Karina. - XI

437 44 41
                                    


Elas chegam na casa da testemunha e começam a interrogá-la.

Veronica admirava a postura que Anita tem quando elas trabalham, pois mostrava o quão profissional ela é.

— Então Marta, você gostaria de acrescentar mais alguma coisa na história?

— Sim. — Ela suspira enquanto Vero escreve tudo o que as duas falam. — Em toda nossa conversa dava pra perceber que ele era bem religioso.

— Ele citou algum santo? — Pergunta Verô.

— Citou, mas agora não me lembro qual.. — Diz a moça tentando lembrar.

— Por acaso Nossa senhora da cabeça?

— Era essa mesmo! — Diz a moça pegando um cigarro e acendendo ele.

Anita olha para o cigarro e engole seco, assim como Verônica tem vício em bebida, Anita estava lutando contra seu vício em fumar a poucos meses.

— Muito obrigada Marta, entraremos em contado. — Verônica arruma suas coisas e elas vão embora.

Elas retornam ao carro de Anita e a mesma começa a dirigir.

— Você tem problemas com cigarro né?

— As vezes me irrita o quanto você presta atenção nas coisas. — A escrivã da risada.

— Quando você começou a fumar?

— Que isso um interrogatório?! — Fala Anita meio impaciente.

— Responde.

Anita suspira. — Aos meus 14 anos. — A delegada diz concentrada no trânsito.

— Você já não tava no orfanato essa idade? — Diz Verônica meio confusa.

— Bom essa idade eu ficava mais na casa do Mathias do que no orfanato. — Anita da uma leve risada, não uma risada que parecia ser de relembrar os bons tempos, e sim de relembrar os maus.

— Você ficava na casa dele?! — Verônica fala num tom indignada.

— Só quando ele me queria, ou seja, sempre.

— Anita eu sinto muito! — Vero começa a refletir o quanto a delegada é forte e corajosa por ter enfrentado tudo isso.

— Não precisa sentir, Verônica. — Anita fala num tom frio.

Verô fica olhando a delegada dirigir, provavelmente tentando esquecer os problemas do passado e do presente.

A escrivã coloca a mão na coxa da Anita e faz um carinho, deixando a delegada sem palavras.

Anita não sabia como devolver esse carinho para a Verônica, por que ela foi criada para machucar, e não para amar.

— Te te admiro muito, sabia?

— Obrigada, Verônica. — Anita olha rapidamente pra escrivã e muda um pouco de humor. — Eu também te admiro, mas so as vezes. — Elas dão risada.

— Enfim, para onde iremos agora?

— Eu preciso passar em casa pra pegar um negócio, você se importa?

— Não! Contanto que você me ofereça um copo d'água, porque eu tô morrendo de sede. — Elas dão risada e o resto do caminho é um silêncio confortante.

Anita estaciona seu carro em sua garagem e as duas entram na casa da loira.

Verônica fica andando pela casa da delegada até ela chegar com uma caixa cheia. Ela coloca a caixa em cima da mesa e abre ela com cuidado.

Equalize. - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora