava ser cuidadosa, pois as complexidades do coração podiam ser tão traiçoeiras quanto um enigma não resolvido.
— Nós somos amigos, Theodore, e eu valorizo a nossa amizade. Mas eu também reconheço a coragem que você teve em compartilhar seus sentimentos. Talvez seja hora de explorarmos isso juntos, de entendermos o que existe entre nós. — Minha resposta era uma tentativa de equilibrar as palavras com o respeito pelos sentimentos dele.
Theodore assentiu, uma mistura de alívio e nervosismo refletindo em seu rosto.
— Eu não sei ao certo o que isso significa para nós, S/n, mas estou disposto a descobrir. —
Naquele momento, entre confissões e promessas, Theodore Nott e eu embarcamos em uma jornada emocional, explorando os matizes de uma relação que ia além da amizade. As palavras complexas que fluíam entre nós eram como fios mágicos, tecendo uma narrativa intrincada de sentimentos que poderiam moldar o nosso futuro.