15 - Estacionamento

16 1 1
                                    

— Essa faculdade está me matando, você prefere qual especialidade Emmy? – Pergunta Elise.

— Sinceramente, eu tô preferindo a de estética, ganha mais – Dou risada.

— Claro – Diz rindo — Eu vou na de Farmácia, também ganha bastante.

— Agora o que nos resta é se matar de estudar – Digo triste.

— Preciso de férias – Elise diz com a voz cansada.

— Precisamos.

Estamos no intervalo, a cantina está cheia, como sempre.

Vindo em nossa direção vejo o Francis.

— Olha gatinhas – Dá uma piscada.

— Não vai me seduzir com isso, sua piscada me dá desgosto – Diz Elise com um ar de nojo.

Francis olha indignado.

Toda vez que Francis faz isso com ela, ela o despreza, é engraçado.

— E você gatinha? quer conhecer o leão? – Solta uma piscada.

— Tá passando mal Francis?, que esquisito – Digo chocada.

— Até parece que você não iria, tenho certeza, e o que eu faria com você, porra.

— Francis, tá no período fértil caralho? larga de ser bizzaro porra.

— Poxa, não pode nem querer brincar um pouco – Vai embora cabisbaixo.

— O que foi isso? – Diz Elise.

— Não faço ideia.

Francis essa semana tem estado mais estranho que o normal, agora só me faz cantadas e dá em cima de mim, as pessoas ao redor já devem ter percebido, até porque ele nem disfarça.

Após a aula, me direciono para o estacionamento, eu trouxe o meu carro comigo hoje, cansei de ir andando.

Sinto minha nuca queimando, como se estivesse sendo observada, olho ao redor mas não vejo ninguém, apenas o breu, destravo o meu carro e abro a porta, quando sinto alguém que surgiu das sombras me prensar na porta.

— Não gostei do que falou comigo gatinha, palavras assim machucam, sabe? — Ele diz no meu ouvido, o que aconteceu com esse filho da puta?

— Me solta Francis, já deixei claro que não gosto de brincadeiras assim.

— Quem disse que eu tô brincando? – Solta uma risada.

— Você tá me machucando seu arrombado, me solta!

— Emmy, você machucou o meu coração por anos, uma dorzinha não vai te fazer mal.

Ele segura os meus pulsos para trás com força, não me dando nem a chance de eu me mexer.

— Agora gatinha, vou fazer tudo que eu sempre quis com você – Diz em tom de malícia.

— O qu-

Travo quando ele começa a levantar minha blusa, deixando a vista o meu sutiã e logo em seguida ele me segura com uma mão e agarra o meu peito, não é isso que eu estou pensando né?

— ME LARGA SEU FILHA DA PUTA! - Grito.

— Cala a boca vadia do caralho, não percebe o tanto que tô duro? tá cortando o clima.

Eu não tô acreditando nisso.

— Clima?, não existe clima entre a gente Francis, NUNCA EXISTIU!, agora me larga agora antes que eu grite mais e você se foda seu arrombado.

— Sério Emmy?, você acha que alguém vem aqui esse horário?

Maldito dia que eu fui sair mais cedo, porra.

— Acho que você ainda é virgem, vou acabar com você.

— Me solta!, me debato tentando escapar mas não consigo.

Sinto algo puxando a pessoa que estava atrás de mim e um estrondo logo em seguida.

— Solta minha mulher seu filho da puta!

Eu sinto o ódio na voz dele, e sei perfeitamente quem é, Jacob.

Olho para trás e vejo o Francis caído no chão com uma poça de sangue se formando, quem olhar pensaria que estava morto pela quantidade, mas ainda se mexia no chão.

— Sua mulher? – Diz com dificuldade— Ela sempre foi minha porra!

Jacob levanta ele e enfia um soco em cada lado de sua face, deixando não apenas sua cabeça sangrando, como o seu nariz e a boca também.

Eu poderia para-lo, mas o que ele fez comigo, ele merece a morte, e nesse momento, eu não me importo que ele esteja morrendo bem na minha frente.

Jacob continua espancando, até o Francis desmaiar, e só depois disso ele para.

— Você tá bem loirinha? – Abaixa a minha blusa que inda esta levantada, e olha ao redor do meu corpo, me analisando, e depois de ver eu estou "bem", ele segura o meu rosto, coloca a testa colada na minha.

— Eu tô aqui princesa, sempre vou estar – Ele diz com tanto carinho que me quebra, sinto as lágrimas caírem na minha bochecha, sinto meu corpo fraco e quando percebo já estou caída no chão, chorando, enquanto ele me abraça.

— Ele tentou mexer comigo, ele tocou em mim e tentou fazer mais – Digo aos prantos chorando.

— Eu vou acabar com ele loirinha, não se preocupe, ainda bem que estou sempre te seguindo.

Quando eu paro de chorar e recupero minhas forças, me levanto e o encaro.

— Obrigada

— Não precisa agradecer loirinha, já queria dar um fim nele mesmo, ninguém da em cima da minha mulher, ainda mais na minha frente, vamos, eu te levo no meu carro.

— E o que faremos com ele? – Digo apontando para o Francis desacordado no chão.

— Deixa ele aí, vermes como ele já tem seu lugar garantido no inferno, e no inferno dele, eu quem serei o Diabo.

Ele segura minha mão e me leva até o seu carro, entramos, e seguimos o nosso caminho, deixando o Francis naquele estacionamento para morrer.

Fico calada o caminho todo, e ele respeita isso ficando calado também, me sinto humilhada por tudo, por quase ser estuprada por não ter forças para me soltar, por ele me ver chorando assim.

Chegando na minha casa ele abre a porta para mim.

— Você vai amanhã loirinha? – Pergunta.

— Vou, tenho uma aula importante amanhã – Digo cabisbaixa.

— Certo, eu te busco ás 7:00.

Ele esta querendo ter certeza que vou chegar bem.

— Te espero amanhã – Digo com um pequeno sorriso.

— Certo, loirinha.

Ele segue o caminho dele, provavelmente está indo pra casa, eu entro em casa, tomo um banho demorada, preciso relaxar, depois do banho e estar limpa, apesar de eu ainda me senti suja por ser tocada por ele, eu apago a luz e vou fechar a persiana da janela, mas noto algo estranho.

Tem 7 pessoas ao redor da minha casa, 7 pessoas fardadas, seguranças? ele colocou 7 seguranças para me vigiar? não é possível.

Eu escrevendo isso tudo no ônibus e o velho lendo 😭, comentem pra me animar depois essa humilhação, também ficaram com raiva do Francis?
Instagram: autoraburguesinha
Tiktok: burguesinha7lk

Through YouOnde histórias criam vida. Descubra agora