Uber. - V

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Anita chega em sua casa e se joga em sua cama, ela estava toda dolorida pelos socos que a escrivã deu nela, mas mesmo com as fortes dores, ela não conseguia esconder um sorrisinho bobo.

Anita nunca admitiu que gostava de garotas e apenas de garotas, sempre se forçou a ficar com garotos pois achava que ela conseguiria algum dia deixar de ser homossexual.

Depois de alguns minutos olhando pro teto e pensando no que aconteceu hoje, a delega coloca um pijama e vai dormir, ou tenta, pois ainda pensa no beijo.

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Veronica como de costume atrasada para ir ao trabalho, pega sua bolsa e sai correndo de casa, apenas dando tchau ao seus filhos.

Ela chega na delegacia e vai direto conversar com Nelson, ela não sabia se deveria ou não contar a ele da máfia, porque ele poderia muito bem fazer parte, mas conhecendo o amigo ele provavelmente não faz.

— Bom dia, verô! — Nelson fala comendo sua bolacha passatempo.

— Bom dia, Nelson! Comendo de novo tranqueira? — Verônica da risada e ele também.

— Eu voltei pra nutricionista, e aí ela disse que eu poderia comer só um pacotinho de bolacha pro dia. — Ele faz uma cara de tristeza.

— Queria que a minha nutricionista fosse boazinha igual a sua. — Ela ri.

— Mas e aí, me conta sobre como tá sendo o trabalho seu com a bruxa? — Ele se arruma na cadeira.

— Ah... — Verônica tinha esquecido do trabalho, pois só conseguia pensar no beijo. — Tá sendo um furacão. — Verônica desabafa.

— Ué por que?

A escrivã suspira e começa a falar tudo que aconteceu, sobre a vinda na delegacia de madrugada,  sobre uma página que Anita queria muito (ela não deu detalhes dessa parte) e sobre o beijo, principalmente sobre o beijo.

— Nem fudendo. — Fala Nelson mais chocado que nunca.

— Pode apostar, e agora eu não consigo parar de pensar naquela filha da puta que a Ani... — Verônica interrompe a fala quando Nelson faz uma cara feia.

A escrivã vira a cadeira pra trás e vê que a delegada estava ouvindo tudo o que ela falava.

— Eu sou o que, escrivã? — Fala Anita cruzando os braços.

— Uma filha da puta, isso que você é. — Fala Verônica do jeito mais sério possível.

— Não entendo vocês, um dia eu sou a Cuca, e outro eu sou filha da puta. Se decidam!

— Bom eu acho que você é só filha da puta, delegada. — Nelson fala comendo outra bolacha.

— Já eu acho que ela é muito mais que isso. — Verô ri após terminar a frase.

Anita da uma risadinha e olha Verônica de cima a baixo. — Vai na minha sala daqui a pouco escrivã. — Ela vai para sua sala.

Verônica suspira quando ela vai  embora e Nelson ri.

— Jesus vão pra cama logo, a energia de vocês duas exala muito tesão.

— Que isso Nelson? Virou a Márcia Sensitiva?

— Não, mas é que vocês se comem pelos olhos e isso tá chato já. — Ele enfia uma bolacha na boca.

— Bom, deixa eu ir ver o que a filha da puta quer.

— Uma filha da puta que você ama né, Verô? — Verônica se levanta e mostra o dedo do meio pro amigo, que cai na gargalhada.

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Equalize. - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora