Lua Azul

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Posicionada em frente ao espelho, finalizava a trança do lado esquerdo do cabelo de modo mais solto que desse volume nos fios vermelhos apesar de estarem presos, amarro a ponta com um pequeno elástico preto e confiro novamente minha peça de banho, vestia um biquíni azul marinho cortininha com amarração, tecido liso sem costura, sempre gostei dos mais simples. Viro-me para trás para olhar minha amiga ansiosa atrás de mim, Lara é bastante tímida para festas secretas na Cachoeira, a pequena vestia um biquíni cortininha verde pastel com o cabelo preso em maria Chiquinha realçando a sua aparência meiga.
- Porque temos que sair pela a janela... – Resmunga Lara assustada com a sua primeira fuga.
- Larinha, não se preocupe. – Peço. – Até mesmo o chato do seu irmão fez isso. – Comento.
Caminho até a janela e subo no parapeito, me posiciono em pé e estico a mão em direção a ela, Lara respira fundo e se aproximou, segurou em minha mão.
- Fecha os olhos. – Peço e ela faz.
Pulo para fora da janela e puxo o corpo dela contra o meu, a abraçando no ar e nos pousando em pé em segurança no gramado. A pequena abre os olhos empolgada quando percebe que estamos no chão. Caminhamos em direção a floresta, encontrávamos alguns alunos pelo o caminho, quanto mais no aproximávamos do destino, o som de música ficava ainda mais alto, a lua azul nos permitia uma boa visão das árvores, logo chegamos na Cachoeira, a água refletia a luz azul como a noite, nas caixas de som tocava alto Rude da banda Magic, alunos estavam a formar casais durante a dança, entre eles estava Cameron com uma sunga azul marinho da mesma cor com o meu biquíni, ele estava escorado em uma rocha enquanto uma garota de maiô vermelho dançava em sua frente.
- Maninha e Larinha!. – Chama Lucas se afastando de um grande número de garotas, ele vestia uma sunga cinza, mas assim como eu, meu irmão havia assumido seus fios vermelhos. – Está linda, Larinha. – Elogiou observando a pequena da cabeça aos pés que não pareceu notar.
- Eu vou pegar uma bebida, Lucas, cuida da Lara. – Digo o empurrando para o meu lugar, criando oportunidade para se aproximarem.
Caminho até a mesa de bebidas enquanto me balançava dançando a música seguinte tocando, Beauty and a Beat do Justin, seguro na concha da bacia com bebida e sirvo um ponche no copo, bebo um gole e sinto alguém segurar em meu pulso e me puxar para si, ergo o rosto e percebo ser o anjo mais apocalíptico, Logan, ele vestia uma sunga convencional preta, o maluco me guia até a pista improvisada onde os alunos estão dançando, encontrando a Jes que parece uma obra de arte de biquíni crochê de cortininha branco, realçando sua pele negra linda, ela usa um penteado simples, seu cabelo cacheado preso em um rabo de cavalo folgado, mantendo apenas duas mechas uma em cada lateral de seu rosto.
- Lucy! Conseguiu trazer a nossa pequena?. – Perguntou Jes.
- Eu a deixei com o Lucas. – Falo com formando um sorriso malicioso no rosto.
- Deusa, sua bebida. – Diz James se aproximando e entregando um copo com bebida para a Jes, ele vestia uma sunga boxer em degrade de vermelho em cima e embaixo preto, meu amigo parecia encantado desde o primeiro momento que encontrou a anjo, ela parece retribuir as investidas.
- Acho que estamos atrapalhando o clima. – Sussurro para o Logan.
- Minhas irmãs cobiçadas. – Brincou.
- Lara não deveria estar com você?. – A voz atrás de mim questiona, reviro os olhos por saber a quem pertence.
Viro-me para trás e encontro o anjo mais mal humorado me encarando fixamente, ele desvia o olhar de meu rosto e desce pelo o meu corpo. Dou um passo para frente e seguro em sua mão, colocando meu copo de bebida na sua mão, fazendo ele segurar a bebida.
- Deveria beber algo gelado para acalmar o calor, Cameron. – Provoco em um sussurro em seu ouvido.
Caminho em direção a água da cachoeira, escuto passos atrás de mim, mas ignoro e molho os meus pés na água, noto a presença da Isadora, uma das paqueras de Cam, olho fixamente para a água, começando a aquecer, logo a água começa a borbulhar enquanto alunos corriam apressados para fora, assim como Isa que corre com o tecido de seu biquíni se desfazendo com o calor, não contenho o riso.
- Estou achando que você que precisa de água para esfriar. – Cameron diz ao meu lado e me empurra na água.
Mergulho e ondas formam ao meu lado com outro agito na água, ele havia pulado, nado até ele que põe o rosto para fora d'água, faço o mesmo e o encaro brava, o idiota começa a gargalhar como uma criança que acabou de cometer uma grande travessura, dou um tapa na água jogando em seu rosto. Cam segura em minha mão e me puxa para si, arqueio a sobrancelha com a sua atitude.
- O que está fazendo?. – Questiono.
- Eu sei que você também quer. – Respondeu.
