Capítulo 50 - Lendas Esquecidas

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Quando as eras se passam, os nomes das lendas se perdem na história.

Homens e mulheres que realizaram feitos enormes, pouco a pouco, vão sendo resumidas a meras palavras em um livro empoeirado de alguma biblioteca. Raras são as pessoas no mundo que hoje em dia sabem dos grandes piratas e marinheiros dos dias antigos, e menos ainda são aqueles que narram seus feitos da maneira mais próxima de como realmente aconteceram, sem os diminuírem ou os aumentarem demais.

Gold Roger? Edward Newgate? Rocks D. Xebec? Se alguém perguntar por esses nomes, poucos sequer irão parar para pensar se por acaso já os ouviram ou não. Tais nomes não passam de ecos de um passado distante, que pouco a pouco vão se perdendo e se tornando cada vez mais fracos com o passar dos anos.

Nami parou de escrever quando esse pensamento lhe passou pela cabeça, colocando a pena de volta no tinteiro. Por um tempo, apenas contemplou o pequeno mapa do Paraíso que estava à sua frente, esticado na sua mesa de cartografia. Nele, era possível enxergar uma visível linha que saía do Arquipélago de Sabaody até o seu destino final: uma pequena e singela ilha no East Blue.

— Então essa é a rota final — falou para si mesma, soltando um risinho e ajeitando o cabelo no rosto. — Esperava que fosse algo maior.

Não que tivesse sido fácil determiná-la, afinal de contas a navegadora havia passado a manhã inteira discutindo com alguns dos tripulantes qual seria a rota mais segura que deveriam passar, a fim de evitar os caçadores de recompensa e os altos oficiais da Marinha.

E enquanto Nami queria seguir por caminhos mais longos porém mais seguros, os demais piratas presentes pareciam não entender o seu senso de querer que todos terminassem aquela viagem vivos e sem sequelas.

— Namizinha, minha querida, não se preocupe com essas frivolidades. — Bon Clay deu de ombros. — O Paraíso não é a mesma coisa de quinze anos atrás. Vai ser mamão com açúcar passar por ele com a nossa força atual.

— Mas mesmo assim... — Nami apontou para vários locais no mapa, onde literalmente caveiras havia sido desenhadas. — Nesses lugares têm bases da Marinha que não sabemos da sua força. Bon-chan, não podemos nos arriscar dessa maneira.

Enquanto a navegadora e o informante discutiam de uma maneira que estavam em um impasse, os demais tripulantes presentes se viram na necessidade de intervir.

— Apesar de concordar com as preocupações da Nami... — disse Katakuri depois de pigarrear. — Devo lembrar que essas bases são, principalmente, de marinheiros que acabaram de chegar à Grand Line.

— Concordo com Katakuri — apoiou Jinbei. — Além disso nós acabamos de sair de um confronto contra Kurosakana e Coby, e o Smoker está bem longe de nós. Fora que o Law também fez um grande estrago na Marinha a algumas semanas, então eu duvido que eles vão conseguir nos perseguir com força total.

O tritão ficou em silêncio por alguns segundos, colocando a mão no queixo e fazendo uma expressão pensativa.

— O problema é aquela almirante...

Nami ergueu uma sobrancelha.

— Hum? Que almirante?

— Ela é conhecida como Ginwashi, e é bastante temida até mesmo entre os marinheiros. Quando estávamos na Ilha dos Homens Peixes, o Rei Netuno me disse que ela fazia visitas surpresas no local o que deixava todos apreensivos. — Virou-se para o informante. — Sabe alguma coisa a mais sobre ela, Bon-san?

— Hum... creio que não, Jinbeizinho. — O okama colocou a mão no queixo e começou a pensar. — Apesar de que as meninas me falaram bem por cima de algumas das suas operações no West Blue. A mais nova Almirante da Marinha tem métodos de agir... estranhos, algo que nem mesmo a Marinha consegue entender direito. Fora isso, essa abelhinha problemática é um mistério até mesmo para mim.

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