Não tenho tempo de entender a sua fala, Cameron passa o seu braço direito ao redor de minha cintura e segura com sua mão esquerda em minha nuca, ele mergulha me fazendo mergulhar também consequentemente, abro os olhos debaixo d'água encarando os dele, Cam aproxima o seu rosto e junta os nossos lábios em um beijo, retribuo a sua investida e entrelaço os dedos da mão direita em seu cabelo e apoio a esquerda em sua cintura, ele insere a língua em minha boca, travando uma batalha com a minha, ele aperta o seu braço ao redor de minha cintura, pressionando meu corpo contra o seu, sentia os meus peitos sendo esmagados em seu peito, seguro com mais firmeza os dedos em seu cabelo, intensificando o beijo, mordo o seu lábio e logo puxando, retomando aos seus lábios novamente, sentia o seu desejo com a forma que explorava minha boca com a sua língua, mas de repente ele se afasta e retorna para superfície, o sigo confusa e o encaro saindo d'água.
- Me desculpa. – Lamentou enquanto caminhava em direção as árvores.
Arqueio a sobrancelha confusa com o que acabou de acontecer, ele me empurra e me beija depois vai embora? Mudo a expressão sentindo o sangue em meu corpo começar a ferver de raiva. Caminho atrás do idiota, impressionante o quanto ele correu, não conseguia notar nenhum sinal dele entre as árvores próximas. Resmungo quase desistindo até perceber a silhueta dele sentado em um troco caído ao lado de uma árvore, no momento que meus olhos o encontram, sinto a raiva começar a se desvair, quem quero enganar? Sou apaixonada por esse idiota.
- Ficou com tanta vergonha assim de ter sido visto me beijando?. – Pergunto ao me aproximar dele.
- Não fiquei com vergonha, Lucy, eu gostei. – Ele confessa e bate suavemente com a mão no tronco que está sentado. – Senta aqui. – Pede. – Você sabe que beija bem pra caralho e que está muito gostosa com esse biquíni, sinto que eu quero mais, mas não entendo o que aconteceu. – Explicou.
- Eu sei que tem algo diferente. – Digo me sentando ao seu lado. – Nunca senti algo de verdade beijando alguém, mas fico nervosa só quando você toca em mim. – Confesso e ergo o rosto para o encarar, ele me fitava de volta, aproximo o rosto e deposito um selinho em seus lábios. – Não se preocupe, não iria te queimar também. – Brinco.
Cameron retribui o selinho naturalmente, não parecíamos os mesmos de meia hora atrás, ele passa os braços ao redor de meu corpo e me puxa para si, me abraçando e aninhando em seu peito.
- Posso estar louco, mas tem algo que nos conecta, e você não teria coragem de me queimar, a Lara iria ficar muito triste. – Ele responde me fazendo rir.
- Eu não iria querer te machucar, não apenas por ela... - Confesso.
  Sinto-me protegida em seus braços, não queria recuar de seu carinho, na verdade, sentia que precisava e o queria, não sentia medo, apenas desejo.
- Seu corpo está tão quente, mesmo com o calor que está hoje, não quero soltar. – Afirmou. – O que faremos?. – Cameron pergunta, mas sentia que essa pergunta não era sobre o que faríamos agora, mas sim depois.
- É por sua causa. – Respondo. – O calor do meu corpo é ligado as minhas emoções, se fico nervosa, brava ou excitada, meu corpo esquenta. – Explico e viro-me para poder olhar em seus olhos. – Não solta. – Digo e me inclino, seguro com minha mão direita em sua nuca e o puxo para perto, juntando nossos lábios novamente.
Cameron retribui ao beijo, as suas mãos que antes me abraçavam deslizam pelo o meu tronco e parando em minha cintura, ele afasta os dedos e pressiona em meu quadril, ergue meu corpo para cima e puxando-me para o seu colo, não protesto e faço como queria, sentando em seu colo, insiro a língua em sua boca, dançando lentamente com a sua, movimento meu corpo inclinando meu peito contra o seu, sentia suas mãos apertarem com mais firmeza em meu quadril, ele sobe a sua mão direita até o meu cabelo, desfazendo as tranças com facilidade e entrelaçando os dedos entre os fios, enquanto sua mão esquerda passava pela a lateral de minha coxa, ele deslizava a sua mão de minha coxa e subia até o quadril, colocando por dentro da amarração da parte de biquíni, quase desfazendo o nó, me causando arrepios com o seu toque, ele estava fazendo meu corpo esquentar novamente mas ele não parecia se incomodar de ser queimado.
- Cam.. – Chamo entre os seus lábios quando escuto aquela mesma voz suave cantarolando.
  Passos começam a se aproximar, nos entreolhamos e rapidamente nos posicionamos em pé, ajeito meu biquíni enquanto ele fazia o mesmo com a sua sunga, passo as mãos em meu cabelo tentando ajeitar agora solto.
- Vocês também ouviram?. – Perguntou Lara enquanto se aproximava com o nosso grupo inteiro entre as árvores.
- É, sim, seguimos.. – Cam responde mentindo.
- A voz. – Completo o encarando.
  Reviro os olhos e seguimos todos a direção da voz entre as árvores, quanto mais nos aproximamos, a luz da lua azul parecia refletir mais forte em um ponto especifico, a lua estava acompanhando os passos de uma menina dançando, ela vestia um biquíni meia taça branco, ela girava dançando com os seus braços erguidos para cima, ela desce os seus braços os mantendo abertos, sem parar de girar enquanto cantava.
- Você está indo à Feira de Scarborough? Mande lembranças àquele que vive lá, pois ele já foi o meu amor verdadeiro, você está indo à Feira de Scarborough? Salsa, sálvia, alecrim e tomilho, mande lembranças àquele que vive lá, ele já foi o meu amor verdadeiro. – Ela finaliza a canção posicionada virada na nossa direção, relevando finalmente o seu rosto, aqueles olhos japoneses familiares.
- Mari!. – Exclamamos juntos.

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